terça-feira, 8 de julho de 2025

Pesquisa Atlas: 63% dos brasileiros não têm "nenhuma" confiança no Congresso Nacional

Levantamento da AtlasIntel revela descrença generalizada no Legislativo e mostra que apenas 3% da população têm “muita” confiança nos parlamentares

   Edifício do Congresso Nacional, em Brasília - 18/06/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A confiança da população brasileira no Congresso Nacional permanece em níveis alarmantemente baixos. Segundo pesquisa da AtlasIntel divulgada pela Bloomberg nesta terça-feira (8), apenas 3% dos brasileiros dizem confiar “muito” no Parlamento, enquanto 63% revelam não ter “nenhuma” confiança — um dado que evidencia a grave crise de representatividade enfrentada pelo Legislativo brasileiro.Os dados fazem parte do relatório “Latin America Pulse – June 2025”, que traça o panorama político da região. O levantamento foi feito entre os dias 27 e 30 de junho, com 2.621 entrevistados em todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

◎ Números que escancaram a crise - A pesquisa mostra que 63% dizem ter “nenhuma” confiança no Congresso. Outros 27% dizem confiar “pouco”. Os que afirmam ter “alguma” confiança nos parlamentares são 5%, e 3% têm “muita” confiança”.

Esses números colocam o Legislativo entre as instituições com pior avaliação popular no Brasil. O dado é particularmente relevante em um momento em que o Congresso exerce grande influência sobre pautas econômicas e institucionais, como a regulamentação da reforma tributária e o destino das chamadas “emendas do relator”.

◎ Comparação com outras instituições - A pesquisa também avaliou a confiança da população em outras esferas do poder público. O governo federal, por exemplo, tem maior índice de confiança que o Congresso. O Judiciário também tem maior confiança da população.
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Fonte: Brasil 247

Pesquisa Atlas indica melhora na aprovação de Lula: 47,3%

Segundo o levantamento, a desaprovação recuou para 51,8%

Presidente Lula durante a Cerimônia de Abertura do Fórum Empresarial dos BRICS, no Pier Mauá. Rio de Janeiro (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

A mais recente pesquisa da AtlasIntel, divulgada nesta terça-feira (8) em parceria com a Bloomberg por meio da iniciativa Latam Pulse, indica uma ligeira recuperação na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo os dados, 47,3% dos brasileiros entrevistados aprovam o desempenho do presidente, enquanto 51,8% o desaprovam. Outros 0,9% afirmaram não saber ou preferiram não opinar.

Os números refletem uma leve melhora para o governo: em maio, a desaprovação era de 53,7%, caindo agora 1,9 ponto percentual. A aprovação, por sua vez, subiu na mesma proporção, de 45,4% para os atuais 47,3%. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Sobre a avaliação do governo Lula, 51,2% dos entrevistados pela Atlas/Intel avaliam a gestão como ruim/péssima. Já 41,6% avaliam como ótimo/bom e 7,2% como regular. As oscilações, segundo a pesquisa, se mantiveram estáveis em relação a maio, dentro da margem de erro.

A pesquisa ouviu 2.621 pessoas entre os dias 27 e 30 de junho, por meio de recrutamento digital aleatório. Ela faz parte do projeto Latam Pulse, que monitora mensalmente o cenário político, econômico e social em cinco países da América Latina: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México.

Os dados revelam uma tendência de estabilização após meses de oscilação. Ainda que a desaprovação continue numericamente à frente da aprovação, o movimento de queda na rejeição pode indicar uma mudança gradual na percepção pública sobre o governo Lula.

Fonte: Brasil 247

Carro de Jair Renan é rebocado em SC após infração de trânsito e veículo segue detido com documentação irregular

Filho de Bolsonaro não conseguiu retirar o veículo de pátio devido a problemas de documentação

                           Jair Renan Bolsonaro (Foto: Reprodução/Youtube/Leo Dias)

Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, protagonizou uma situação inusitada em São José, município localizado na Grande Florianópolis, quando seu veículo foi rebocado na última sexta-feira (6). O incidente ocorreu após o automóvel, um Jetta 2015, ser estacionado de forma irregular nas proximidades de um restaurante no centro histórico da cidade, durante o Encontro Estadual do PL Jovem, evento do qual Jair Renan participou. Após o carro ser removido para o pátio de Palhoça, ele enfrentou dificuldades para resgatar o veículo, que, por questões de documentação, estava em nome de outra pessoa.

