Melhora na avaliação do governo foi captada em pesquisas internas: "a oposição deu um presente para o governo”, diz um ministro
Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia em Brasília - 30/06/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
A reação do governo Lula (PT) à derrubada do decreto do IOF pelo Congresso Nacional, marcada por uma contundente defesa dos mais pobres diante dos interesses do mercado financeiro, provocou efeitos além da crise política: ministros comemoram, nos bastidores, uma suposta melhora na avaliação do governo, apontada por pesquisas internas encomendadas por bancos, informa Igor Gadelha, do Metrópoles.
Ainda que a crítica aberta ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tenha sido contida publicamente por auxiliares do presidente, internamente a percepção é de que a oposição deu munição para um discurso com forte apelo social. “Uma semana de campanha ‘ricos contra pobres’ funcionou. A oposição deu um presente para o governo”, disse, sob reserva, um ministro com influência direta sobre a estratégia do Planalto.
As chamadas pesquisas tracking, usadas por bancos e partidos para medir oscilações quase diárias na percepção da opinião pública, não são registradas no TSE nem divulgadas oficialmente. Mas circulam com frequência entre ministros e aliados. De acordo com interlocutores, os dados recentes desses levantamentos indicam melhora na aprovação do governo Lula desde a queda do IOF, sobretudo entre eleitores de baixa renda e nas regiões Nordeste e Norte.
◇ Caminho para 2026: discurso social entra no radar - Mais do que um alívio momentâneo em meio às pressões por ajuste fiscal e cortes de gastos, a reação positiva captada nos trackings reacende o debate sobre qual discurso deve nortear a caminhada rumo à eleição presidencial de 2026. O confronto simbólico entre os interesses dos ricos e os direitos dos pobres pode voltar a ser central na narrativa.
Essa estratégia não é nova: foi fundamental na campanha de Lula em 2002. A crise recente — provocada pela revogação do decreto que elevava o IOF para financiar políticas públicas — forneceu ao governo um novo pretexto para reativar a retórica da desigualdade, com resultados perceptíveis, ainda que não mensurados oficialmente por institutos.
◇ Oposição pode ter reforçado a pauta do governo - A derrota do governo no Congresso, com o revés do IOF, não foi vista como um tropeço isolado. Ao barrar o aumento da alíquota do imposto, os parlamentares da oposição acabaram oferecendo ao governo um terreno fértil para contrastar seus valores com os de seus adversários.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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