sábado, 14 de dezembro de 2024

Imprensa internacional repercute prisão de Braga Netto e destaca proximidade com Bolsonaro

O jornal The New York Times apresentou Braga Netto como um “aliado próximo” de Bolsonaro

Ministro Braga Netto e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A imprensa internacional repercutiu neste sábado (14) a prisão do general Walter Braga Netto e destacou a proximidade do militar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informa O Globo. As investigações apontam que Braga Netto foi, junto com Bolsonaro, um dos principais articuladores de uma tentativa de golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022.

O jornal The New York Times apresentou Braga Netto como um “aliado próximo” de Bolsonaro e que o general "serviu como chefe de gabinete do Sr. Bolsonaro e, mais tarde, como ministro da Defesa em sua administração".

O The Guardian vai no mesmo sentido, descrevendo Braga Netto como um aliado-chave de Bolsonaro e afirmando que ele era uma das pessoas mais próximas ao ex-presidente. O La Nación, da Argentina, destaca o fato de Braga Netto ter sido candidato a vice na chapa com Bolsonaro nas eleições de 2022. A agência de notícias Bloomberg afirma que a prisão ocorreu por conta do papel do general “em uma suposta conspiração para anular a eleição de 2022".

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Clã Bolsonaro permanece em silêncio sobre prisão de Braga Netto

O ex-presidente e seus filhos não se manifestaram sobre a prisão do aliado

Jair Bolsonaro desembarca no Aeroporto Internacional de Brasília 25/11/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Horas após a prisão do general Walter Braga Netto em uma operação da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece quase em silêncio. Até o momento, nem Bolsonaro nem seus filhos — o senador Flávio Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro — se manifestaram publicamente sobre a prisão de Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

De acordo com levantamento realizado pelo Globo com base em publicações nas redes sociais até as 14h deste sábado (14), apenas vinte parlamentares do PL — 18 deputados e dois senadores — se pronunciaram em defesa do general, destacando a polarização do apoio dentro do próprio partido. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, embora tenha dado uma coletiva de imprensa em São Luís (MA) pela manhã, preferiu não comentar a prisão de Braga Netto, adotando uma postura mais comedida em relação ao tema, algo incomum para figuras próximas de Bolsonaro, que em outras ocasiões não hesitaram em se posicionar enfaticamente para defender aliados.

Entre os que se manifestaram, a narrativa predominante é a de que a Polícia Federal estaria agindo de forma persecutória contra os aliados de Bolsonaro. O próprio Braga Netto foi preso após ser indiciado no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, envolvendo a articulação para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.

No Senado, apenas dois senadores do PL se pronunciaram sobre o caso. Jorge Seif (SC) sugeriu que a operação teria como objetivo desviar a atenção do estado de saúde do presidente Lula (PT), que passou por uma cirurgia no cérebro nesta semana. Já Marcos Rogério (RO) defendeu a inocência de Braga Netto, afirmando que o general não representava nenhum risco para as investigações em andamento.

Na Câmara dos Deputados, a reação de membros da bancada bolsonarista foi mais incisiva. A deputada Bia Kicis (DF) afirmou que o verdadeiro "golpe" seria contra a população, que, segundo ela, teria perdido a "liberdade de questionar o sistema". Em um tom mais pessoal, o deputado Bibo Nunes (RS) escreveu nas redes sociais que conversou diversas vezes com Braga Netto e que ele "jamais falou em golpe de Estado".

Outros parlamentares, como Gustavo Gayer (GO), foram mais enfáticos em tentar deslegitimar as acusações contra o general. Gayer classificou a prisão como motivada por "fofoca" e questionou o nível das investigações. "Estão prendendo um general de quatro estrelas, um cara honrado e honesto, por fofoca. Olha o nível que a gente chegou. Não sei porque tem tanta perseguição a supostos golpistas quando estamos vivendo um golpe. Prender um general de quatro estrelas deveria ocorrer apenas quando as provas são irrefutáveis, o que não aconteceu", disse Gayer.

