domingo, 8 de junho de 2025

Anúncios de casas de aposta aparecem mais que a bola no Brasileirão 2025


Anúncios de bets ocupam 70% das transmissões do Campeonato Brasileiro. Foto: Getty images

Nas transmissões do Campeonato Brasileiro de 2025, os anúncios de bets aparecem em 70% do tempo, superando até a exibição da bola em campo, que fica em média em 55%. A análise foi feita pela Folha em 22 jogos transmitidos por canais como Amazon Prime, Globo, Sportv e Record, utilizando inteligência artificial para identificar anúncios em imagens congeladas.

O estudo revelou que marcas de apostas esportivas estão presentes em camisas de jogadores, placas ao redor do campo e inserções na TV, sendo a principal fonte de receita comercial dos clubes brasileiros. O patrocínio master desses contratos chegou a R$ 579 milhões em 2024, com previsão de quase R$ 1 bilhão para 2025.

O crescimento expressivo das bets se explica por seu apelo emocional junto aos torcedores, que são mais suscetíveis às mensagens devido à identificação com o esporte. Entretanto, essa exposição intensa gera preocupação médica e legislativa, pois está associada a um aumento no vício em jogos, principalmente entre jovens.

O Brasil regulamentou as apostas em janeiro de 2025, mas o Senado aprovou um projeto para restringir propagandas em estádios e horários, visando proteger grupos vulneráveis. Pesquisas recentes indicam que apostas feitas durante os jogos são impulsivas, o que pode agravar transtornos psiquiátricos já em crescimento no país.

Fonte: DCM

Suspeita de desvio de verba cultural em MT envolve deputado ligado a Bolsonaro e músico

Marcos Levi de Barros e Elizeu Nascimento. Fotomontagem: Iasmim Sousa e JLSiqueira/ALMT

Um escândalo de quase R$ 60 milhões envolve a Associação Mato-grossense de Cultura (AMC), presidida pelo músico Marcos Levi de Barros. Nos últimos quatro anos, a entidade do Mato Grosso recebeu vultosas quantias por meio de emendas parlamentares, sendo R$ 12 milhões repassados apenas pelo deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro cuja ladainha é condenar os investimentos em Cultura por meio da Lei Rouanet.

A AMC não possui site, placa, sede visível nem presta contas públicas de forma transparente. O orçamento da associação saltou de R$ 195 mil em 2021 para mais de R$ 32 milhões em 2023, uma alta de 16.000%, chamando atenção dos bastidores políticos e gerando suspeitas de favorecimento.

No cerne das denúncias, Levi de Barros aparece acompanhado de Eliel Tenório que é assessor da AMC e, ao mesmo tempo, servidor comissionado na Assembleia Legislativa, lotado no bloco político do deputado Elizeu Nascimento — o principal repassador de verbas para a entidade. A sobreposição de funções alimenta denúncias de tráfico de influência.

A AMC organizou eventos culturais de critério duvidoso, como o Festival do Lambari e a Festa da Banana, sem controle social ou transparência. Diante da omissão de órgãos como o Ministério Público e o TCE, cresce a percepção de que a associação serve como fachada para distribuição de verbas públicas entre aliados políticos.

Fonte: DCM

Haddad se reúne com líderes do Congresso para discutir alternativas ao aumento do IOF

Reunião neste domingo (8) com líderes partidários busca evitar derrota do governo após críticas e ameaça de derrubada do decreto de elevação do imposto

               Fernando Haddad (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Diante da forte reação negativa à elevação das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar neste domingo (8) alternativas para substituir a medida. A reunião está marcada para as 18h, na Residência Oficial da Presidência da Câmara, e contará com a presença de líderes partidários da Câmara e do Senado. A informação é da CNN.

A decisão de buscar um novo caminho foi tomada após articulação entre o governo federal e o Congresso, que estabeleceu um prazo de dez dias para o Executivo apresentar propostas alternativas. O alerta partiu do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que manifestaram ao ministro o risco de o decreto ser derrubado, caso a insatisfação no Legislativo não fosse contida.

“Os líderes ainda vão avaliar e decidir se descartam ou não um projeto sobre o tema, a depender das sugestões da equipe econômica”, afirmou Motta a jornalistas na última quinta-feira (6), em meio à pressão crescente de parlamentares. O encontro com Haddad foi agendado no fim de semana para viabilizar o retorno dos congressistas a Brasília e garantir ampla participação.

As alíquotas mais altas do IOF foram alvo de críticas de diferentes setores, inclusive da base aliada do governo. Na tentativa de reduzir o desgaste político, o Executivo chegou a revogar parte das medidas no mesmo dia em que foram anunciadas. Ainda assim, o Ministério da Fazenda estima arrecadar R$ 18 bilhões com o IOF em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026.

A primeira reunião sobre o tema foi realizada na terça-feira (3), com a presença de Haddad, da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de Alcolumbre e de Motta. Na ocasião, nenhuma decisão foi formalizada, pois as sugestões ainda dependiam de validação dos líderes parlamentares.

Além de medidas de curto prazo para compensar a eventual perda de arrecadação, o governo também discute alternativas estruturantes. Hugo Motta já declarou que há espaço político para pautar o fim de isenções tributárias e avançar com a reforma administrativa.

