quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Eduardo Bolsonaro amplia sabotagem ao Brasil e entrega dossiê à Casa Branca para justificar ataques dos EUA

Documento será apresentado a auxiliares de Donald Trump e defende continuidade da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, do STF

             Deputado Eduardo Bolsonaro - 24/02/2024 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) inicia nesta quarta-feira (13) uma série de reuniões em Washington D.C. para entregar a auxiliares do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um dossiê sobre os impactos políticos da aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, informa Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Segundo o parlamentar, a ofensiva americana teria surtido efeito no STF e no Congresso, mesmo após Moraes decretar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL). A leitura apresentada no documento é de que o “sistema” estaria “digerindo” a ação de Trump e que a medida deve ser mantida para isolar Moraes no tribunal. Ao lado do ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo, com quem articula sanções contra autoridades e empresas brasileiras, Eduardo pretende convencer a Casa Branca de que a estratégia foi bem-sucedida ao tensionar os bastidores da Corte e fortalecer a oposição no Legislativo.

✱ Pressão sobre o STF e articulação no Congresso

No material, Eduardo e Figueiredo afirmam que Moraes não consultou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, nem ministros próximos como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso antes de determinar a prisão domiciliar de Bolsonaro. Eles sustentam que essa decisão teria sido tomada para evitar resistência interna. Reportagens anexadas ao dossiê apontam para desconforto nos bastidores do STF, inclusive com conselhos de Gilmar e Barroso para que o relator da trama golpista “maneirasse” suas decisões.

O documento também associa a reação no Congresso ao cenário aberto pelas sanções. A oposição liderou recentemente uma rebelião para incluir a anistia a Bolsonaro e aos envolvidos no 8 de janeiro na pauta. Um acordo, articulado por Arthur Lira (PP-AL) sem aval do atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), prevê a votação de um projeto que inclui ainda o fim do foro privilegiado para parlamentares. Para os aliados de Bolsonaro, essa mudança “libertaria” deputados e senadores da “chantagem” do Supremo e aumentaria as chances de aprovação da anistia.

✱ Apoio no Senado e pesquisas pró-bolsonaristas

O relatório também destaca o apoio público de 41 senadores ao impeachment de Moraes — número suficiente para abrir o processo, embora ainda distante dos 54 votos necessários para a cassação. Pesquisas do Instituto de Planejamento Estratégico (Ibespe), favoráveis ao bolsonarismo, serão apresentadas para reforçar a narrativa.

✱ Relação Brasil-EUA e cenário político

A entrega do dossiê ocorre num momento de tensão diplomática. Após o cancelamento de uma reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, o diálogo entre Brasília e Washington tem sido restrito a poucos encontros, como a reunião do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado, Marco Rubio, e conversas bilaterais entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e o secretário do Comércio, Howard Lutnick.

Nesse ambiente, Eduardo Bolsonaro avança nos EUA com a narrativa de que Donald Trump não recuará nas sanções e que o isolamento de Alexandre de Moraes no STF é questão de tempo.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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