O tom crítico também foi compartilhado por outros aliados, como o deputado Coronel Meira (PE), que afirmou que a prisão de Braga Netto ocorreu "supostamente por uma tentativa de golpe de Estado que nunca aconteceu". Na mesma linha, o deputado Delegado Caveira (PA) se posicionou afirmando que a direita está sendo "caçada" no país.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Braga Netto entregou dinheiro em caixa de vinho no plano para matar Lula e outras autoridades

PF detalha participação do general em reunião golpista, coação de militares e financiamento de ações contra a democracia

Ministro Braga Netto e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A prisão preventiva do general Walter Braga Netto, ocorrida no último sábado (14), está fundamentada em um relatório da Polícia Federal (PF) que aponta sua atuação direta no plano golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo informações divulgadas pelo jornal Estado de S. Paulo, o ex-vice de Jair Bolsonaro teria entregue recursos em uma caixa de vinho para financiar o plano, que incluía ações criminosas e até assassinatos.

De acordo com o relatório da PF, Braga Netto desempenhou um papel central na articulação golpista. O ministro Alexandre de Moraes destacou que há "fortes indícios" de que ele teve uma participação “mais efetiva e de elevada importância do que se sabia anteriormente”. A prisão ocorreu no Rio de Janeiro e foi autorizada com base em evidências de sua ligação com os crimes.

◉ Financiamento em caixa de vinho

Um dos pontos mais graves das acusações é o relato de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que afirmou em delação premiada que Braga Netto entregou dinheiro para a logística do golpe em uma caixa de vinho. O valor teria sido repassado ao major Rafael Martins de Oliveira, preso na Operação Contragolpe, para financiar as despesas da operação golpista, que pretendia assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

“A PF afirma que Braga Netto teria fornecido recursos financeiros de forma direta e pessoal, ratificando sua atuação preponderante na execução dos atos criminosos”, detalha o relatório. Segundo Cid, os recursos vieram de apoiadores do agronegócio, embora a PF ainda investigue os responsáveis pela doação.

◉ Reuniões e planejamento do golpe

Outra acusação importante é que Braga Netto teria organizado uma reunião em sua casa no dia 12 de novembro de 2022, onde foram planejadas ações contra a posse de Lula. Dias antes, no Palácio da Alvorada, o general Mário Fernandes teria elaborado o planejamento operacional chamado “punhal verde e amarelo”, que previa ações violentas para impedir a posse.

Após a reunião, Mauro Cid discutiu detalhes logísticos com o major Rafael Martins, estimando a necessidade de R$ 100 mil para custear o plano. A PF aponta que Braga Netto estava diretamente envolvido na articulação dessas ações e na tentativa de formar uma base de apoio no Rio de Janeiro.

◉ Coação a militares e articulações golpistas

Braga Netto também é acusado de coagir militares para aderirem ao golpe. Entre os alvos estavam o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, e Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica. Ambos recusaram participar da empreitada. Apenas o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria apoiado os planos.

Em conversas com Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército, Braga Netto atacou Freire Gomes, a quem chamou de “cagão”, e sugeriu “oferecer a cabeça” do comandante aos golpistas.

◉ Documentos e tentativa de interferência

Além das ações diretas, Braga Netto é acusado de tentar interferir nas investigações. A PF encontrou em sua mesa documentos relacionados à delação de Mauro Cid, com perguntas e respostas que teriam sido obtidas de forma ilegal. A polícia também localizou um manuscrito que mencionava um plano para impedir que Lula subisse a rampa do Palácio do Planalto, com anotações que incluíam “anulação das eleições” e “substituição de todo o TSE”.

A prisão do general marca mais um capítulo na apuração sobre os atos antidemocráticos que ameaçaram o processo eleitoral de 2022 e a estabilidade institucional do país.