O carro foi guinchado pela Guarda Municipal após ser flagrado estacionado em local proibido, o que levou a uma infração de trânsito registrada pela prefeitura de São José. De acordo com o órgão municipal, a remoção seguiu todos os trâmites legais e foi realizada conforme as normativas do Código de Trânsito Brasileiro.

● Veículo não está em nome de Jair Renan

Embora o automóvel estivesse fisicamente sob sua posse, o nome de Jair Renan não constava no registro do veículo. Na consulta preliminar ao Departamento de Trânsito (Detran), foi constatado que o carro ainda estava registrado em nome de um proprietário de Paraná, identificado como David Willian. O ex-dono do veículo afirmou que o carro foi vendido há anos e que, por algum erro administrativo, ainda não havia sido transferido para o nome do novo proprietário.

David Willian também declarou que a situação é um erro burocrático, e que o veículo já deveria ter sido retirado de seu nome há algum tempo. "O carro foi vendido, mas por alguma falha no sistema, ainda aparece em meu nome", explicou o ex-proprietário.

● Tentativa frustrada de resgatar o veículo

Apesar de ter ido ao pátio onde o carro estava guardado no sábado (7), Jair Renan não conseguiu retirar o automóvel, pois o veículo não estava formalmente registrado em seu nome. O vereador de Balneário Camboriú aproveitou a visita ao pátio para tentar resgatar alguns pertences pessoais do interior do carro, entre eles medicamentos de uso controlado. "O mais importante era garantir que meus remédios estivessem lá", comentou Jair Renan.

A situação gerou um certo desconforto para o filho do ex-presidente, que se viu impedido de regularizar a situação do carro sem resolver a questão da documentação. Além disso, a falta de um nome válido no documento de propriedade impediu a liberação do veículo por parte das autoridades locais.

● Posicionamento da prefeitura e do Detran

Em nota oficial, a Prefeitura de São José confirmou a remoção do veículo, destacando que a infração foi registrada devido ao estacionamento irregular em área proibida. A administração municipal também informou que, segundo os dados do Detran, o carro tem uma "comunicação de venda" que remete à transação com Jair Renan Bolsonaro, o que implica que a documentação do carro ainda não foi completamente regularizada. A nota esclareceu que a ação foi conduzida de acordo com a legislação vigente.

Por sua vez, a assessoria de Jair Renan não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações e esclarecimentos.

Fonte: Brasil 247

ELEIÇÃO NO PT: Arilson Chiorato e Zeca Dirceu vão disputar o segundo turno no Paraná

Primeiro turno terminou com Zeca em primeiro e Arilson em segundo. (Foto: Ascom/PT)

Os candidatos Arilson Chiorato e Zeca Dirceu vão disputar o segundo turno das eleições internas do PT Paraná. A definição dos nomes ocorreu após a apuração de 94% das 275 cidades que realizaram votação no último domingo. O resultado foi encaminhado para a Comissão de Organização Eleitoral (COE) Nacional. O segundo turno está previsto para ocorrer no próximo dia 27 de julho (equivocadamente, havíamos informados dia 20) . Vencerá a eleição quem obtiver o maior número de votos válidos.

A apuração começou às 18h00 do domingo (6) e se estendeu até o início da madrugada do dia 8 de julho (terça-feira). Ao todo, foram contabilizados 16775 votos válidos (excluídos brancos e nulos). Além da apuração da presidência estadual, os petistas votaram para presidente nacional e municipal. Ainda votaram em chapas nacional, estadual e municipal. No caso de Curitiba, que somou cerca de 1,3 mil votos, os eleitores ainda elegeram presidente e chapa de zonal. São 10 ao todo.

O pleito paranaense ainda consagrou a eleição de Edinho Silva, que vai presidir o PT pelos próximos quatro anos. No estado, Edinho recebeu 13713 votos. A votação também define a composição do Diretório Estadual. Diferente da eleição presidencial, as chapas são definidas pelo voto no primeiro turno.