Entre as possibilidades estudadas pela equipe econômica, estão alterações no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e no BPC (Benefício de Prestação Continuada). Este último já foi alvo de ajustes no pacote de medidas fiscais aprovado no final de 2024, o que torna o tema delicado dentro da base aliada.

No Senado, Alcolumbre avalia realizar uma nova rodada de negociações na manhã de segunda-feira (9), com foco exclusivo nos líderes da Casa. O governo corre contra o tempo para evitar mais um revés político e garantir o equilíbrio das contas públicas com apoio do Congresso.

Fonte: Brasil 247

Renúncias fiscais ultrapassam R$ 500 bilhões em 2024 e Congresso mantém projeto de revisão engavetado

Sem revisão desde 2021, incentivos tributários chegam a 4,4% do PIB, mais que o dobro da meta de 2% definida em emenda constitucional

             Fernando Haddad e Hugo Motta (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

As renúncias fiscais no Brasil devem ultrapassar a marca de R$ 544 bilhões em 2024, o equivalente a 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com estimativas do governo federal. O dado expõe um descompasso entre os gastos tributários e a meta estabelecida pela Emenda Constitucional 109, aprovada pelo Congresso em 2021, que estipula um limite de 2% do PIB para esse tipo de incentivo até 2029. A informação foi publicada originalmente pela GloboNews.

Apesar da urgência em conter o rombo nas contas públicas, o projeto de lei complementar que definiria regras para avaliação e redução progressiva dessas renúncias está parado na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados desde setembro de 2021. À época, o governo Jair Bolsonaro chegou a apresentar um plano para a redução dos benefícios, mas a proposta nunca foi votada.

"O Congresso Nacional tem papel muito importante nisso", afirma Jefferson Bittencourt, chefe de macroeconomia do Asa. "Em 2021, foi incluído um dispositivo pra fazer uma redução linear dos benefícios tributários, que levassem eles até 2% do PIB. Hoje a gente está girando com benefícios tributários entre 5% e 7% do PIB. O governo apresentou um plano de redução desses benefícios e não saiu da gaveta", critica.

Bittencourt ressalta que a melhor forma de enfrentar o problema seria a análise individualizada dos incentivos: “O jeito certo de se fazer redução dos gastos tributários, das renúncias, é avaliar uma a uma e ver aquilo que tem eficiência, eficácia, efetividade e que o custo-benefício se justifica.”

O presidente da Comissão de Finanças e Tributação, deputado Rogério Correia (PT-MG), reconheceu a omissão do Parlamento: “Nos últimos anos, outros projetos tiveram prioridade, como a reforma tributária, e faltou vontade política.” Segundo ele, a atual discussão sobre cortes no orçamento abre uma janela de oportunidade para revisar os incentivos fiscais. “Inicialmente pensava-se em um corte linear de 10%. Nós podemos fazer um corte linear de 5% e, ao mesmo tempo, trabalhar aqueles outros que vamos filtrar para ver qual é justo ou não. E, além disso, ou até incluído na mesma lei, podemos dizer que aquele que tem um período pra terminar, termina e não é prorrogado.”

Durante agenda em Campina Grande (PB), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também se posicionou a favor de mudanças. “O Brasil tem mais de 600 bilhões de reais por ano em renúncia fiscal. E não há um acompanhamento, primeiro, da efetividade dessas renúncias. Se elas estão conseguindo retribuir ao Estado, retribuir à população brasileira esse incentivo que foi dado”, disse. E completou: “É um valor que está completamente acima daquilo que é praticado mundialmente e completamente acima daquilo que é suportável para o nosso país.”

Motta prometeu encaminhar o tema ao Colégio de Líderes: “Vamos procurar levar a discussão para o Colégio de Líderes, que, junto com a presidência, define a pauta da Câmara dos Deputados, para verificar a possibilidade de pautá-lo. A Câmara exercerá o poder de decisão, se aprova ou não a matéria.”

Enquanto isso, seguem intocadas políticas como o Simples Nacional, a Zona Franca de Manaus e o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos. Todos são exemplos de renúncias criadas para fomentar setores estratégicos, mas que nunca passaram por avaliações rigorosas exigidas pela Constituição. O vácuo legislativo impede o controle e a racionalização desses benefícios, que seguem drenando bilhões do orçamento sem comprovar retorno efetivo à sociedade.

Fonte: Brasil 247

Polícia Federal prende caminhoneiro com mais de 600 kg de drogas na Rodovia Presidente Dutra

Apreensão ocorreu em Piraí após operação da DRE/RJ com apoio de agentes de Volta Redonda e uso de cães farejadores da PF

          (Foto: Polícia Federal/Divulgação )

Uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) resultou, na noite da última sexta-feira (7), na apreensão de mais de 600 quilos de drogas e de uma arma de fogo em um caminhão interceptado na Rodovia Presidente Dutra, no município de Piraí (RJ). Segundo informações divulgadas pela própria PF, a ação contou com o trabalho integrado das delegacias de Repressão a Drogas (DRE/RJ) e de Volta Redonda, e foi deflagrada com base em dados de inteligência repassados pela unidade da corporação no Paraná.