Fonte: Brasil 247 com informações divulgadas pela Folha de S. Paulo

Defesa de Braga Netto diz que general não obstruiu investigações

General foi preso acusado de integrar plano golpista e tentar acessar dados de delação; advogados questionam falta de acesso completo ao inquérito

General Braga Netto (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)

A defesa do general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) e candidato a vice-presidente na chapa derrotada em 2022, afirmou neste sábado (14) que “não houve qualquer obstrução às investigações”. Braga Netto foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) sob a acusação de participação em um suposto plano de golpe de Estado articulado após o resultado das eleições presidenciais vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os advogados Luis Henrique César Prata, Gabriella Leonel Venâncio e Francisco Eslei de Lima, responsáveis pela defesa do general, divulgaram nota ressaltando confiança no devido processo legal. “Teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações”, declararam.

Braga Netto também é investigado por supostamente tentar obter informações sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a prisão preventiva do general foi necessária para evitar interferências nas investigações.

Depoimentos obtidos no inquérito apontam que, em fevereiro de 2024, Mauro Cid afirmou que Braga Netto e outros intermediários procuraram seu pai, o general Mauro Lourena Cid, para obter dados sobre sua colaboração premiada. As tentativas de acesso a essas informações levantaram suspeitas de tentativa de interferência.

Defesa questiona transparência do processo

Os advogados de Braga Netto destacaram que ainda não tiveram pleno acesso aos autos do inquérito que fundamentou a prisão. “Registra-se que a Defesa se manifestará nos autos após ter plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão proferida”, disseram na nota.

A defesa considera a prisão preventiva uma medida desproporcional e argumenta que o general nunca tentou obstruir ou atrapalhar as investigações. Apesar das declarações, o caso segue gerando grande repercussão, com autoridades e juristas dividindo opiniões sobre a condução do processo.

Com a prisão, a defesa deve intensificar os esforços para reverter a medida, pedindo maior transparência sobre as provas apresentadas pela PGR. Enquanto isso, o caso reforça os desdobramentos das investigações sobre tentativas de minar o resultado das eleições de 2022 e seus impactos na democracia brasileira.

Fonte: Brasil 247

Braga Neto fica em silêncio em audiência de custódia e prisão é mantida

Ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto foi preso neste sábado (14)

General Braga Netto (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)

O juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), conduziu neste sábado (14) a audiência de custódia do general Walter Souza Braga Netto.

Na audiência, a prisão preventiva do general foi mantida. Segudo fontes, Braga Neto teria ficado em silêncio na audiência que durou pouco mais de uma hora.

Ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto foi preso neste sábado (14) em desdobramento do inquérito que apura uma trama golpista no final de 2022 para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após a prisão, o general foi levado ao Comando da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro. De acordo com as investigações da Polícia Federal, Braga Netto é acusado de atuar em um plano golpista e de tentar obstruir a Justiça, interferindo na coleta de provas durante o processo penal. A PF também apontou que as medidas judiciais visam impedir a continuidade de práticas ilícitas.

Fonte: Brasil 247

Veja quais foram as provas reunidas pela Polícia Federal para prender o general Braga Netto

De acordo com o relatório da Polícia Federal, há “diversos elementos de prova” contra Braga Netto

General Braga Netto (Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil)

Agência Brasil – A audiência do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, no último dia 21 de novembro, trouxe novidades que foram fundamentais para o elenco de provas que levou o general Walter Braga Netto à prisão, neste sábado (14).

A tentativa de obter dados sigilosos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi caracterizada como ação de obstrução da Justiça, ao “impedir ou embaraçar as investigações em curso”, apontou o relator do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com o relatório da Polícia Federal, há “diversos elementos de prova” contra Braga Netto, que teria atuado para impedir a total elucidação dos fatos e “com o objetivo de controlar as informações fornecidas, alterar a realidade dos fatos apurados, além de consolidar o alinhamento de versões entre os investigados”.

◉ “Intensa troca”

Para chegar a essas provas, os policiais federais realizaram perícia no celular do general Mauro César Lourena Cid, pai do coronel que trabalhava com Jair Bolsonaro. Havia “intensa troca de mensagens” via aplicativo de mensagens, que foram apagadas e depois recuperadas pela PF. O tema principal era a respeito do desvio de joias por parte de Bolsonaro, em agosto de 2023.