RESULTADO PED PARANÁ | BOLETIM DAS 00h20

258 CIDADES APURADAS DE 275 | 94%  - PRESIDENTE ESTADUAL 

Zeca Dirceu: 7616 votos válidos

Arilson Chiorato: 7190 votos válidos

Tadeu Veneri: 1605 votos válidos

Hermes Leão: 790 votos válidos

Total: 16775 votos válidos


CHAPA ESTADUAL

400  MUDA PT O CAMINHO É PELA ESQUERDA - 1378 votos válidos

410   O PT MAIS PERTO DE VOCÊ - 6789 votos válidos

480   POR UM PT UNIDO DE LUTA E CORAGEM - 7103 votos válidos

490   MUDAR O PT PARA MUDAR O PARANÁ LUTAR É O CAMINHO LULA 2026 - 1008 votos válidos


PRESIDENTE NACIONAL

Edinho Silva: 13713 votos válidos

Rui Falcão: 2368 votos válidos

Valter Pomar: 535 votos válidos

Romênio Pereira: 252 votos válidos


CHAPA NACIONAL

Chapa 200: Lula PT e Resistência Socialista – 641 votos válidos

Chapa 210: Virar à Esquerda, Diálogo e Ação Petista – 199 votos válidos

Chapa 220: Em Tempos de Guerra, a Esperança é Vermelha – 276 votos válidos

Chapa 250: Somos Todos PT e Movimento – 375 votos válidos

Chapa 270: Campo Popular – 111 votos válidos

Chapa 280: Derrotar a Extrema-Direita e Avançar a Construção de um Novo Brasil – 12239 votos válidos

Chapa 290: Muda PT, Lutar é o Caminho, Lula 2026 – 1648 votos válidos

Chapa 299: A Força da Militância com Edinho e Lula – 605 votos válidos


Importante

A Comissão Eleitoral não reconhece ou comenta resultados de boca de urna, restringindo o seu trabalho aos extratos eleitorais encaminhados pelas comissões locais. O método de apuração é apenas divulgar resultados parciais dos municípios que enviarem documentação completa e correta, prezando pela transparência dos dados e assim seguiremos.

Mais informações em breve

Fonte: PT/PR

Alvo de operação da PF, deputado Júnior Mano nega envolvimento em suposto esquema de desvio de emendas

Em nota, a assessoria do parlamentar afirma que Júnior Mano não tem participação em licitações nem ordenação de despesas em prefeituras

                (Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) negou qualquer envolvimento com fraudes em licitações ou contratos administrativos após ser alvo, nesta terça-feira (8), de uma operação da Polícia Federal (PF) autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação apura a atuação de uma suposta organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos por meio de esquemas com verbas parlamentares e processos licitatórios.

Em nota divulgada à imprensa, a assessoria do parlamentar afirmou que ele não exerce funções administrativas em prefeituras e que não participa de comissões de licitação nem tem qualquer atribuição relacionada à ordenação de despesas. “Como parlamentar, o deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”, diz o texto, de acordo com o Metrópoles.

A assessoria também destacou que Júnior Mano “reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública”, além de expressar “confiança nas instituições”, com menção específica ao Poder Judiciário e à Polícia Judiciária Federal. Ao final da nota, o deputado afirma ter “plena convicção de que, ao final da apuração, a verdade dos fatos prevalecerá, com o completo esclarecimento das circunstâncias e o reconhecimento de sua correção de conduta.”

A operação Underhand cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, incluindo a residência oficial do parlamentar em Brasília, um imóvel em Fortaleza e seu gabinete na Câmara dos Deputados. As ordens judiciais também foram executadas nos municípios cearenses de Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio.

De acordo com a Polícia Federal, “o núcleo investigado é suspeito de articular o direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante contrapartidas financeiras ilícitas, além de influenciar procedimentos licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo.”

A apuração chegou ao STF após a PF identificar indícios de que o deputado estaria “diretamente envolvido no desvio de emendas parlamentares, utilizadas para alimentar o esquema de (compra de votos) e consolidar sua base de apoio político.” Ainda segundo a corporação, as verbas desviadas teriam sido destinadas a prefeituras específicas.

O nome de Júnior Mano apareceu na investigação após uma denúncia feita pela prefeita de Canindé durante a campanha de 2022. Ela apontou supostos crimes eleitorais atribuídos ao deputado e a um aliado, que atualmente ocupa o cargo de prefeito em Choró, também no Ceará.

