domingo, 25 de maio de 2025

Almirante acusado de “anuir com golpe” alegará “jogo de palavras” para escapar do STF

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha – Foto: Reprodução

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, é um dos denunciados por participação na tentativa de golpe bolsonarista. Ele é acusado de “anuir com o golpe” e colocar “as tropas à disposição”. A defesa do militar, segundo a Veja, apostará na alegação de ausência de atos concretos e divergências entre testemunhas ouvidas no processo para tentar evitar uma condenação do militar no Supremo Tribunal Federal (STF).

Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica, em depoimento na última quarta-feira (21), declarou que “a postura do Garnier era de muito incômodo com o processo” e que ele teria apoiado a ideia de sublevação. Ainda assim, a defesa de Garnier insiste que não há provas diretas que confirmem essa acusação.

A defesa do militar, diante disso, usou declarações do ex-comandante do Exército Marco Antonio Freire Gomes, no processo, que alegou que o militar tinha dito estar “à disposição”, e não ter colocado “tropas à disposição”, como falou Baptista Junior, ou seja, vai tentar valer-se de um jogo de palavras para ser absolvido.

Também mencionaram uma reunião em novembro de 2022, na qual foi afirmado que não houve fraude nas eleições.

“Confirma que Almir Garnier participou dessa reunião e endossou que não teria acontecido fraude?”, questionou o advogado do ex-comandante da Marinha. “Confirmo sim, senhor”, respondeu Baptista.

Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica – Foto: Reprodução

Um terceiro argumento também foi abordado pela defesa de Garnier ao se remeter a uma biografia de Augusto Aras, ex-procurador-geral da República, segundo a qual o ex-chefe do MP se reuniu diversas vezes com os comandantes militares.

“A postura dos três comandantes e do Ministério da Defesa era sempre de acalmar a conjuntura, que cada um usasse os seus relacionamentos pessoais com as autoridades, as instituições, para que a conjuntura fosse menos radical do que estava na época porque a possibilidade de um problema sério na sociedade, na política, a nosso ver era muito grande”, explicou Baptista. “Isso significa que o Garnier também participava com esse intuito?”, questionou o advogado de defesa, buscando uma resposta que confirmasse uma eventual postura legalista e pacificadora do cliente. “Sim, senhor”, confirmou a testemunha.

A defesa do ex-comandante, por fim, alega que o militar estaria “à disposição, se for constitucional” e que, após deixar o comando, não tinha controle sobre as tropas.

Fonte: DCM

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