A PF identificou que o nome de Braga Netto estava salvo na agenda do general Lourena Cid como “Walter BN”.

Outras conversas recuperadas ocorreram em 12 de setembro, quando o general Mário Fernandes disse ao coronel reformado Jorge Kormann que os pais de Mauro Cid ligaram para os generais Braga Netto e Augusto Heleno, ex-ministro na gestão Bolsonaro, informando que a divulgação do conteúdo da deleção por parte da imprensa era “tudo mentira”.

◉ Perguntas e respostas

A PF argumenta que Braga Netto tentou obter os dados do acordo por meio de familiares do coronel Cid, o que foi determinante para a prisão. Outra prova encontrada foi na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, na mesa do coronel Flávio Peregrino, assessor direto do general Braga Netto.

Era uma folha com perguntas (supostamente feitas por Braga Netto) e respostas (que seriam de autoria de Mauro Cid).

Entre as perguntas: “O que foi delatado?”, com a seguinte resposta: “Nada. Eu não entrava nas reuniões. Só colocava o pessoal para dentro”. Há outras cinco questões pedindo mais informações sobre o que a PF dispunha.

O ex-ajudante de ordens disse, em depoimento à PF, que as respostas não foram escritas por ele.

“Talvez intermediários pudessem estar tentando chegar perto de mim, até pessoalmente, para tentar entender o que eu falei, querer questionar, mas como eu não podia falar, eu meio que desconversava e ia para outros caminhos, para não poder revelar o que foi falado”, disse Cid para o delegado da PF Fábio Shor.

◉ Conversa com o pai

O ministro Alexandre de Moraes argumentou na decisão pela prisão que, na oitiva, realizada na Polícia Federal, Mauro Cid havia confirmado que Braga Netto tentou obter os dados sigilosos com o pai, Lourena Cid. No depoimento para o delegado Fábio Shor, Mauro Cid disse que o contato ocorria por telefone, já que o pai mora no Rio de Janeiro, e Braga Netto estava em Brasília.

O general Cid, no último dia 6 de dezembro, também confirmou que foi procurado por Braga Netto.

◉ Operação "Punhal Verde e Amarelo"

A PF defendeu que, além das novas provas indicarem a atuação criminosa do general, o novo depoimento de Mauro Cid apontou que o candidato a vice-presidente, na chapa de Bolsonaro em 2022, financiou os recursos necessários para a organização e execução da operação “Punhal Verde e Amarelo” (plano golpista elaborado por militares para impedir a posse do presidente Lula).

◉ Dinheiro em sacola de vinho

“O general repassou diretamente ao então major Rafael de Oliveira dinheiro em uma sacola de vinho, que serviria para o financiamento das despesas necessárias à realização da operação”, apontou a PF, que constatou que o dinheiro foi utilizado para compra de celular (para a ação criminosa) e de chips para a comunicação entre os integrantes do grupo. Os pagamentos também foram realizados em espécie.

Ainda, de acordo com as investigações, Braga Netto foi um protagonista para o planejamento e financiamento de um golpe de Estado, o que incluía a detenção ilegal e possível execução do ministro Alexandre de Moraes (então presidente do Tribunal Superior Eleitoral), “com uso de técnicas militares e terroristas, além de possível assassinato dos candidatos eleitos nas eleições de 2022 (Lula e Alckmin)”.

◉ Papel de liderança

Segundo Moraes, os desdobramentos da investigação, a partir da operação “Contragolpe”, e os novos depoimentos de Mauro Cid “revelaram a gravíssima participação de Walter Souza Braga Netto nos fatos investigados, em verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento, além de demonstrar relevantes indícios de que o representado atuou, reiteradamente, para embaraçar as investigações”.

O ministro do STF argumenta na decisão que, pelas provas obtidas, a atuação do general está relacionada, “especialmente, com as ações operacionais ilícitas executadas pelos investigados integrantes de Forças Especiais”.

Moraes ainda recorda que, na casa de Braga Netto, reuniram-se os militares com formação em forças especiais do Exército, no dia 12 de novembro de 2022, para planejar as ações de monitoramento contra as autoridades.

