Pesquisa mostra que Lula lidera cenários para 2026 e fortalece Geraldo Alckmin como principal plano B do governo
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de anúncio dos projetos habilitados pelo Novo PAC Seleções 2025 - Urbanização de Favelas, no âmbito (Foto: Ricardo Stukert)
Sete em cada dez eleitores (71%) acreditam que o presidente Lula (PT) disputará a reeleição em 2026, segundo levantamento do Datafolha, divulgado neste sábado pela Folha de S.Paulo. A percepção de que o petista será candidato cresceu em relação aos meses anteriores, mesmo diante de um governo que enfrenta desgaste natural e pressões econômicas. Em paralelo, Lula mantém seu favoritismo nas simulações de primeiro e segundo turnos, liderando contra Jair Bolsonaro (PL) e outros nomes da direita, inclusive membros da família do ex-presidente, hoje inelegível.
A pesquisa, realizada em 29 e 30 de julho com 2.004 entrevistados em 130 municípios, mostra que Lula ampliou sua vantagem sobre o bolsonarismo, em um cenário político marcado por crises diplomáticas e disputas internas na oposição. No primeiro turno, o presidente aparece com 39% das intenções de voto contra 33% de Jair Bolsonaro, abrindo cinco pontos de diferença. Contra os filhos e aliados do ex-presidente, a liderança também é folgada: 39% x 20% contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP), 40% x 18% contra Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e 39% x 24% diante de Michelle Bolsonaro (PL-DF).
No segundo turno, Lula mantém a dianteira: 47% x 43% contra Jair Bolsonaro, 45% x 41% contra Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e 48% x 40% contra Michelle Bolsonaro. Fora do núcleo bolsonarista, o petista vence com ainda mais folga: 47% x 35% contra Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e 46% x 36% diante de Romeu Zema (Novo-MG). Esses números consolidam o favoritismo de Lula, que segue líder absoluto nas simulações mesmo diante do aumento de sua rejeição para 47%.
◎ Plano B governista e fortalecimento de Alckmin
Embora a percepção de que Lula será candidato seja majoritária, 54% dos eleitores dizem que o presidente deveria abrir mão da reeleição. Nesse cenário, Geraldo Alckmin (PSB) surge fortalecido como o principal plano B do governo, subindo de 18% para 26% como o nome que Lula deveria apoiar, enquanto Fernando Haddad (PT) caiu de 37% para 29%. A ascensão de Alckmin se relaciona ao protagonismo em negociações internacionais após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, justificando a medida como retaliação à perseguição judicial a Bolsonaro.
Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, buscou minimizar o impacto das medidas e ganhou exposição positiva, reforçando sua imagem de articulador confiável. Enquanto isso, Haddad enfrenta dificuldades com o Congresso e a pressão fiscal, além da polêmica em torno do aumento do IOF, fatores que reduzem sua força política no tabuleiro eleitoral.
◎ Oposição fragmentada e desgaste bolsonarista
O levantamento também mostra que o bolsonarismo permanece enfraquecido. Jair Bolsonaro, inelegível até 2030, tem 44% de rejeição, enquanto os nomes de sua família variam entre 36% e 38%. Entre os governadores aliados, Tarcísio de Freitas (17%), Ratinho Jr. (21%) e Romeu Zema (22%) ainda mantêm baixa rejeição, mas carecem de maior expressão nacional. Sem Lula na disputa, Tarcísio desponta como o candidato mais competitivo da oposição, chegando a superar Haddad por 43% a 37% e empatando tecnicamente com Alckmin (40% x 38%).
O cenário traçado pelo Datafolha indica que, apesar do desgaste do governo e da tensão com Trump, Lula segue como favorito absoluto para 2026, liderando em praticamente todas as combinações testadas e reforçando sua centralidade no jogo político brasileiro.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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