Conforme a denúncia, Júnior Mano repassava emendas ao prefeito, que ficaria responsável por “lavar” os recursos. As suspeitas envolvem os crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com finalidade eleitoral, segundo informou a Polícia Federal.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Júnior Mano tinha "papel central" em suposto esquema de desvios de emendas, diz PF

Operação Underhand cumpre mandados em seis cidades e congelou R$ 54,6 milhões em contas ligadas ao suposto esquema
                       Deputado Júnior Mano (PSB-CE) (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) se tornou o principal foco da Operação Underhand, deflagrada nesta terça-feira (8) pela Polícia Federal (PF), que apura um esquema de manipulação eleitoral e desvio de recursos públicos em pelo menos 50 municípios do Ceará.

Segundo a coluna do jornalista Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo, um relatório da PF aponta que o parlamentar já era investigado desde dezembro de 2023, pela suspeita de exercer “papel central” em um esquema de corrupção coordenado pelo ex-prefeito eleito de Choró, Carlos Alberto Queiroz Pereira, conhecido como Bebeto do Choró (PSB), atualmente foragido.

De acordo com relatório da PF, Júnior Mano estaria diretamente envolvido no desvio de emendas parlamentares, as quais seriam utilizadas para alimentar um esquema de compra de votos e garantir sustentação política. A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), resultou no cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão em seis cidades: Fortaleza (CE), Brasília (DF), Nova Russas (CE), Eusébio (CE), Canindé (CE) e Baixio (CE).

Além das buscas, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao caso. Segundo os investigadores, a medida tem como objetivo impedir a movimentação de recursos supostamente ilícitos e preservar ativos para eventual ressarcimento ao erário.

O inquérito que mira o deputado teve início a partir de denúncias apresentadas pela ex-prefeita de Canindé, Rozário Ximenes (Republicanos), ao Ministério Público. Ela relatou a existência de uma rede de empresários operando desvios de emendas parlamentares em 51 cidades cearenses. Em seu depoimento, Ximenes afirmou que o deputado atuava em conluio com Bebeto do Choró para desviar e “lavar” os recursos públicos.

Ainda de acordo com a reportagem, em um relatório datado de 18 de dezembro de 2024, a Polícia Federal confirmou os indícios de envolvimento direto de Júnior Mano no esquema. O documento descreve o parlamentar como alguém que “exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”.

Segundo os investigadores, o esquema seria liderado por Bebeto do Choró, que teria utilizado sua posição como prefeito eleito e aliado político de Mano para operacionalizar a fraude eleitoral. A Polícia Federal afirma que a rede envolvia empresas controladas por integrantes do grupo, que recebiam os recursos oriundos de emendas parlamentares e os redirecionavam para abastecer campanhas e garantir apoio político nas eleições municipais. A assessoria do deputado federal Júnior Mano foi procurada pela reportagem por e-mail, mas ainda não se manifestou sobre a operação.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Fausto Macedo, no jornal O Estado de S. Paulo

Gilmar Mendes autoriza acesso a celulares do deputado Júnior Mano, alvo de operação da PF

Operação mira fraudes em licitações com o uso de emendas parlamentares. Decisão também inclui o bloqueio de até R$ 54 milhões pertencentes aos investigados

                Deputado Júnior Mano (PSB - CE) (Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (8) a liberação dos dados obtidos nos celulares apreendidos com o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) e outros cinco alvos de uma operação da Polícia Federal. A decisão também inclui o bloqueio de até R$ 54 milhões pertencentes às pessoas físicas e jurídicas investigadas. As informações são do jornal O Globo.

O caso, que tramita sob sigilo no STF, investiga um suposto esquema de fraude em licitações em municípios do Ceará, associado ao desvio de verbas oriundas de emendas parlamentares. Além de autorizar o acesso aos dados dos aparelhos, Gilmar Mendes ordenou a abertura de uma apuração específica sobre os desvios dessas emendas.

Os agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado, incluindo seu gabinete na Câmara dos Deputados, o apartamento funcional em Brasília e sua residência particular no Ceará.

Segundo informações divulgadas pela Polícia Federal, o grupo sob investigação é acusado de manipular o direcionamento de recursos públicos a municípios cearenses, exigindo em troca pagamentos ilícitos. Além disso, as empresas envolvidas estariam participando de processos licitatórios fraudados para favorecer o esquema.

