quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Imprensa internacional repercute sanções dos EUA a autoridades brasileiras do Mais Médicos

Imprensa aponta ofensiva de Trump contra Cuba e Brasil e ressalta pressão política do governo Trump para barrar o julgamento de Jair Bolsonaro

             Logomarca do Programa Mais Médicos (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A imprensa internacional repercutiu amplamente as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos a brasileiros associados ao programa Mais Médicos, iniciativa que trouxe profissionais cubanos para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS). As medidas incluem a revogação dos vistos americanos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e de Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo brasileiro, segundo a agência Reuters. A decisão foi anunciada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, que chamou o Mais Médicos de "golpe diplomático inconcebível". As informações são do g1.

O governo cubano reagiu duramente, segundo a agência Reuters. A vice-diretora de Assuntos dos EUA em Cuba, Johana Tablada, declarou que Washington optou por "perseguir os serviços de saúde para aqueles que mais precisam", classificando a ação como uma desculpa cínica para prejudicar as missões médicas, que geram receita em moeda estrangeira para o país.

O portal estadunidense Político destacou que as sanções fazem parte da estratégia do presidente Donald Trump de punir Cuba e pressionar o Brasil. A publicação apontou que a Casa Branca também vincula a medida a esforços para evitar o avanço dos processos contra Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentar permanecer no poder após a derrota nas eleições de 2022.

"A ação do Departamento de Estado reflete os esforços da Casa Branca para punir Cuba e o Brasil, que o presidente Donald Trump tem tentado pressionar em relação ao comércio e seu esforço para processar o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentar permanecer no cargo apesar de sua derrota na eleição de 2022”, destaca a publicação.

O jornal Miami Herald recordou que, desde 2019, o Departamento de Estado classifica as missões médicas cubanas como “trabalho forçado”, e que, em junho, já havia imposto restrições de visto a autoridades centro-americanas associadas a essas missões.

A rede Al Jazeera lembrou que a medida ocorre enquanto os EUA enfrentam tensões diplomáticas com o Brasil devido ao julgamento de Jair Bolsonaro por suposta liderança em uma trama golpista. A emissora destacou ainda que Trump retomou a campanha de “pressão máxima” contra Cuba, impondo em julho sanções ao presidente Miguel Díaz-Canel e a altos oficiais cubanos, sob a justificativa de punir a repressão contra a população.

Ainda de acordo com a reportagem, o site Mirage News ressaltou que a revogação de vistos também atinge ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), acusada de atuar como intermediária entre Brasil e Cuba para viabilizar o programa. A publicação afirma que as autoridades envolvidas teriam contornado requisitos constitucionais brasileiros e sanções americanas, repassando ao governo cubano valores que seriam destinados aos médicos.

Em meio à repercussão, o advogado Sam Dubbin, que representa médicos cubanos em um processo contra a OPAS, afirmou que "á documentação substancial nos registros públicos sobre autoridades brasileiras, da OPAS e de Cuba responsáveis pela criação e execução do programa Mais Médicos, e o Departamento, sem dúvida, descobriu ainda mais evidências".

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

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