Durante a abordagem ao veículo, os agentes encontraram 600 quilos de maconha e 32 quilos de cocaína escondidos em meio a uma carga de produtos de limpeza. Cães farejadores do canil da DRE/RJ localizaram as caixas que ocultavam os entorpecentes. O motorista do caminhão, um paranaense de 39 anos, foi preso em flagrante. Com ele, também foi apreendido um revólver calibre .38 com numeração raspada.

De acordo com as investigações, o caminhão saiu de Santa Catarina com destino ao Espírito Santo, mas parte da droga seria distribuída em pontos do estado do Rio de Janeiro controlados por organizações criminosas. O material apreendido, o veículo e o suspeito foram levados à Superintendência da PF no Rio de Janeiro, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante. Em seguida, o preso foi transferido para o sistema penitenciário estadual e permanecerá à disposição da Justiça.

O caminhoneiro deverá responder pelos crimes de tráfico interestadual de drogas e porte ilegal de arma de fogo com numeração suprimida. Somadas, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

A apreensão integra uma série de ações coordenadas da DRE/RJ ao longo da Rodovia Presidente Dutra. Somente em 2025, mais de cinco toneladas de entorpecentes já foram retiradas de circulação na região, em operações que resultaram em diversas prisões e reforçaram a atuação da Polícia Federal no combate ao tráfico de drogas entre estados.

Fonte: Brasil 247

Além de Zambelli, veja outros políticos na lista de procurados da Interpol

                                     A deputada fujona Carla Zambelli – Foto: Reprodução

A Interpol incluiu a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com a medida, a parlamentar poderá ser presa ao entrar ou circular por qualquer um dos 196 países-membros da organização internacional.

A decisão consta de despacho assinado por Moraes, na última quarta-feira (4), no qual o ministro também determinou a prisão preventiva de Zambelli, o bloqueio de seus bens e o encerramento de seus perfis em redes sociais.

Além da deputada, outros agentes políticos brasileiros já foram incluídos na lista da Interpol ao longo dos anos.

Um dos casos mais conhecidos é o de Paulo Maluf, que permaneceu na lista por sete anos após ser acusado de desviar mais de US$ 11 milhões em fundos públicos. Em 2017, foi condenado por lavagem de dinheiro, e em março de 2024, a Suprema Corte da Suíça determinou a devolução de US$ 16,3 milhões ao Brasil, valores ligados ao ex-prefeito.

Paulo Maluf na lista de procurados da Interpol – Foto: Reprodução
Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, entrou na lista em 2013, acusado de envolvimento no mensalão. Mesmo com dupla cidadania, foi extraditado da Itália em 2015 e solto dois anos depois, quando teve a pena extinta pelo indulto presidencial assinado por Michel Temer.

A Interpol também rastreou investigados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Condenados pelos atos contra os Três Poderes fugiram da Argentina para países como Peru e Colômbia – no entanto, apesar de identificados, não houve difusão para esses casos, pois a Interpol considera esse tipo de crime como de natureza política.

Quatro brasileiras envolvidas nos ataques foram presas ao tentar cruzar ilegalmente a fronteira dos Estados Unidos. Três foram capturadas logo após a posse de Trump, em janeiro de 2025. Estima-se que mais de 30 foragidos deixaram a Argentina em grupos organizados, após o país começar a prender brasileiros com extradições solicitadas pelo STF.

Em 2022, o Supremo Tribunal Federal pediu à Interpol que incluísse Allan dos Santos na lista de procurados. A polícia internacional recusou o pedido por falta de informações. O influenciador, que fugiu para os EUA em 2020 e vive no país com o visto expirado, é investigado por crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa e incitação ao crime.

Outro caso de recusa envolveu Oswaldo Eustáquio, acusado de vandalismo em Brasília. A Justiça da Espanha negou sua extradição em abril de 2025, alegando perseguição política.

Fonte: DCM

sábado, 7 de junho de 2025

Fraude: Eduardo Bolsonaro tem OAB cancelada, mas se apresenta como advogado nos EUA


Reprodução do site da Ordem dos Advogados do Brasil mostrando o cancelamento da inscrição de Eduardo Bolsonaro

Apesar de estar com a inscrição cancelada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) foi apresentado como “advogado brasileiro” na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC). A edição do evento está marcada para os dias 28 e 29 de junho, em Miami, na Flórida, e contará com a participação do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como um dos palestrantes. Com informações do Metrópoles.

No material promocional que divulga sua presença, a CPAC descreve Eduardo como “advogado brasileiro, ativista e político”. No entanto, uma consulta ao Cadastro Nacional dos Advogados da OAB revela que seu registro consta como “cancelado”, conforme indicado em destaque na plataforma.

A publicação que anuncia a palestra do deputado o caracteriza da seguinte maneira: “Do Brasil para os Estados Unidos, Eduardo é um defensor global do livre mercado, do empreendedorismo e dos valores familiares. Uma voz expressiva do movimento libertário na América Latina, ele está mostrando ao mundo o poder da união e do propósito entre os latinos”.

