Deputado acusa governador de São Paulo de favorecer suposta fuga de Bolsonaro aos EUA e critica tentativa de envolvimento de Trump em assuntos internos
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) protocolou nesta sexta-feira (11) uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por suposta tentativa de ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a fugir para os Estados Unidos. A informação foi divulgada pela jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de S.Paulo.
De acordo com a reportagem, Tarcísio teria telefonado para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sugerindo que autorizassem uma viagem internacional de Bolsonaro, atualmente impedido de deixar o país por decisão judicial e com o passaporte apreendido. O objetivo seria permitir que o ex-presidente se reunisse com o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma articulação política que teria como finalidade, segundo Tarcísio, negociar uma redução da sobretaxa de 50% imposta pelos EUA ao Brasil. A proposta, porém, foi considerada “esdrúxula” por ministros da Corte.
Na representação encaminhada à PGR, Boulos acusa o governador paulista de cometer crime de favorecimento pessoal, tráfico de influência, corrupção passiva e improbidade administrativa. Ele afirma que o gesto de Tarcísio configura uma tentativa clara de beneficiar pessoalmente Bolsonaro, burlando medidas judiciais em vigor.
"É inacreditável a cara de pau do governador Tarcísio. Ele quer ajudar Bolsonaro a fugir e, para isso, se presta ao papel de office-boy do ex-presidente", afirmou Boulos. O parlamentar também ironizou a justificativa usada por Tarcísio, segundo a qual Bolsonaro poderia negociar com Trump para conter os impactos da sobretaxa: "Isso para não falar do absurdo que é tentar colocar Bolsonaro, o responsável pelo tarifaço que irá prejudicar milhões de brasileiros, como alguém capaz de impedir a medida; é o bandido se fazendo de mocinho", declarou.
Bolsonaro está sob investigação por uma série de crimes e tem sido alvo de medidas cautelares que o impedem de deixar o país, em razão do risco de fuga e da possibilidade de que solicite asilo político no exterior. A interlocução com Donald Trump, que reassumiu a presidência dos Estados Unidos em 2025, reforça as suspeitas, segundo ministros do STF, de que há um plano em curso para evitar que Bolsonaro seja responsabilizado judicialmente no Brasil.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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