A Agência Brasil tenta contato com a defesa de Braga Netto.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Ministros de Lula e parlamentares comentam a prisão de Braga Netto: “Sem anistia”


Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A prisão preventiva do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), repercutiu neste sábado (14) entre integrantes do governo Lula (PT). O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT), e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), se manifestaram publicamente, enfatizando o compromisso com a justiça, a preservação do Estado Democrático de Direito e a não anistia aos golpistas.

Em sua conta na rede social X, antigo Twitter, Pimenta destacou a importância de responsabilizar os envolvidos em ações golpistas. “O dia amanheceu com Braga Netto preso. Que todos os golpistas sejam investigados, julgados e responsabilizados por atentarem contra a nossa democracia”, afirmou o ministro, reforçando o tom enérgico do governo em relação aos crimes apurados pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).


Por sua vez, Alexandre Padilha foi categórico ao declarar que não haverá tolerância com crimes contra a democracia. Em seu pronunciamento, destacou o manifesto apresentado na última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (Conselhão), na quinta-feira (12), como um marco para reafirmar o compromisso do governo federal com a justiça e o Estado Democrático de Direito.

“Crimes contra o Estado Democrático de Direito não serão tolerados. Em defesa da democracia, sem anistia”, escreveu Padilha. A frase reflete o discurso defendido pelo governo Lula desde os ataques golpistas de 8 de janeiro, reforçando a narrativa de que a impunidade não terá espaço no Brasil.


Os parlamentares também se manifestaram sobre a prisão do golpista. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) publicou memes nas redes sociais ironizando a notícia. Em um vídeo, a vinheta do “Plantão da Globo” é seguida por Bolsonaro dizendo “a Papuda lhe espera”, em referência ao presídio no Distrito Federal.

Boulos também lembrou que a prisão general de 4 estrelas, algo inédito no Brasil, acontece um dia após o “aniversário do AI-5”. A lei imposta pela Ditadura Militar, em 11 de dezembro de 1968, marcou o auge da repressão do regime após o golpe de 1964.


Walter Braga Netto foi detido em sua residência no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. O mandado de prisão foi emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no dia 10 de dezembro, sob a acusação de participação no planejamento de ações golpistas para impedir a posse de Lula (PT) após as eleições de 2022.

Além da prisão, buscas foram realizadas na casa do general, autorizadas pela mesma decisão. De acordo com o Exército, Braga Netto ficará sob custódia militar no Comando da 1ª Divisão do Exército, também localizada no Rio de Janeiro, conforme prevê a legislação para militares da ativa e da reserva.

No governo de Jair Bolsonaro (PL), o general foi ministro da Defesa e concorreu como vice na chapa do ex-presidente pelo Partido Liberal. Segundo o inquérito de mais de 800 páginas, ele foi um dos principais mentores dos planos para matar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Antes de compor o governo de extrema-direita, Braga Netto tinha formação pelo grupo de operações especiais do Exército conhecido como “kids pretos”, que se destacou na trama golpista de 2022.

Em depoimento a Moraes, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, disse que “não se metia” na relação do ex-capitão com os “kids pretos”, grupo formado por militares das forças especiais do Exército.

Braga Netto e Jair Bolsonaro em entrevista coletiva. Foto: reprodução

Segundo Cid, o contato com esses integrantes era conduzido pelo ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, conforme informações do Globo. O depoimento do tenente-coronel ocorreu no dia 21 de novembro, quando sua delação premiada foi homologada por Moraes, após a PF apontar inconsistências em versões anteriores.

De acordo com o relatório final da PF, o planejamento para matar Lula, Moraes e Alckmin foi apresentado e validado durante uma reunião realizada em 12 de novembro de 2022, na residência de Braga Netto, onde ele e outros kids pretos elaboraram um documento detalhando o plano de ação para manter Bolsonaro como presidente. O grupo de militares nomeou o esquema como “Punhal Verde e Amarelo”.

