sábado, 23 de agosto de 2025

Conheça o conteúdo do pen drive apreendido pela PF no banheiro de Bolsonaro


O ex-presidente Jair Bolsonaro ao ser conduzido durante a operação da PF. Foto: Reprodução

Em 18 de julho, a Polícia Federal encontrou um pen drive dentro do banheiro do quarto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante operação de busca que resultou na determinação do uso de tornozeleira eletrônica. O dispositivo havia passado por tentativas de exclusão de arquivos antes da apreensão, mas nada considerado relevante para o inquérito foi recuperado. Com informações do Metrópoles.

O material foi submetido à perícia, que concluiu que apenas poucos documentos puderam ser acessados. Por não apresentarem utilidade para as investigações, o pen drive não foi citado no relatório final que indiciou Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Entre os arquivos restantes estavam catálogos em PDF de uma empresa de Santa Rita do Passa Quatro (SP), a Medicalfix, fabricante de equipamentos médicos e odontológicos. Um dos sócios, o dentista Mário Roberto Perussi, é amigo próximo de Jair e Eduardo Bolsonaro.

A investigação identificou que os arquivos foram gravados em 21 de agosto de 2024, um dia antes de um encontro em que Bolsonaro, Eduardo e Perussi participaram. Segundo o próprio empresário, a reunião tratou de estratégias para ampliar a competitividade de indústrias brasileiras frente a importações e discutir ajustes tributários que favorecessem o setor.

A Polícia Federal levantou a hipótese de que Perussi teria entregue o dispositivo ao ex-presidente durante essa reunião. Apesar disso, a corporação não encontrou contratos da Medicalfix com o governo federal ou com o estado de São Paulo. A empresa, no entanto, mantém acordos com o município em que está sediada, firmados entre 2019 e 2025.

Um dos arquivos da empresa Medicalfix encontrados no pendrive. Foto: Reprodução/PF

Como o conteúdo não estava relacionado ao objeto principal do inquérito contra Bolsonaro e Eduardo, a PF optou por não incluir o material em seu relatório final. O pen drive segue sob custódia.

Na mesma operação de julho, agentes localizaram no porta-luvas de um dos veículos de Bolsonaro anotações manuscritas sobre a delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Essas anotações, descritas como uma “linha do tempo” da colaboração premiada, não foram anexadas ao inquérito por coação, mas chamaram a atenção dos investigadores.

Os registros traziam menções a autoridades, supostas reuniões, valores recebidos e hipóteses sobre decretos. Havia ainda frases como “Plano de fuga – do GSI caso a Presidência fosse sitiada” e observações sobre ministros do Supremo. Os investigadores apontam que os rabiscos podem ter sido feitos pelo próprio Bolsonaro durante o interrogatório de Cid no STF, em junho.

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

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