O preço da cesta básica registrou queda em 15 das 27 capitais brasileiras em julho, enquanto 12 cidades tiveram alta, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos divulgada pelo Dieese em parceria com a Conab. Esta foi a primeira vez que o levantamento contemplou todas as capitais e o Distrito Federal e não apenas 17 municípios.
As reduções mais expressivas ocorreram em Florianópolis (-2,6%), Curitiba (-2,4%), Rio de Janeiro (-2,3%) e Campo Grande (-2,1%). Já as maiores altas foram registradas em capitais do Nordeste, como Recife (2,8%), Maceió (2%), Aracaju (2%) e João Pessoa (1,8%).
Apesar das variações, São Paulo continua liderando o ranking da cesta básica mais cara, com custo de R$ 865,90. Na sequência aparecem Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48). Já os menores valores foram encontrados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74) e Salvador (R$ 635,08).
A comparação entre julho de 2024 e julho de 2025 mostrou aumento em todas as 17 capitais que já participavam da pesquisa, com variação de 2% em Belém até 19,5% em Recife. No acumulado de 2025 até julho, também houve alta em todas as cidades analisadas, de 0,3% em Goiânia a 11,4% em Recife.

Com base na cesta mais cara, em São Paulo, o Dieese estimou que o salário mínimo ideal em julho deveria ser de R$ 7.274,43 para atender às necessidades de uma família de quatro pessoas. Esse valor equivale a 4,79 vezes o salário mínimo em vigor, de R$ 1.518. Atualmente, um trabalhador que recebe o piso nacional comprometeu 50,9% da renda líquida para adquirir a cesta básica.
Entre os produtos analisados, arroz, feijão e café tiveram quedas em várias capitais. O arroz caiu até 7,1% em Porto Velho, enquanto o feijão apresentou retração em 24 cidades, com destaque para Vitória (-6,9%) e Florianópolis (-5,2%). O café em pó recuou em 21 capitais, como Belo Horizonte (-8,1%).
Já a carne bovina de primeira teve comportamento misto: alta em 11 capitais, como Boa Vista (2%) e Salvador (1,8%), e queda em 16, sendo a maior em Belém (-2,9%). O Dieese destacou que a demanda externa continua forte, mas o ritmo mais lento de abate e as tarifas de 50% dos EUA sobre a carne brasileira têm impactado os preços no mercado interno.
Fonte: DCM
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