A imposição de tarifas de até 50% sobre o suco de laranja brasileiro por parte do governo dos Estados Unidos colocou em alerta uma das cadeias produtivas mais tradicionais do agronegócio nacional. Responsável por cerca de 80% do suco de laranja consumido pelos americanos, o Brasil se tornou peça-chave na manutenção do abastecimento do produto nos EUA, sobretudo diante da crise nos pomares da Flórida.
Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a citricultura americana enfrenta um forte declínio, impulsionado pela propagação do greening — uma doença bacteriana que afeta gravemente as plantações. A queda na produção interna elevou a dependência de fornecedores externos, com Brasil e México liderando as exportações para o país norte-americano.
A nova política tarifária do ex-presidente Donald Trump, que mira vários produtos brasileiros, acentuou a preocupação de importadores nos Estados Unidos, que agora questionam a medida na Justiça. Especialistas do setor citrícola afirmam que as tarifas podem gerar desequilíbrio no mercado, afetar contratos e, a longo prazo, até provocar aumento nos preços ao consumidor americano.
Apesar da insegurança gerada pela nova tarifa, os embarques da safra 2025/26 continuam, ainda que com cautela. Indústrias dos EUA seguem recebendo as primeiras laranjas brasileiras por meio de contratos já firmados e operações de mercado spot. No entanto, novas negociações estão suspensas, à espera de definições sobre os impactos reais da medida protecionista.
Fonte: DCM
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