A ofensiva dos Estados Unidos contra o governo de Nicolás Maduro pode resultar em uma intervenção militar direta na Venezuela e abrir um precedente perigoso para toda a América Latina.
A análise é do professor Bernardo Salgado Rodrigues, do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ, em entrevista concedida ao site da Revista Sociedade Militar.
Rodrigues avalia que o envio de navios de guerra, submarinos e aeronaves espiãs para o sul do Caribe mostra que Washington voltou a tratar a região como parte de seu “quintal estratégico”. Cerca de 4 mil militares americanos foram deslocados, sob o argumento de combater cartéis de drogas.
Para o professor, porém, a justificativa esconde interesses maiores ligados ao controle de recursos, mercados e sistemas de informação.
Segundo ele, o risco não se limita à Venezuela. A presença militar americana nas proximidades da Colômbia, Panamá e fronteira brasileira pode impactar diretamente a política externa do Brasil e reacender tensões diplomáticas.
Rodrigues destaca que os Estados Unidos buscam frear a expansão chinesa e o fortalecimento de blocos como Mercosul, Unasul e Brics, dos quais o Brasil é protagonista.
“Os geoestrategistas estadunidenses relançaram suas bases para o século XXI, retomando o controle regional e fazendo com que a América do Sul e o Brasil retornassem ao radar do Big Game”, disse Rodrigues.
O professor lembrou ainda que a taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada por Donald Trump reforça a pressão política contra governos que avançam na regulação de plataformas digitais estrangeiras.
Fonte: DCM
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