sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Haddad: Lula deverá anunciar "ações de proteção" à indústria e ao agronegócio na "próxima semana"

Ministro afirma que governo vai priorizar medidas de defesa econômica e negociação antes de considerar retaliações contra tarifas impostas por Donald Trump

      Fernando Haddad (Foto: Washington Costa/MF)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (1) que o Brasil manterá os esforços diplomáticos para negociar a suspensão ou redução das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A declaração foi feita após o governo estadunidense, comandado pelo presidente Donald Trump, anunciar a aplicação de uma tarifa de 50% sobre uma série de itens brasileiros exportados, ainda que com exceções. As informações são do jornal O Globo.

Segundo Haddad, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda está finalizando um plano de contingência voltado aos setores impactados pela medida, sobretudo o agronegócio e a indústria nacional. O pacote, que será apresentado na próxima semana, está sendo elaborado em conjunto com o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, além de representantes da Casa Civil e entidades empresariais e sindicais.

“Estamos encaminhando junto com (o vice-presidente Geraldo) Alckmin as primeiras medidas formuladas, e a partir da semana que vem, o presidente Lula já vai poder anunciar as medidas de proteção ao agro e indústria. As medidas já são conhecidas, estamos calibrando junto com sindicatos patronais, de trabalhadores, Casa Civil. Estamos calibrando os números do quanto vai ser necessário usar de verba”, afirmou o ministro.

Haddad deixou claro que, por ora, não há definição sobre qualquer ação de retaliação contra produtos norte-americanos, ainda que essa possibilidade não esteja descartada. A prioridade, segundo ele, é proteger a economia brasileira diante da decisão que classificou como injustificável.

“Não houve decisão de não retaliar porque essa decisão nunca foi tomada. Nunca usamos esse verbo. Vamos tocar ações de proteção da nossa indústria e agro. São medidas de reação a ação injustificável e proteção da economia e soberania brasileira”, dise Haddad, de acordo com a reportagem.

Apesar do impacto da decisão estadunidense, o Palácio do Planalto entende que ainda há espaço para negociações. A avaliação no governo brasileiro é de que o recuo parcial de Trump — que excluiu da medida produtos como suco de laranja e aviões, preservando cerca de 45% do volume exportado ao mercado norte-americano — abre uma oportunidade para ajustar os termos e tentar reverter os prejuízos para outros setores, como os de café, carnes e pescados.

A ordem executiva foi assinada por Trump na última quarta-feira. Ela prevê que a nova tarifa comece a valer sete dias após a assinatura, o que, na prática, dá mais tempo para o avanço nas tratativas diplomáticas. De acordo com estimativas do governo brasileiro, ao se considerar o conjunto total das exportações afetadas — desconsiderando as tarifas específicas já em vigor —, cerca de 35,9% dos produtos brasileiros vendidos aos EUA sofreram impacto direto com a decisão.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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