O presidente Lula reuniu seus 38 ministros nesta terça (26), no Palácio do Planalto, para alinhar a execução de ações prioritárias do governo até 2026. O encontro, cuja abertura foi transmitida pela imprensa, serviu também de palco para novas críticas sobre a guerra em Gaza e contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
As críticas de Lula ganharam força após declarações recentes do ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, que atacou o petista por sua postura em relação ao conflito no Oriente Médio, chamando-o de “antissemita declarado e apoiador do Hamas”.
Lula apontou que o Brasil não aceita ser tratado como um país inferior em negociações internacionais. “Somos um país soberano, temos uma constituição, uma legislação, quem quiser entrar, no nosso espaço, tem que prestar contas à nossa Constituição e à nossa legislação”, disse o petista.
Segundo ele, ministros como Geraldo Alckmin (vice-presidente e chefe da pasta de Desenvolvimento), Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) trabalham continuamente para negociar em condições de igualdade, mas nunca em posição de submissão.
“Estão 24 horas por dia à disposição de negociar com quem quer que seja o assunto que for, sobretudo na questão comercial. Estamos dispostos a sentar na mesa em igualdade de condições. O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fôssemos subalternos. Isso nós não aceitamos de ninguém”, prosseguiu.
As críticas de Lula ganharam força após declarações recentes do ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, que rebateu a postura brasileira em relação ao conflito no Oriente Médio. Para Lula, é inaceitável que interesses externos tentem ditar a política nacional. Ele reforçou que o Brasil está disposto a dialogar, mas não a abrir mão de sua independência.
O presidente também aproveitou a reunião para detonar a família Bolsonaro, especialmente o deputado Eduardo (PL-SP). Ele voltou a classificá-lo como “traidor da pátria” por sua articulação golpista nos Estados Unidos para interferir no julgamento do pai, Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF).
“É, possivelmente, uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus. Não conheço na história desse país algum momento em que um traidor da pátria teve a desfaçatez de mudar para o país, que ele está adotando como pátria, negando a sua pátria e tentando insuflar o ódio de alguns governantes americanos contra o povo brasileiro”, acrescentou.
Durante o encontro, Lula disse acreditar que Eduardo já deveria ter sido cassado pela Câmara dos Deputados e pediu que seus ministros passem a reforçar, em entrevistas e pronunciamentos, a defesa da soberania nacional. “Se a gente gostasse de imperador, não tinha acabado com o Império”, acrescentou.
Além das questões políticas e diplomáticas, o presidente tratou de projetos centrais de seu mandato. Entre eles, está a proposta que isenta do Imposto de Renda (IR) trabalhadores que ganham até R$ 5 mil, cuja aprovação depende do Congresso. O avanço das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também está entre as prioridades.
O governo monitora ainda os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Diante da dificuldade em negociar com Washington, Lula orientou sua equipe a buscar alternativas em outros mercados e fortalecer parcerias comerciais.
Fonte: DCM
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