Card de divulgação da participação de Eduardo Bolsonaro no CPAC, apresentando-se como advogado (lawyer). Reprodução

Sua palestra terá como tema “Liberdade econômica é a nossa revolução”. O evento, voltado para lideranças conservadoras latinas, é promovido pelo CPAC em parceria com o Latino Wall Street, uma organização que atua com latino-americanos no setor financeiro.

Desde fevereiro, Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos e afirmou que pretende continuar no país para articular, junto ao governo de Donald Trump, medidas contra o Supremo Tribunal Federal (STF), com foco especial no ministro Alexandre de Moraes. Jair Bolsonaro, seu pai, responde a processo por suposta tentativa de golpe de Estado e foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Mesmo estando fora do Brasil, Eduardo passou a ser cogitado por setores do PL como possível candidato nas eleições de 2026, já que o ex-presidente tem preferência por um nome de sua família como representante da direita no pleito.

Fonte: DCM

Moraes ordena extradição de Zambelli e oficializa cassação de mandato


                                      O ministro do STF Alexandre de Moraes. Foto: Divulgação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (7) que o Ministério da Justiça formalize o pedido de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que está na Itália após ter sido condenada a 10 anos de prisão.

Além disso, o magistrado comunicou à Câmara dos Deputados a perda de mandato da parlamentar e transformou sua prisão preventiva em definitiva.

Zambelli foi condenada em maio pela Primeira Turma do STF pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, no caso que envolve a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em colaboração com o hacker Walter Delgatti.

Ambos tiveram as penas confirmadas após recurso negado por unanimidade nesta sexta-feira (6), encerrando o processo penal. A decisão do ministro inclui o envio dos documentos necessários ao Ministério da Justiça para oficializar o pedido de extradição junto ao governo italiano, conforme tratado bilateral vigente entre os dois países.

Carla Zambelli ao lado doo hacker Walter Delgatti. Foto: Reprodução
Zambelli, que possui cidadania italiana, declarou ter deixado o Brasil na última semana e foi inserida na lista vermelha da Interpol, passando a ser procurada internacionalmente em 196 países.

Delgatti, condenado a 8 anos e 3 meses, já estava preso preventivamente e continuará detido com a execução definitiva da pena. A prisão preventiva de Zambelli, decretada na quarta-feira (5), agora passa a valer como prisão definitiva.

Além da pena de reclusão, a decisão do STF prevê a cassação do mandato de Carla Zambelli, que deve ser formalizada pela presidência da Câmara dos Deputados. O presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) foi comunicado oficialmente sobre a perda do cargo parlamentar neste sábado.

Zambelli nega ter ordenado a invasão e afirma que Delgatti agiu por conta própria. Já o hacker sustenta que atuou sob orientação da deputada, conforme alegações apresentadas no processo.

Fonte: DCM

Moraes aumenta em sete vezes número de prisões domiciliares dos golpistas do 8/1


                      O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

Sob pressão de parte da imprensa e da extrema-direita, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), multiplicou por sete o número de prisões domiciliares no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe promovida por bolsonaristas em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

Nos últimos dois meses, o número de pessoas em prisão domiciliar – entre réus e condenados – passou de 5 para 37, de acordo com dados divulgados pelo STF, entre 28 de março e 15 de maio deste ano. Nesse período, o número de presos provisórios (aqueles que cumprem prisão preventiva) diminuiu de 55 para 38, enquanto o de presos definitivos (já condenados pelo STF) aumentou de 84 para 90.

A concessão de prisões domiciliares por Moraes acelerou após o aumento das críticas sobre as penas impostas aos investigados do 8 de Janeiro. Algumas dessas críticas ocorreram no próprio STF, como durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 26 de março, quando o ministro Luiz Fux afirmou que se deparava com penas “exacerbadas” em algumas situações.

Fux fez referência ao caso da bolsonarista Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira que se tornou símbolo da direita contra os supostos “excessos de Moraes”. Ela foi presa por pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça em frente ao Supremo, em 8 de janeiro de 2023.

Após dois anos de prisão preventiva na Penitenciária Feminina de Rio Claro, em São Paulo, Débora foi colocada em prisão domiciliar por Moraes no final de março, antes mesmo da conclusão de seu julgamento, que resultou em uma condenação a 14 anos de prisão. A Primeira Turma do STF, em abril, chancelou a condenação.

A bolsonarista Débora Rodrigues dos Santos, que pichou a frase “perdeu, mané” na estátua “A Justiça” durante os atos golpsitas de 8 de janeiro, em Brasília. Foto: Reprodução

Pressão do Congresso

Em 9 de abril, o líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), intensificou a pressão sobre Moraes, pedindo que o ministro concedesse prisão domiciliar a 20 investigados, incluindo idosos com problemas de saúde e mães com filhos menores de idade. Seis pessoas da “lista de Zucco” foram beneficiadas com a prisão domiciliar, sendo que cinco delas já foram condenadas.

Essas pessoas têm idades entre 54 e 74 anos e apresentam problemas de saúde, como bronquite asmática, trombose, sopro cardíaco, hipertensão arterial, pancreatite, anemia, depressão e ansiedade.

