sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Veja a lista dos 10 maiores doadores de Jair Bolsonaro, que recebeu R$ 44 milhões

O próprio partido do ex-mandatário, uma empresa de saúde e outra do agronegócio foram as três principais doadoras. Confira o ranking na íntegra

Jair Bolsonaro em casa, em Brasília, durante prisão domiciliar determinada pelo STF (Foto: Reuters)

O PL foi o principal doador de recursos para Jair Bolsonaro (PL) no período de 1º de março de 2023 a 5 de junho de 2025. O partido transferiu R$ 1,1 milhão para as contas do ex-mandatário, que tenta conseguir mais dinheiro para possíveis investimentos em mobilizações e em deslocamentos, com o objetivo de ter mais apoio de políticos e da população no sentido de pressionar o Supremo Tribunal Federal a anistiar pessoas envolvidas em planos golpistas.

A Polícia Federal obteve a lista dos maiores doadores com base em números do Conselho do Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Bolsonaro recebeu cerca de R$ 44,3 milhões em suas contas em pouco mais de dois anos, de grandes valores a transferências menores, por PIX. O ranking foi publicado nesta sexta-feira (22) no Portal Uol.

Atualmente, Bolsonaro é réu no inquérito da trama golpista, cumpre medidas cautelares e será julgado em 2 de setembro. A segunda maior doadora do ex-mandatário foi a Onco Star SP. A empresa do setor da saúde, da Rede D'Or São Luiz, do médico Jorge Moll Filho, transferiu R$ 50.000. Em terceiro lugar ficou Rogério Martins Berti, empresário do agronegócio, de SP (R$ 34.6 mil).

O quarto maior doador foi José Alves Filhos, sócio da farmacêutica Vitamedic, de GO (R$ 19.001,00). Na quinta posição apareceu Marcos C. de Oliveira Venda, com R$ 14.132,00. Ele é da empresa Shoppinteligente, varejista de material elétrico, de SP).

Na sexta colocação ficou José Luiz Calheiros de Albuquerque* (R$ 10,1 mil), seguido por Pedro R. Antunes Freitas* (R$ 9,9 mil), e por João Bosco Jofre* (de SP), com R$ 9.001,00.

Em novo lugar ficou Sérgio Cardoso de Almeida Neto (empresário do setor imobiliário, de SP). Ele transferiu R$ 4.900,00. Outro empresário - Sérgio Cardoso de Almeida Filho (do agronegócio, de SP) doou R$ 4.900,00.

Entenda

A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em mais uma frente de investigação que revela a articulação da extrema direita contra a democracia. Segundo os investigadores, o pastor Silas Malafaia teria orientado a família Bolsonaro a pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de anistia para envolvidos nas tentativas de golpe de Estado. Embora não figure como alvo formal do inquérito, o religioso tem se notabilizado nos últimos anos como um dos mais fiéis apoiadores de Jair Bolsonaro.

No processo que apura a tentativa de ruptura institucional, conduzido no STF, Jair Bolsonaro será julgado no próximo dia 2 de setembro. O ex-presidente encontra-se em prisão domiciliar e responde a medidas cautelares por risco de fuga e por tentativas de atrapalhar as investigações.

As apurações revelam ainda que Bolsonaro e seu filho mantêm interlocução direta com aliados do presidente norte-americano Donald Trump, em um movimento de interferência estrangeira contra o Brasil. Desses contatos resultaram medidas hostis contra o país: um tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos e a suspensão de vistos de ministros do STF para entrar em território norte-americano.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre o plano golpista, tornou-se o principal alvo dessa ofensiva da extrema direita norte-americana. Além do aumento de tarifas e da suspensão de vistos, Washington anunciou a aplicação da chamada Lei Magnitsky contra o magistrado — instrumento criado em 2012 e ampliado em 2016 para permitir que os EUA imponham sanções unilaterais a cidadãos de outros países, sob acusação de corrupção ou violação de direitos humanos, mesmo sem decisão judicial.

Na prática, a medida determina o bloqueio de eventuais bens ou ativos financeiros do ministro em território norte-americano e proíbe que instituições financeiras dos EUA realizem transações em seu nome. A decisão, porém, foi recebida com desdém por Moraes, que afirmou a interlocutores que não possui qualquer patrimônio nos Estados Unidos.

As sanções impostas pelos EUA contra o Brasil e contra integrantes do Supremo reforçam a escalada de ataques da extrema direita internacional à soberania nacional e às instituições democráticas brasileiras. Ao mesmo tempo, evidenciam o alinhamento entre o bolsonarismo e o trumpismo em uma estratégia conjunta de desestabilização política e econômica.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

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