O objetivo do encontro era “apresentar o planejamento das ações clandestinas com o objetivo de dar suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário”.

Conforme denunciou Cid em sua delação premiada, Braga Netto também entregou uma relevante quantia de dinheiro em espécie dentro de uma sacola de vinho para militares. A verba seria destinada a financiar o golpe de Estado.

Fonte: DCM

Lula retoma contatos telefônicos após cirurgia e liga para Sarney

Aliados do presidente afirmam que ele “está bem, animado e disposto"

Lula e José Sarney (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou neste sábado (14) contatos institucionais após passar por uma cirurgia na cabeça na última semana. De acordo com o g1, uma das primeiras ligações foi para o ex-presidente José Sarney. Segundo relatos de interlocutores próximos, Lula afirmou que "está bem, animado e disposto" e que estava ansioso para obter mais informações sobre sua situação de recuperação no hospital.

Sarney havia tentado se comunicar com o presidente para verificar seu estado de saúde. Apesar do procedimento recente, o boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês nesta manhã indica que Lula segue lúcido, orientado, se alimentando e caminhando normalmente. O petista está internado em leito semi-intensivo desde a última terça-feira (3), quando foi submetido a uma operação para conter uma hemorragia cerebral decorrente de uma queda que sofreu em outubro.

Além da cirurgia, Lula passou por um procedimento complementar para evitar novos episódios de sangramento e segue sob observação médica cuidadosa. Neste sábado, ele realizará apenas exames de sangue, sem a programação de novos exames de imagem. A equipe médica acredita que seu quadro evolui de maneira estável e favorável.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

“Reforcem a vigilância na Embaixada da Hungria”, pede coordenador do Prerrogativas

O coordenador do grupo Prerrogativas e advogado Marco Aurélio de Carvalho. Foto: reprodução

A prisão do general da reserva Walter Braga Netto neste sábado (14) foi recebida como um marco pela democracia brasileira, segundo nota emitida pelo grupo jurídico Prerrogativas. O coletivo, que reúne advogados majoritariamente alinhados ao governo Lula, destacou que a detenção de figuras historicamente protegidas por imunidade representa um avanço no enfrentamento à impunidade no Brasil.

“O Brasil, que já vivenciou os horrores da ditadura militar, precisa valorizar a aplicação da lei como instrumento de justiça, especialmente contra aqueles que outrora pareciam intocáveis”, afirmou a nota.

Apesar de reconhecer a importância da prisão, o Prerrogativas ressaltou que Braga Netto deve ter pleno direito à defesa, garantindo que o processo seja conduzido dentro dos preceitos democráticos.

O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo, enfatizou a necessidade de atenção redobrada com os movimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “É essencial reforçar a vigilância nos arredores da embaixada da Hungria”, sugeriu, em referência à estadia de Bolsonaro na missão diplomática no início de 2023.
Braga Netto, ex-ministro da Defesa, preso neste sábado. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Walter Braga Netto, que ocupou o cargo de ministro da Defesa durante o governo Bolsonaro e foi candidato a vice-presidente na chapa derrotada em 2022, foi preso em sua residência no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ele está entre os 37 indiciados pela Polícia Federal (PF) por participação em um plano golpista para impedir a posse de Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).

A prisão preventiva, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi baseada na suspeita de que o general estaria interferindo na produção de provas. Braga Netto será mantido sob custódia no Comando Militar do Leste. A PF também cumpriu dois mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar relacionada ao caso.

Conforme apontado no inquérito, Braga Netto teria liderado a elaboração de um plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa ações extremas, incluindo o assassinato de autoridades como Lula, Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O plano foi discutido em uma reunião em novembro de 2022, realizada na casa do general, e contou com a participação de outros militares das forças especiais, conhecidos como “kids pretos”.

O grupo visava assegurar a continuidade de Bolsonaro na presidência por meio de medidas clandestinas, restringindo o Poder Judiciário e impedindo a posse do governo eleito. Testemunhos obtidos através da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid revelaram que Braga Netto teria financiado o esquema com dinheiro em espécie, entregue em sacolas de vinho.