Entre os beneficiados com prisão domiciliar, cinco foram condenados a penas que variam de 11 anos e 11 meses a 16 anos e 6 meses, enquanto um, o ex-policial militar Marco Alexandre Machado de Araújo, de 55 anos, ainda aguarda julgamento. Ele está preso na Papuda desde abril de 2023.

“Sem dúvida, a pressão do Parlamento contribuiu muito para esse arrefecimento do ministro Alexandre de Moraes, que nos últimos meses passou a rever a situação de dezenas de presos do 8 de Janeiro — muitos deles idosos, doentes, mulheres, condenados de forma absurda”, afirmou Zucco à coluna de Malu Gaspar, do Globo.

Fonte: DCM

STF vê conluio entre Moro e MP e anula atos da Lava-Jato contra Paulo Bernardo


O ex-ministro Paulo Bernardo, durante depoimento na Câmara dos Deputados — Foto: Agência Brasil

Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todos os atos da Operação Lava-Jato e do ex-juiz Sergio Moro que envolvem Paulo Bernardo, o ex-ministro das Comunicações. A medida foi tomada nesta sexta-feira (6) e extinguiu a ação penal que o ex-ministro respondia na 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, alegando “falta de justa causa”.

Toffoli atendeu ao pedido da defesa do político, que apontava a nulidade dos atos da Lava-Jato, citando um “acerto prévio entre acusação e juiz”, o que comprometeria a imparcialidade do processo. O ex-ministro e o advogado Guilherme de Salles Gonçalves, réus no mesmo processo, tiveram seus casos afetados pela decisão, que já havia declarado a nulidade de atos contra Gonçalves.

O STF concluiu que houve conluio entre o ex-juiz Moro e os integrantes do Ministério Público, o que resultou na anulação de todas as medidas tomadas nas operações Pixuleco 1 e 2, fases da Lava-Jato que envolviam Paulo Bernardo: “A existência de conluio entre o ex-Juiz Sérgio Moro e integrantes do Ministério Público (…) macula de nulidade os atos processuais praticados em desfavor do requerente”.

Fonte: DCM

VÍDEO – Zema compara moradores de rua a carros abandonados: “Têm que ser removidos”


                                       Romeu Zema em entrevista na Jovem Pan. Foto: reprodução

Em nova radicalização do discurso, visando a Presidência em 2026, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), comparou pessoas em situação de rua a veículos estacionados em locais proibidos. Durante entrevista à rádio Jovem Pan na quinta-feira (5), Zema defendeu a criação de uma lei nacional para lidar com a população de rua de forma análoga à remoção de carros irregulares.

“Quando você para um carro em lugar proibido, ele é removido, guinchado. Agora fica morador de rua às vezes na porta da casa de uma idosa, atrapalhando ela a entrar em casa, fazendo sujeira, colocando a vida dela de certa maneira em exposição. E não temos hoje nada no Brasil que é efetivo”, afirmou o governador.

Zema voltou recentemente de visita a El Salvador, onde elogiou as políticas de segurança do presidente Nayib Bukele, conhecido por prisões em massa e acusado de violar direitos humanos.

“O que eles fizeram lá é o que o Brasil tinha que fazer. Eles enquadraram organizações e facções criminosas como organizações terroristas. E aí prender todos”, disse Zema, defendendo o uso do Exército no combate ao crime.

Veja a entrevista a partir deste trecho: 


Zema, que busca se consolidar como pré-candidato à Presidência em 2026, tem intensificado o discurso alinhado ao bolsonarismo. Recentemente, ele relativizou a ditadura militar (1964-1985) e prometeu indultar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caso seja condenado por tentativa de golpe.

“Não foram concedidos indultos a assassinos e sequestradores aqui, durante o que eles chamam de ditadura? Agora você não vai conceder?”, disse o bolsonarista em entrevista à Folha.

Em 2023, o governador comparou estados do Norte e Nordeste a “vaquinhas” pouco produtivas e chegou a compartilhar frase do ditador fascista Benito Mussolini em suas redes sociais.

Enquanto adota retórica linha-dura, os índices de segurança pioraram em Minas durante sua gestão. Dados do Atlas da Violência mostram aumento de 3,2% na taxa de homicídios em 2023, enquanto o país registrou queda de 2,3%.

Além disso, o contingenciamento de R$ 1 bilhão afetou as polícias mineiras, com racionamento de combustível para viaturas e suspensão de treinamentos básicos.

Fonte: DCM com informações extraídas da entrevista concedida à Folha de S. Paulo

Contas de Zambelli são bloqueadas e valores surpreendem; saiba quanto


                 Carla Zambelli, bolsonarista foragida. Foto: reprodução

O banco Itaú bloqueou na sexta-feira (6) as contas bancárias e os cartões de débito e crédito da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), cumprindo determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida ocorre após a parlamentar fugir do Brasil para evitar o cumprimento de pena de 10 anos de prisão por invasão hacker ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O Itaú informou ao STF que encontrou apenas R$ 2.118,28 em uma conta corrente e R$ 5 em uma poupança em nome de Zambelli. Os valores são considerados baixos diante dos R$ 285 mil que a deputada afirmou ter arrecadado em uma “vaquinha” virtual antes da fuga.

