Ministro do STF afirma que novas provas não alteram a acusação já aceita contra o ex-presidente, que é réu por tentativa de golpe de Estado
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido feito pelos advogados de Jair Bolsonaro (PL) para suspender as audiências com testemunhas no caso que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, informa o jornal O Globo. Segundo Moraes, as novas provas reunidas não modificam o núcleo da denúncia já aceita pela Corte.
Bolsonaro havia solicitado o adiamento das oitivas para ter mais tempo de analisar os novos materiais incluídos no processo. No entanto, Moraes destacou que as provas adicionais “em nada alteraram os fatos imputados na acusação”. Ele ainda ressaltou que o conteúdo já foi previamente analisado pelo Judiciário ao aceitar a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“A disponibilização desse material, entretanto, em nada alterou os fatos imputados na acusação, consubstanciada na denúncia oferecida pelo Ministério Público e o conjunto probatório em que foi baseada”, escreveu o ministro do STF no despacho.
Com a negativa, o cronograma de depoimentos segue inalterado. As oitivas começam na próxima segunda-feira (19), com testemunhas indicadas pela PGR. Entre os primeiros a prestar depoimento estão os ex-comandantes militares Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Junior (Aeronáutica). O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi retirado do rol de testemunhas pela PGR, que não justificou a decisão.
Segundo relatos prestados à Polícia Federal, Freire Gomes e Baptista Junior confirmaram que Bolsonaro apresentou a eles uma proposta para reverter o resultado eleitoral que deu vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Outras figuras ligadas ao governo Bolsonaro também serão ouvidas, entre elas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes e os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Ciro Nogueira (PP-PI) e Rogério Marinho (PL-RN).
No dia 22, as audiências incluem testemunhas citadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou um acordo de delação premiada com a PF. Entre elas está o general Júlio Cesar de Arruda, que assumiu o comando do Exército no início do governo Lula.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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