Fonte: DCM

Mourão sai em defesa de Braga Netto após prisão: “Atropelo das normas legais”


O ex-vice-presidente Mourão e o ex-candidato a vice-presidente Braga Netto, ambos em chapas encabeçadas por Bolsonaro. Foto: reprodução

A prisão do general Walter Braga Netto, realizada neste sábado (14), gerou reação de integrantes da oposição, que classificaram a medida como um “atropelo das normas legais”. O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República, afirmou que a prisão é injustificável.

“O General Braga Netto não representa nenhum risco para a ordem pública e a sua prisão nada mais é do que uma nova página no atropelo das normas legais a que o Brasil está submetido”, declarou Mourão em publicação no X, antigo Twitter.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte das investigações sobre a tentativa de golpe que buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Braga Netto é acusado de obstruir as apurações e de envolvimento no financiamento de ações golpistas. Apesar disso, a oposição argumenta que a prisão tem motivações políticas.

O deputado Luiz Ovando (PP-MS) também criticou a ação. “Braga Netto preso por ‘suposta’ obstrução. Criaram a fantasia do golpe para perseguir opositores, com Moraes como guardião do regime jurídico-ditatorial”, escreveu Ovando em sua rede social. Ele destacou que medidas como essa agravam a polarização política no país.


No governo de Jair Bolsonaro (PL), o general foi ministro da Defesa e concorreu como vice na chapa do ex-presidente pelo Partido Liberal. Segundo o inquérito de mais de 800 páginas, ele foi um dos principais mentores dos planos para matar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Antes de compor o governo de extrema-direita, Braga Netto tinha formação pelo grupo de operações especiais do Exército conhecido como “kids pretos”, que se destacou na trama golpista de 2022.

Em depoimento a Moraes, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, disse que “não se metia” na relação do ex-capitão com os “kids pretos”, grupo formado por militares das forças especiais do Exército.

Segundo Cid, o contato com esses integrantes era conduzido pelo ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, conforme informações do Globo. O depoimento do tenente-coronel ocorreu no dia 21 de novembro, quando sua delação premiada foi homologada por Moraes, após a PF apontar inconsistências em versões anteriores.

De acordo com o relatório final da PF, o planejamento para matar Lula, Moraes e Alckmin foi apresentado e validado durante uma reunião realizada em 12 de novembro de 2022, na residência de Braga Netto, onde ele e outros kids pretos elaboraram um documento detalhando o plano de ação para manter Bolsonaro como presidente. O grupo de militares nomeou o esquema como “Punhal Verde e Amarelo”.

O objetivo do encontro era “apresentar o planejamento das ações clandestinas com o objetivo de dar suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário”.

Conforme denunciou Cid em sua delação premiada, Braga Netto também entregou uma relevante quantia de dinheiro em espécie dentro de uma sacola de vinho para militares. A verba seria destinada a financiar o golpe de Estado.

Fonte: DCM

PL prefere Bolsonaro preso a ‘sangrando aos poucos’; entenda o motivo

Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

Lideranças do PL no Congresso avaliam que o momento mais desgastante para a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro é o atual, em que ele está exposto pelas investigações da Polícia Federal (PF). As investigações o colocam como personagem central em casos que envolvem um suposto plano de golpe de Estado, falsificação de cartão de vacina e apropriação ilegal de joias sauditas.

Parlamentares do PL ouvidos pelo Globo destacam que a figura de Bolsonaro está sendo “minada” pelas sucessivas investigações.

Eles afirmam que o ex-presidente “sangra aos poucos”, o que, na visão deles, seria mais prejudicial ao seu capital político do que uma eventual prisão, que poderia ser utilizada para fortalecer sua narrativa de “perseguição” por parte do governo e da justiça.

Braga Netto e Bolsonaro. Foto: Divulgação
Desde que foi alvo de buscas da Polícia Federal no início deste ano, Bolsonaro tem utilizado a retórica de perseguição política, apesar das evidências apresentadas pelas investigações, que o vinculam a tentativas de golpe com militares e integrantes do governo anterior.

