União Brasil e Progressistas lançam vídeo em tom alarmista contra a reforma do Imposto de Renda, mas projeto busca justiça fiscal
Em reação à campanha do PT sobre a proposta de reforma do Imposto de Renda, a União Progressista — federação que une União Brasil e Progressistas — publicou um vídeo nas redes sociais com críticas ao tamanho do Estado, às despesas públicas e ao que classificam como “estatais que só dão prejuízo”. A peça, gerada por inteligência artificial, usa metáforas visuais com trabalhadores puxando sacos pesados em carros de boi, representando impostos e preços de alimentos, enquanto figuras de terno acrescentam mais peso.
O vídeo dos partidos de direita foi publicado pelos perfis do União Brasil e do seu presidente, Antonio Rueda, em parceria com o Progressistas e seu líder, senador Ciro Nogueira (PI). A narração afirma: “O povo não aguenta mais carregar peso de um governo com quase 40 ministérios, um governo que aumentou as despesas, não para nós, mas pra eles, a ‘companheirada’” — num discurso que tenta colar a imagem do governo federal ao excesso e ao desperdício, segundo informa o Valor.
No entanto, o que a campanha ignora é o objetivo central da proposta petista: promover justiça fiscal. O projeto em tramitação na Câmara prevê isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais, além da redução de alíquota para a faixa de até R$ 7 mil e a introdução de uma cobrança mínima sobre as altas rendas. Isso permite desonerar assalariados e corrigir distorções históricas, fazendo com que bilionários, bancos e casas de apostas — setores com lucros exorbitantes — passem a contribuir de forma mais justa.
Em sua campanha, o PT também usou recursos de inteligência artificial. Um dos vídeos mostra que “quem vive de salário sempre carregou o maior peso dos impostos”, enquanto os ricos, representados por homens de terno, carregam sacos menores. Ao final, o narrador afirma: “Taxação BBB: Bilionários, bancos e bets. Novo IR é justiça histórica, justiça de verdade. Mostre que você tem inteligência, mas não é artificial. Lute por justiça, espalhe esse vídeo por aí”. A reação do União Progressista busca atacar o discurso do governo federal. No vídeo oposicionista, o narrador diz: “Agora querem nos taxar ainda mais. o governo do PT deveria tirar o peso das nossas costas e cortar o desperdício. A gente não se engana, tudo o que eles dizem é artificial, até a inteligência das propagandas”.
Embora o discurso liberal busque capitalizar o descontentamento da população com a inflação e o custo de vida, a proposta de reforma tributária responde a uma demanda histórica por equidade fiscal. Hoje, quem está no topo da pirâmide paga proporcionalmente menos que os trabalhadores formais, graças a isenções e brechas legais. A nova política pretende inverter essa lógica, desonerando os assalariados e cobrando mais de quem lucra com dividendos, fundos exclusivos e grandes fortunas.
Paralelamente à disputa de narrativas, o Congresso aprovou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que derruba o aumento do IOF decretado pelo Executivo, surpreendendo o Palácio do Planalto. A Advocacia-Geral da União (AGU) avalia medidas jurídicas para restaurar a vigência do decreto. O Psol, por sua vez, acionou o Supremo Tribunal Federal com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra o PDL.
Diante do embate, cresce o debate sobre quem deve financiar o Estado. A proposta do governo federal busca exatamente isso: fazer com que os mais ricos contribuam de maneira proporcional à sua renda. Tributar bilionários e lucros exorbitantes não é penalizar o sucesso, mas garantir que todos cumpram sua parte na construção de um país mais justo e equilibrado.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Valor
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