Com apoio unânime da executiva tucana, união visa estancar crise interna e criar força política de centro com 28 deputados e sete senadores
A executiva nacional do PSDB aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (29), a convocação de uma convenção nacional para confirmar a fusão do partido com o Podemos. Segundo informações do g1, o encontro está previsto para ocorrer em junho, quando a proposta será submetida ao órgão máximo da legenda. A decisão marca uma tentativa de reaglutinação do PSDB após anos de perda de força política e debandadas de lideranças.
A nova sigla, que provisoriamente está sendo chamada de “PSDB+Podemos”, ainda precisará da aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A convenção tucana reunirá membros do diretório nacional, delegados estaduais e parlamentares do Congresso para votar a união. O Podemos também deverá realizar sua convenção no mesmo período, consolidando a criação do novo partido.
“Será um partido liberal na economia, inclusivo no social e pragmático na política externa. Um caminho de centro, longe dos extremos que tanto atrasam o país”, afirmou o deputado Aécio Neves (MG), presidente do Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB.
A fusão prevê a criação de um novo estatuto, identidade visual e programa partidário. Uma comissão conjunta de dirigentes das duas legendas será encarregada de definir o nome definitivo, número eleitoral, mascote e diretrizes da nova agremiação, com base em pesquisas qualitativas e consultas internas.
Atualmente, somando forças, PSDB e Podemos teriam a sétima maior bancada da Câmara, com 28 deputados federais, e a quarta maior no Senado, com sete senadores. Em termos de recursos públicos, o novo partido passaria a contar com R$ 384,6 milhões do fundo eleitoral e R$ 77 milhões do fundo partidário, segundo valores de 2024 — a sexta e oitava maiores fatias, respectivamente.
Além disso, a nova legenda herdaria a gestão de 401 prefeituras e três governos estaduais. No entanto, o PSDB vive a incerteza sobre a permanência de seus governadores, já que Raquel Lyra (PE) migrou para o PSD, Eduardo Leite (RS) demonstrou intenção de seguir o mesmo caminho e Eduardo Riedel (MS) ainda negocia.
Apesar disso, Leite demonstrou apoio à fusão em videoconferência durante a reunião desta terça-feira, dizendo que o PSDB foi “o único partido onde teve espaço para crescer”. Ele, contudo, não confirmou se continuará na legenda.
A união é vista por dirigentes como uma resposta estratégica à crise enfrentada pelo PSDB desde as eleições de 2022 — quando a sigla obteve seu pior desempenho histórico: não lançou candidato à Presidência, perdeu o governo de São Paulo e ficou sem bancada no Senado. A fusão é vista como uma forma de manter o acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV e rádio nas eleições de 2026, contornando os efeitos da cláusula de barreira.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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