Pré-candidatos como Caiado, Zema, Leite e Ratinho Jr. ensaiam aliança e testam viabilidade eleitoral diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro
Com Jair Bolsonaro (PL) inelegível, nomes da direita que aspiram disputar a presidência da República em 2026 intensificam articulações em busca de protagonismo. Segundo o jornal O Globo, os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG), Eduardo Leite (PSDB-RS) e Ratinho Junior (PSD-PR) têm atuado para formar uma frente alternativa à liderança do ex-presidente, que insiste em se manter como principal candidato contra o presidente Lula (PT).
Nos bastidores, o movimento é descrito como uma tentativa de pressionar Bolsonaro a reconhecer a emergência de novas lideranças e a ceder espaço para outros nomes do campo conservador. Embora ainda falem em candidaturas distintas no primeiro turno, os quatro governadores já demonstram disposição para unificar forças em uma eventual disputa em segundo turno contra Lula.
◎ Ensaios de aliança e sinais públicos - Eventos recentes nos quais os governadores estiveram juntos, como encontros ligados ao agronegócio em Uberaba (MG) e Ribeirão Preto (SP) — redutos bolsonaristas nas eleições de 2022 —, evidenciam o esforço conjunto. Para aliados desses gestores estaduais, a ideia é apresentar ao eleitorado conservador uma imagem de unidade, mostrando que há coesão entre os candidatos da direita, independentemente de quem venha a ser o escolhido.
"A manutenção de várias candidaturas é mais estratégica, porque todos nós estaremos trabalhando", afirmou Ronaldo Caiado, sinalizando que o plano de voo para o primeiro turno ainda prevê voos solo, com convergência no segundo.
◎ A disputa interna e o peso das pesquisas - Caiado já lançou sua pré-candidatura à Presidência e conta com o respaldo de seu partido, o União Brasil, que recentemente firmou uma federação com o PP, de Ciro Nogueira. Embora sua postulação esteja oficializada, lideranças das duas legendas condicionam sua manutenção a um desempenho mínimo de 10% nas pesquisas ainda em 2025. A avaliação interna é de que, se não atingir essa marca, a candidatura perde viabilidade.
Apesar disso, lideranças tanto do União Brasil quanto do PP reconhecem que o governador goiano enfrenta dificuldades para se consolidar como um nome competitivo. O nome mais citado como “candidato de consenso” dentro da federação é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto como uma figura que agrega apoio do centro e que não carrega o peso do radicalismo associado a Bolsonaro.
Lideranças da federação destacam que Tarcísio tem boa aceitação no Congresso e seria mais palatável aos parlamentares do que o próprio Bolsonaro. O líder do PP na Câmara, deputado Doutor Luizinho (RJ), destacou a necessidade de a federação apoiar um nome competitivo, com vistas não apenas à disputa presidencial, mas também ao fortalecimento das bancadas legislativas. “Nosso objetivo é ser grande no parlamento, se estivermos do lado de uma candidatura que não seja viável, pode prejudicar os deputados e senadores”, disse.
Fora da federação, mas igualmente envolvido nas tratativas, o governador Ratinho Junior defende abertamente a construção de um projeto nacional. “É dever da minha geração apresentar um projeto de Brasil para o futuro. Temos grandes nomes no cenário eleitoral e precisamos construir alianças em torno de uma transformação”, afirmou.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo