sexta-feira, 16 de maio de 2025

Desemprego no 1º trimestre sobe em 12 estados e alcança 7% da população, diz IBGE

Pernambuco, Bahia e Piauí lideram as maiores taxas, enquanto Santa Catarina, Rondônia e Mato Grosso se destacam com os menores índices

Carteira de trabalho (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A taxa de desocupação no Brasil atingiu 7,0% no primeiro trimestre de 2025, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado representa um aumento em relação ao último trimestre de 2024, quando a taxa foi de 6,2%. Esse crescimento foi registrado em 12 das 27 Unidades da Federação, enquanto as demais mantiveram seus números estáveis. Pernambuco, com 11,6%, Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%) apresentaram as maiores taxas de desocupação, enquanto Santa Catarina (3,0%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%) registraram os menores índices.

William Kratochwill, analista da pesquisa, destacou que o aumento observado no primeiro trimestre de 2025 é sazonal, resultado do fim dos contratos temporários de fim de ano. "Esse aumento de 0,8 ponto percentual é menor que a média histórica dos aumentos para esse trimestre, que é de 1,1 ponto, o que significa que essa taxa de desocupação é a menor para um primeiro trimestre na série histórica", afirmou.

A pesquisa também revelou uma redução no número de pessoas desocupadas nas quatro faixas de tempo de procura por trabalho, comparado ao mesmo período de 2024. O número de pessoas à procura de emprego por dois anos ou mais caiu para 1,4 milhão, o menor desde 2015. Apesar de uma queda de 25,6% em relação ao primeiro trimestre de 2024, esse contingente ainda é 8,1% superior ao valor mínimo da série, registrado em 2014.

Kratochwill ainda comentou que, pela primeira vez, há mais pessoas desocupadas por menos de um mês do que por mais de dois anos, o que reforça a ideia de que o mercado de trabalho está mais dinâmico e resiliente. "Com essa evolução, 21,5% dos desocupados estavam buscando trabalho por menos de um mês", afirmou.

Em termos de desocupação por gênero, a taxa para os homens foi de 5,7%, enquanto para as mulheres chegou a 8,7%, evidenciando a persistente desigualdade no mercado de trabalho. Quando analisado por cor ou raça, a taxa de desocupação foi menor para os brancos (5,6%), e superior para os negros (8,4%) e pardos (8,0%).

A escolaridade também teve impacto na taxa de desocupação, com o nível médio incompleto apresentando a maior taxa (11,4%), seguido pelo nível superior incompleto (7,9%). Em contrapartida, a taxa para os que possuem nível superior completo foi de 3,9%.

Ainda de acordo com o IBGE, a informalidade continua a ser um desafio no Brasil, com 38,0% da população ocupada sendo composta por trabalhadores informais. Os estados do Maranhão (58,4%), Pará (57,5%) e Piauí (54,6%) apresentaram as maiores taxas, enquanto Santa Catarina (25,3%), o Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%) registraram os menores índices de informalidade.

Em relação ao setor privado, 74,6% dos trabalhadores possuem carteira de trabalho assinada, com os maiores percentuais em Santa Catarina (87,8%), São Paulo (83,4%) e Rio Grande do Sul (81,5%). Em contraste, Maranhão (51,8%), Piauí (52,0%) e Pará (55,1%) apresentaram os menores índices.

O trabalho por conta própria também se manteve elevado, com 25,3% da população ocupada atuando dessa forma. Os estados com os maiores percentuais de trabalhadores autônomos foram Rondônia (35,6%), Maranhão (32,7%) e Amazonas (31,2%), enquanto os menores índices foram observados no Distrito Federal (19,0%), Tocantins (20,6%) e Mato Grosso do Sul (21,2%).

Quanto aos rendimentos, o valor médio real de todos os trabalhos habitualmente recebidos foi de R$ 3.410, representando um aumento em comparação ao trimestre anterior (R$ 3.371) e ao mesmo período de 2024 (R$ 3.279). O Nordeste (R$ 2.383) e o Sul (R$ 3.840) mostraram aumentos significativos, enquanto as demais regiões apresentaram estabilidade. A massa de rendimento real habitual foi de R$ 345,0 bilhões, com um crescimento de 6,6% em relação ao ano anterior.

Fonte: Brasil 247

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