As informações sobre os bloqueios, inicialmente sigilosas, foram divulgadas no site do STF por dez minutos, segundo a Folha de S.Paulo.

Zambelli deixou o Brasil após ser condenada pelo STF a dez anos de prisão em regime fechado e multa de R$ 2,1 milhões. Ela seguiu para os Estados Unidos e depois para a Itália, onde se encontra atualmente. Na sexta-feira, o Supremo manteve por unanimidade a condenação, transformando o mandado de prisão preventiva em ordem de captura para cumprimento efetivo da pena.

deputada Carla Zambelli (PL-SP) de óculos, em close, séria, olhando para o lado esquerdo
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) – Reprodução

A deputada foi incluída na lista de procurados da Interpol e teve seus bens bloqueados, incluindo imóveis, veículos, investimentos e criptomoedas. A Câmara dos Deputados também foi notificada para suspender repasses ao gabinete da parlamentar, que se licenciou do mandato e será substituída por seu suplente.

Ainda na quarta-feira (4), Moraes determinou a remoção de todos os perfis de Zambelli e de seu filho, João Zambelli, de 17 anos, das redes sociais. As plataformas afetadas incluem Facebook, Instagram, X, TikTok e YouTube.

Antes do bloqueio, Zambelli havia alterado os nomes de seus perfis para o de sua mãe, Rita, em uma tentativa de evitar a derrubada. A estratégia, no entanto, não impediu que os perfis fossem derrubados. Moraes também estipulou multa de R$ 50 mil por postagem que “reitere as condutas criminosas”.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo


Gleisi diz que direita está dividida para 2026 e vê anistia como derrota de Bolsonaro


  Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais. Foto: reprodução

Em entrevista à Folha de S.Paulo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que a direita chega dividida para a disputa de 2026. Gleisi também classificou o fracasso do projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro como a “maior derrota de Bolsonaro” e vê Lula forte para a disputa em 2026. Confira trechos:

O presidente Lula enfrenta alta rejeição. É possível revertê-la a tempo das eleições?

O patamar de 40% de aprovação a ele e ao governo é condição suficiente para uma boa disputa eleitoral. Tenho certeza que o governo vai melhorar. É mostrando o que está acontecendo para a população, os feitos do governo. Temos tempo para isso. (…)

O governo tem dificuldades no Congresso diante de uma base instável, apesar de partidos terem representantes na Esplanada. A sra. defende a demissão de indicados por siglas “infiéis”?

Sempre soubemos que não teríamos 100% de votação. Aliás, na nossa campanha foi assim. Fizemos uma aliança ampla com setores de partidos que não vieram inteiros conosco. O MDB veio uma parte, tinha candidatura da Simone [Tebet]; PSD veio uma parte; PP veio uma parte. Não adianta querer que agora venham 100% [dos votos]. A articulação com o Congresso, especialmente com os presidentes [Hugo] Motta e [Davi] Alcolumbre, tem sido excelente, pautada pelo compartilhamento de responsabilidades institucionais. (…)

Aliados do presidente divergem sobre a melhor estratégia para 2026. Uma ala defende que alguns ministros permaneçam no governo. Outros pregam o lançamento de todos que tenham potencial eleitoral. Qual é a sua opinião?

Defendo que todos que têm potencial eleitoral concorram. Precisamos ter chapas fortes, precisamos ter uma boa eleição para a Câmara, para o Senado. (…)

Gleisi Hoffmann e o presidente Lula. Foto: Rafaela Araújo/Folhapress

A associação do nome de Bolsonaro a Donald Trump pesa contra o ex-presidente?

Foi uma vergonha o que eles fizeram indo lá comemorar a vitória do Trump, depois uma vergonha usando bonezinho pró-Trump, depois uma vergonha defendendo as medidas que Trump estava tomando contra os outros países, inclusive contra o Brasil. É não defender o seu país. Não são nacionalistas nem um pouco. (…)

A sra. considera que o Tarcísio é o principal adversário em 2026?

Não faço avaliação sobre adversários. Aquele que vier, vamos enfrentar e vamos ganhar a eleição de qualquer. Eles têm um problema porque estão divididos, não sabem quem é o candidato deles, inclusive divididos dentro da família. Temos um candidato único, que é o Lula, e que é o melhor candidato. (…)

Esfriou o debate sobre o PL da Anistia no Congresso. A sra. acha que isso já está sepultado ou o governo ainda tem alguma estratégia de como evitar que o PL avance?

O fracasso do projeto da anistia é a maior derrota do Bolsonaro, que aliás vai sentar no banco dos réus a partir desta semana, que é o lugar onde ele merece estar no Estado democrático de Direito. Esse tema da anistia que interessava a ele —nós não estamos falando da moça do batom nem do pipoqueiro— está encerrado.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Folha defende Artigo 19 do Marco Civil e elogia voto de André Mendonça

Jornal critica decisões que derrubam perfis inteiros nas redes e alerta para risco de censura com ordens judiciais secretas e sem direito de defesa

                           Ministro do STF André Mendonça (Foto: Carlos Alves Moura/STF)

Em editorial publicado neste sábado (7), a Folha de S.Paulo defendeu o Artigo 19 do Marco Civil da Internet como um instrumento essencial para garantir a liberdade de expressão no Brasil. O jornal também elogiou o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, que, ao se posicionar sobre a responsabilização das plataformas digitais, reafirmou a importância do texto legal aprovado em 2014 após amplo debate no Congresso e na sociedade civil.

