quarta-feira, 23 de julho de 2025

Gleisi: "Ao conspirar contra o Brasil, Bolsonaro mirou na sua impunidade e acertou no nosso Pix"

Deputada lembrou ameaças dos EUA ao Pix e citou análises de Paul Krugman e Steven Levitsky para reafirmar que "o Brasil é muito melhor do que pensam”

     Jair Bolsonaro e Gleisi Hoffmann (Foto: ABr)

Em publicação feita na tarde desta quarta-feira (23), a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) reagiu duramente às recentes ameaças tarifárias dos Estados Unidos contra o Brasil e à pressão exercida pelo presidente Donald Trump em favor de Jair Bolsonaro (PL). Citando artigos recentes do Nobel de Economia Paul Krugman e do cientista político Steven Levitsky, Gleisi destacou que o Brasil tem sido alvo não apenas por razões políticas, mas também por sua inovação econômica — especialmente com o sistema Pix.

“Ao conspirar contra o Brasil, Jair Bolsonaro mirou na sua impunidade e acertou no nosso Pix”, escreveu Gleisi, em referência à pressão de Trump para que o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) seja interrompido — sob pena de sanções comerciais contra o país.

O alerta da parlamentar ecoa a análise de Paul Krugman, que, em artigo publicado nesta terça-feira (22) no site Substack, afirmou que o Pix representa uma ameaça direta ao sistema financeiro norte-americano por oferecer uma alternativa pública e eficiente aos serviços dominados por grandes bandeiras de cartão como Visa e Mastercard. “O Brasil inventou o futuro do dinheiro?”, questiona Krugman no título da publicação.

Para o economista, a inovação do Banco Central brasileiro demonstra que é possível oferecer um sistema digital acessível e inclusivo sem recorrer ao mercado privado ou às arriscadas criptomoedas. “O Pix é muito mais fácil de usar [que o Zelle, sistema privado norte-americano], e já está substituindo dinheiro em espécie e cartões. Enquanto os EUA aprovam legislações pró-cripto que pavimentam o caminho para novas fraudes, o Brasil já fez o que os cripto-entusiastas prometeram — e falharam”, afirma.

Krugman ainda ironizou o sistema político dos EUA, dizendo que o Brasil “julga ex-presidentes que tentam anular eleições”, em contraste com a leniência observada em solo norte-americano.

Já o professor de Harvard Steven Levitsky, autor do best-seller Como as Democracias Morrem, também saiu em defesa do sistema democrático brasileiro. Em artigo publicado esta semana, ele afirmou que “as instituições brasileiras estão funcionando melhor do que as norte-americanas” e criticou abertamente a tentativa de ingerência de Trump no processo judicial contra Bolsonaro.

Segundo Levitsky, o Brasil tornou-se alvo porque “tem um governo que não se curva”, reafirmando a força institucional do país frente à tentativa de intimidação liderada pelo presidente dos EUA.

Para Gleisi, as falas dos dois intelectuais reforçam o que já está evidente: o Brasil tem sido vítima de ataques políticos e econômicos por se recusar a ceder à pressão de Trump e de aliados do bolsonarismo no exterior. “São duas ótimas leituras, para lembrar que o Brasil é muito melhor do que pensam Bolsonaro e seus seguidores”, concluiu.

Fonte: Brasil 247

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