Conta de luz teve maior impacto individual pelo terceiro mês seguido; alimentos e combustíveis registraram queda
A inflação oficial do país ficou em 0,26% em julho, ligeiramente acima da taxa de junho (0,24%). O dado foi divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Pelo terceiro mês consecutivo, o principal fator de pressão sobre o índice foi a energia elétrica residencial, que sozinha respondeu por 0,12 ponto percentual do resultado. “De janeiro a julho, energia elétrica acumula alta de 10,18%, sendo o principal impacto individual no acumulado do IPCA”, afirmou Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa.
Sem a contribuição da conta de luz, o IPCA de julho teria ficado em 0,15%, segundo o IBGE. O peso do item reflete a bandeira vermelha patamar 1, em vigor desde junho, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, além de reajustes tarifários em diferentes capitais, como São Paulo (10,56%), Curitiba (2,47%) e Porto Alegre (1,48%).
Com o resultado de julho, o IPCA acumula alta de 3,26% em 2025. Nos últimos 12 meses, a inflação está em 5,23%.
☆ Alta nos serviços e passagens aéreas
Além da energia elétrica, outros grupos também contribuíram para a alta do mês. O setor de Despesas pessoais subiu 0,76%, influenciado pelos jogos de azar, com aumento de 11,17% — o terceiro maior impacto individual no índice.
Em Transportes, a inflação acelerou de 0,27% em junho para 0,35% em julho, com destaque para as passagens aéreas, que subiram 19,92% e foram o segundo maior impacto individual no mês (0,10 p.p.).
Na contramão, os combustíveis caíram 0,64%, com redução nos preços de etanol (-1,68%), gasolina (-0,51%), óleo diesel (-0,59%) e gás veicular (-0,14%).
☆ Alimentos recuam pelo segundo mês
Os alimentos e bebidas tiveram queda de 0,27%, contribuindo para conter a inflação. É o segundo mês seguido de recuo no grupo, que havia registrado -0,18% em junho.
A alimentação no domicílio caiu 0,69%, com destaque para a redução nos preços da batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). Por outro lado, a alimentação fora do domicílio acelerou de 0,46% para 0,87%, puxada pelos lanches (1,90%).
“Sem a queda dos alimentos, a inflação do mês teria sido de 0,41%”, observou Fernando Gonçalves.
☆ Outros grupos
O grupo Habitação teve alta de 0,91%, também influenciado por reajustes nas tarifas de água e esgoto, como em Salvador (2,16%), Brasília (0,57%) e Rio Branco (0,14%).
Saúde e cuidados pessoais subiu 0,45%, com alta em higiene pessoal (0,98%) e planos de saúde (0,35%), após autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Vestuário teve queda de 0,54%, com destaque para a roupa feminina (-0,98%) e masculina (-0,87%).
☆ IPCA por região
A maior variação regional foi registrada em São Paulo (0,46%), devido à energia elétrica (10,56%) e às passagens aéreas (13,56%).
A menor variação ocorreu em Campo Grande (-0,19%), puxada pelas quedas na batata-inglesa (-33,84%) e na energia elétrica (-1,39%).
☆ INPC tem alta de 0,21% em julho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, subiu 0,21% em julho.
O acumulado no ano é de 3,30%, e em 12 meses, de 5,13%, abaixo dos 5,18% registrados no período anterior.
Alimentos no INPC caíram 0,38% em julho, após recuo de 0,19% em junho. Os não alimentícios subiram 0,41%.
Entre as regiões, São Paulo (0,56%) teve a maior alta e Campo Grande (-0,27%), a menor.
Fonte: Brasil: 247
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