Segundo a Folha, Mendonça foi o único entre os quatro ministros que já votaram — ao lado de Dias Toffoli, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso — a reconhecer explicitamente a constitucionalidade do Artigo 19. O dispositivo determina que provedores só podem ser responsabilizados judicialmente por conteúdos de terceiros se se recusarem a cumprir ordens de remoção emitidas pela Justiça. Para o jornal, essa previsão assegura “a ampla garantia à expressão” ao confiar ao Judiciário, e não às plataformas, o poder de decisão sobre a exclusão de conteúdos.

“A Justiça não deveria agir para derrubar perfis inteiros das redes sociais”, afirmou Mendonça em seu voto, criticando práticas que se tornaram recorrentes por meio de decisões do ministro Alexandre de Moraes. O magistrado defendeu que sejam removidas apenas as publicações específicas que infringem a lei, e não os canais inteiros de comunicação dos autores. Ele também destacou que os alvos dessas medidas devem ter acesso às acusações para que possam exercer seu direito de defesa.

O editorial da Folha considera “abominável” a emissão de ordens judiciais secretas, sem que o acusado tenha sequer conhecimento do que motivou a decisão. Para o jornal, tais práticas evocam “as piores práticas do absolutismo monárquico” da Europa dos séculos XVI e XVII, além de ferirem os princípios fundamentais do devido processo legal.

A publicação lamenta que o voto de Mendonça, baseado em “bom senso e rigorosa aderência aos princípios constitucionais”, esteja em minoria no Supremo. O jornal critica a tendência da Corte de relativizar a liberdade de expressão em nome de interpretações subjetivas sobre as transformações tecnológicas e sociais, e alerta para o risco de o Judiciário invadir as atribuições do Congresso Nacional — o qual já legislou sobre o tema em 2014, ao aprovar o Marco Civil da Internet.

Por fim, a Folha conclui que qualquer regulamentação da comunicação deve respeitar os princípios constitucionais, sob pena de ser banida do ordenamento jurídico brasileiro. “O regime constitucional brasileiro assegura a ampla liberdade de expressão e proíbe categoricamente a censura”, reforça o editorial.

Fonte: Brasil 247

BC publica regras para evitar fraudes por empresas no Pix automático

Ferramentas de segurança obrigam bancos a checar dados e histórico de empresas que receberão pagamentos recorrentes via Pix automático

                                  Banco Central do Brasil (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Previsto para ser lançado no próximo dia 16, o Pix automático recebeu um conjunto de medidas de segurança para proteger os usuários de fraudes praticadas por empresas. O Banco Central (BC) anunciou nesta semana novas exigências para instituições financeiras e de pagamento que ofertarem a funcionalidade, determinando que realizem verificações rigorosas sobre a idoneidade das empresas recebedoras. A informação foi divulgada pela Agência Brasil.

De acordo com as normas definidas pelo BC, bancos e instituições de pagamento que participam do sistema Pix deverão checar a confiabilidade das empresas que desejarem oferecer cobranças por Pix automático. A verificação deve ser feita em três frentes: dados cadastrais da empresa, compatibilidade entre sua atividade econômica e os serviços oferecidos, e o histórico de relacionamento com o sistema financeiro.

A análise cadastral incluirá, por exemplo, a data de inscrição da empresa no CNPJ, a situação dos sócios e administradores junto ao CPF, o tipo de capital (público ou privado), a natureza jurídica, a CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) e outras informações relacionadas à atividade empresarial.

Além disso, será exigido o cruzamento de dados para verificar se a atividade econômica condiz com o serviço oferecido via Pix automático. Outros critérios de análise incluem o número de funcionários, o capital social e o faturamento da empresa. Já no campo do histórico, instituições financeiras deverão observar o tempo de abertura da conta e a frequência das transações realizadas, especialmente quando a empresa atuar como provedora de contas transacionais.

◉ Funcionamento do Pix automático

Apresentado oficialmente na última terça-feira (4), o Pix automático foi desenhado para facilitar pagamentos recorrentes entre pessoas físicas e empresas. A nova modalidade permitirá que o pagador autorize previamente o débito automático, definindo regras como valor máximo por cobrança.

Antes de cada débito, a empresa enviará uma cobrança ao banco do cliente, que agendará o pagamento e notificará o usuário para conferência dos dados. O serviço será gratuito para a pessoa pagadora.

◉ Diferença em relação ao Pix agendado

O Pix automático se distingue do Pix agendado recorrente, modalidade obrigatória para todos os bancos desde outubro de 2024. Embora também permita pagamentos recorrentes, o Pix agendado exige que o cliente informe manualmente valores, periodicidade e número de parcelas, o que aumentava o risco de erro. No Pix automático, essas definições cabem ao recebedor, e o pagador apenas autoriza previamente os débitos — tornando o processo mais automatizado e seguro.

