Militares acompanham aproximação de frota americana e analisam possíveis reflexos no Brasil, especialmente no fluxo migratório pela fronteira
As Forças Armadas brasileiras estão em alerta diante da movimentação de navios militares dos Estados Unidos rumo à costa da Venezuela. Segundo o jornal O Globo, a preocupação central da cúpula militar é compreender se a mobilização estadunidense poderá gerar reflexos diretos no território brasileiro, sobretudo em Roraima, estado que faz fronteira terrestre com o país vizinho.
A mobilização dos EUA ocorre em meio ao deslocamento de uma frota equipada com o sistema de combate Aegis, que conta com mísseis guiados. Em resposta, o presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou a ativação de 4,5 milhões de voluntários em todo o território nacional. Ele classificou a movimentação dos EUA como “ameaça” e sinalizou que reagirá caso haja uma investida militar contra o país.
O Brasil divide 2.199 quilômetros de fronteira com a Venezuela, sendo 90 km por terra e o restante por divisor de águas. Ainda de acordo com a reportagem, o Exército acompanha a situação de forma cautelosa e avalia se será necessário reforçar a presença de tropas em Roraima. Até o momento, tanto o governo federal quanto as Forças Armadas têm evitado declarações públicas sobre o tema, optando por uma postura de discrição diante do cenário geopolítico delicado.
Questionada sobre a movimentação da frota, a porta-voz do governo estadunidense, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente Donald Trump está disposto a utilizar “toda a força” no combate ao narcotráfico. “O regime de Maduro não é o governo legítimo da Venezuela, é um cartel narcoterrorista”, declarou Leavitt. Ainda segundo ela, “o presidente Trump tem sido muito claro e consistente: ele está preparado para usar todo elemento da força americana para parar a entrada de drogas no nosso país e levar os responsáveis à Justiça”.
Enquanto observa a escalada no Caribe, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avalia que o momento exige cautela. Interlocutores do Planalto lembram que a Casa Branca tem adotado medidas hostis contra o Brasil, como o aumento de tarifas de importação em 50%, sanções financeiras a autoridades e críticas ao Judiciário brasileiro pelo julgamento de Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado.
Para aliados de Trump, a estratégia norte-americana tem como objetivo derrubar Nicolás Maduro, a quem Washington classifica como “ditador” e “narcotraficante”. O líder venezuelano, que não teve sua reeleição reconhecida por diversos países — entre eles o Brasil, em julho de 2024 —, enfrenta crescente isolamento internacional após a contestada vitória sobre o opositor Edmundo González.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário