
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira (29), por 44 votos a 22, o recurso apresentado pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que tentava barrar o avanço do processo de cassação de seu mandato. Com a decisão, o caso seguirá para votação no plenário da Câmara, responsável por dar a palavra final sobre a perda de mandato do parlamentar.
O presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a cassação não será pautada imediatamente. Ele garantiu que dará um prazo de ao menos 60 dias para que Glauber Braga possa apresentar sua defesa.
A denúncia contra Glauber Braga foi apresentada pelo partido Novo, após o parlamentar ser acusado de agredir e expulsar, com chutes e empurrões, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) do prédio da Câmara. O caso foi analisado pelo Conselho de Ética, que decidiu, no dia 8 de abril, por 13 votos a 5, recomendar a cassação do mandato.
Glauber, que chegou a fazer greve de fome por mais de uma semana em protesto contra o andamento do processo, é acusado de quebra de decoro parlamentar. O relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), afirmou que as agressões foram comprovadas e que a conduta do deputado violou o Código de Ética da Câmara.
Mesmo com a recomendação do Conselho de Ética, a cassação de Glauber Braga ainda precisa ser aprovada em plenário, com o voto favorável de pelo menos 257 dos 513 deputados. Aliados do parlamentar articulam nos bastidores uma alternativa à perda de mandato, apostando na possibilidade de emendas ao projeto de resolução que será analisado.