Com a adoção dessas novas regras, o Banco Central busca consolidar o Pix como uma plataforma segura e funcional também para cobranças recorrentes, ampliando sua presença no cotidiano dos brasileiros sem abrir brechas para fraudes.

Fonte: Brasil 247 com informações do Agência Brasil

Lula propõe que França apresente alternativa para destravar acordo UE-Mercosul

Durante visita a Paris, presidente brasileiro afirma que, se há impasses no tratado, cabe à União Europeia sugerir nova proposta

                                             Lula e Emmanuel Macron (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Em visita oficial à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (7) que, caso o presidente francês Emmanuel Macron veja problemas no acordo entre o Mercosul e a União Europeia, cabe a ele apresentar uma proposta alternativa aos países envolvidos. A declaração foi feita durante compromissos em Paris e foi divulgada pelo portal UOL.

Lula enfatizou que o acordo envolve 31 países e que, se há objeções, "deve fazer uma proposta ao conjunto de países que integram os blocos". Ele reiterou seu compromisso de concluir o tratado até o fim de sua presidência rotativa do Mercosul, no final de 2025.

O presidente brasileiro também destacou que o acordo seria uma resposta "ao unilateralismo de Trump", referindo-se às políticas protecionistas adotadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos.

Durante a visita, Lula pediu a Macron que "abra o coração" para o Brasil e conclua o acordo comercial, que enfrenta resistência por parte da França.

O acordo entre o Mercosul e a União Europeia está em negociação há mais de duas décadas e enfrenta obstáculos, principalmente devido a preocupações ambientais e ao impacto nas agriculturas locais. A França tem sido uma das principais opositoras, alegando que o tratado é "antiquado" e "incoerente" com as políticas ambientais europeias.

Lula, no entanto, mantém o otimismo e acredita que é possível chegar a um consenso que beneficie ambas as partes, promovendo o crescimento econômico e fortalecendo os laços entre os blocos.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Preço da gasolina cai menos que o esperado e repasse ao consumidor ainda é tímido

Petrobras estimava redução de R$ 0,12 por litro, mas pesquisas da ANP e ValeCard mostram que queda real nos postos foi bem inferior na primeira semana

         Posto de combustíveis da Petrobrás (Foto: Agência Brasil )

Apesar do corte anunciado pela Petrobras no início da semana, o preço da gasolina ainda não apresentou a redução esperada nas bombas. Segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), divulgado nesta sexta-feira (7), o preço médio do litro caiu apenas R$ 0,02, chegando a R$ 6,25 — bem abaixo dos R$ 0,12 por litro estimados pela estatal como impacto do reajuste. O dado é corroborado por pesquisa da ValeCard, empresa especializada em gestão de frotas, que identificou queda nos preços apenas em dez estados, sendo superior a R$ 0,05 em apenas três deles.

A informação foi publicada pela Folha de S.Paulo e expõe um impasse antigo entre os diferentes elos da cadeia de combustíveis: a Petrobras alega que a redução nos preços demora a chegar ao consumidor, enquanto sindicatos de postos afirmam que o problema está nas distribuidoras. “Em reduções recentes do diesel, as principais distribuidoras não repassaram a baixa na íntegra”, declarou o Paranapetro, sindicato dos postos do Paraná, em nota divulgada após o anúncio da Petrobras. A entidade afirma que a velocidade do repasse depende dessas empresas intermediárias.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, também tem pressionado o setor. Nesta semana, ela incentivou os consumidores a cobrarem diretamente os postos por reduções mais rápidas no preço da gasolina. As críticas da executiva se somam a outras feitas anteriormente, quando houve demora semelhante na queda do preço do diesel após cortes promovidos pela empresa.

De acordo com a ANP, desde o pico de R$ 5,72 por litro registrado no início de fevereiro, o preço médio do diesel vendido pelas distribuidoras caiu R$ 0,37. No entanto, nos postos, a queda acumulada desde o fim daquele mês é de apenas R$ 0,39, mostrando que boa parte da redução de preço só chega ao consumidor final de forma parcial e com atraso.

Na última semana, o ritmo de redução foi ainda mais tímido. O diesel S-10, por exemplo, teve queda de apenas R$ 0,01, sendo vendido a R$ 6,05 por litro. O etanol hidratado também teve leve recuo de R$ 0,03, fechando a semana a R$ 4,24 por litro. O preço do biocombustível tem sido influenciado pela entrada da safra de cana-de-açúcar no mercado.

A lentidão no repasse tem implicações macroeconômicas. Como a gasolina tem grande peso no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), sua redução afeta diretamente o índice oficial de inflação. O economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia que, se a queda de R$ 0,12 estimada pela Petrobras for de fato sentida nos postos, o impacto pode ser de -0,10 ponto percentual no IPCA.

O cenário, porém, continua incerto. Diante da cadeia complexa e descentralizada de distribuição de combustíveis no Brasil, o repasse dos cortes anunciados pela Petrobras pode demorar mais do que o desejado — ou nem acontecer integralmente. Enquanto isso, consumidores seguem pagando quase os mesmos valores de antes do reajuste, e o potencial de alívio nos preços permanece travado entre distribuidoras e revendedores.

Fonte: Brasil 247