Antes do indiciamento de Bolsonaro, a cúpula do PL acreditava que o ex-presidente não seria preso. No entanto, a perspectiva atual dentro do partido é que ele será condenado e detido, provavelmente por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), com possibilidade de isso ocorrer no próximo ano. A mudança na avaliação do partido reflete o avanço das investigações e as implicações políticas para o ex-presidente.

Braga Netto chamou comandante de “cagão” por não aderir ao plano golpista; veja prints


Braga Netto chamou Freire Gomes de “cagão” para pressioná-lo a aderir ao golpe. Foto: reprodução

Na manhã deste sábado (14), o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, foi preso pela Polícia Federal no Rio de Janeiro. A prisão ocorreu no âmbito das investigações que apuram uma tentativa de golpe militar para manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.

No inquérito elaborado pela PF sobre a trama golpista, os investigadores apontam que o general bolsonarista pressionava líderes militares de alta patente, incluindo o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, a apoiar o movimento golpista.

Conversas obtidas pela investigação mostram a frustração de Braga Netto com Freire Gomes, que recusou aderir ao plano. Em mensagens enviadas ao militar e ex-candidato a deputado Ailton Barros, o bolsonarista chama o então comandante do Exército de “cagão”, acusando-o de omissão e indecisão.

“A culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do Gen. Freire Gomes. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”, escreveu Braga Netto em dezembro de 2022. Ailton Barros, em resposta, sugeriu “entregar a cabeça” do comandante como uma forma de pressioná-lo.
Braga Netto chamou Freire gomes de “cagão” em conversa com Ailton Barros. Foto: reprodução

Os diálogos, classificados pela PF como peças-chave para entender o núcleo de articulação do plano golpista, revelam as tensões internas nas Forças Armadas e o papel central do ex-ministro da Defesa na tentativa de mobilizar apoio entre os militares.

Freire Gomes, por sua vez, tem se defendido das acusações de omissão. Segundo o Metrópoles, fontes próximas ao general afirmam que ele atuou para barrar qualquer possibilidade de golpe, articulando discretamente com o Alto Comando do Exército para evitar uma ruptura institucional.

Ele teria avaliado que uma denúncia direta ao Supremo Tribunal Federal (STF) poderia agravar a crise política, dando mais força ao movimento golpista.

Uma reunião em dezembro de 2022, revelada pelo tenente-coronel Mauro Cid, trouxe detalhes da trama. Durante o encontro, Bolsonaro teria apresentado aos chefes das Forças Armadas uma minuta golpista.

Enquanto o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, manifestou apoio ao plano, Freire Gomes recusou-se a aderir, alegando que isso levaria o país a um colapso institucional.

Braga Netto é acusado pela PF de liderar esforços para garantir apoio ao golpe e minar a confiança no processo democrático. A prisão dele reforça a pressão sobre outros investigados, incluindo o ex-presidente Bolsonaro e membros das Forças Armadas envolvidos nas articulações.

Além das mensagens contra Freire Gomes, Braga Netto também é acusado de usar sua influência para mobilizar recursos financeiros e promover ataques coordenados por meio de milícias digitais contra líderes militares que se opuseram ao plano.

Fonte: DCM

Lula permanece lúcido e se recupera bem após procedimentos, diz novo boletim médico

Segundo o comunicado, o presidente passará apenas por um exame de sangue neste sábado

(Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue lúcido e orientado, alimentando-se e caminhando normalmente, informa um novo boletim médico divulgado pelo hospital Sírio-Libanês. Lula segue internado sob cuidados semi-intensivos após passar por procedimentos na cabeça para conter uma hemorragia, consequência de uma queda que sofreu em outubro.

Segundo o comunicado, o presidente passará apenas por um exame de sangue neste sábado. Até o momento, não existe programação para a realização de novos exames de imagem.

Lula segue sob acompanhamento da equipe médica liderada pelo Dr. Roberto Kalil, médico pessoal do presidente, e pela Dra. Ana Helena Germoglio.

Fonte: Brasil 247