Embora os recursos de emendas parlamentares estejam no centro das apurações, a operação tem como foco principal a suspeita de financiamento ilegal de campanhas eleitorais no pleito municipal de 2024. De acordo com os investigadores, os contratos públicos firmados pelo grupo teriam sido utilizados como forma de caixa 2 para campanhas no estado.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Quem é Júnior Mano, deputado alvo de operação da PF por suspeita de fraudes em licitações no Ceará

Investigação apura desvio de verbas públicas por meio de contratos fraudulentos; R$ 54,6 milhões foram bloqueados por determinação do STF

                  Júnior Mano (Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados)

 A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (8) uma operação que investiga um suposto esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos no estado do Ceará. O principal alvo da ação é o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE). As informações são da CNN Brasil.

Ao todo, o Supremo Tribunal Federal (STF) expediu 15 mandados de busca e apreensão, cumpridos em Brasília (DF) e em cinco cidades cearenses: Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. A operação também determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de investigados, entre pessoas físicas e jurídicas, para impedir a movimentação de recursos de origem ilícita e garantir a reparação de danos ao erário.

As investigações apontam que o grupo teria articulado o direcionamento de verbas públicas para determinados municípios do Ceará mediante contrapartidas financeiras ilícitas. A suspeita é de que empresas ligadas ao esquema tenham sido favorecidas em processos licitatórios conduzidos de forma fraudulenta. Os crimes investigados incluem organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com finalidade eleitoral.

Quem é Júnior Mano? - Antônio Luiz Rodrigues Mano Júnior, conhecido como Júnior Mano, foi eleito deputado federal pelo Ceará em 2022 com 216.531 votos. À época, ele era filiado ao PL (Partido Liberal), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, e se tornou o segundo parlamentar mais votado do estado, atrás apenas de André Fernandes (PL), que obteve 229 mil votos.

Em 2024, Júnior Mano foi expulso do PL após apoiar publicamente a candidatura de Evandro Leitão (PT) à prefeitura de Fortaleza — adversário direto de André Fernandes. O deputado chegou a organizar um evento político em apoio ao petista, reunindo, segundo ele próprio, 41 prefeitos cearenses para declarar voto a Leitão.

Após a expulsão, Mano se filiou ao PSB, partido pelo qual permanece exercendo o mandato. Até o momento, ele não se pronunciou oficialmente sobre a operação da Polícia Federal.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Hugo Motta gastou R$ 110 mil do Fundo Partidário com jatinho para ir a festa de aniversário

Presidente da Câmara fretou aeronave com recursos do Fundo Partidário e nega qualquer irregularidade no uso dos valores

          Hugo Motta (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), utilizou R$ 110 mil de dinheiro público para fretar um jatinho com destino a Belém (PA), onde participou da festa de 80 anos do senador Jader Barbalho (MDB-PA), realizada em 26 de outubro de 2024, um sábado.

Segundo Tácio Lorran, do Metrópoles, o parlamentar embarcou em Brasília às 11h15 e desembarcou em Belém para marcar presença no evento. Retornou à capital federal no mesmo dia, às 16h15. O relatório de voo aponta que ele era o único passageiro da aeronave, cujo custo foi integralmente bancado pelo Republicanos com verba do Fundo Partidário — recurso que, por lei, deve ser destinado a despesas administrativas e de manutenção das legendas políticas.

À época do deslocamento, Hugo Motta estava em plena campanha para se eleger presidente da Câmara. A festa promovida por Jader Barbalho também contou com a presença de outras figuras centrais da política nacional, como o então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), do mesmo partido.

A utilização de verba pública para bancar a ida a um evento de caráter privado contrasta com o discurso do deputado, que tem cobrado responsabilidade fiscal do governo federal e defendido a redução de gastos na máquina pública. Em junho deste ano, conforme também noticiado pelo Metrópoles, Hugo Motta gastou R$ 27 mil em um jantar oferecido a cerca de 30 parlamentares, com um custo médio de R$ 904 por convidado.

Deputado nega uso irregular de recursos públicos - Procurado para comentar o caso, o gabinete de Hugo Motta negou qualquer ilegalidade no uso dos recursos partidários para o deslocamento até Belém. Em nota, afirmou:

"O pagamento foi realizado de forma regular, em conformidade com a legislação vigente e com as normas internas do partido, não havendo qualquer irregularidade ou impropriedade nos procedimentos adotados”.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Pressão de Trump não muda "absolutamente nada" no julgamento de Bolsonaro, garantem ministros do STF

Em uma agressão à soberania brasileira, presidente norte-americano usou as redes sociais para pressionar a Justiça em favor de Bolsonaro

Jair Bolsonaro durante interrogatório no STF (Foto: Gustavo Moreno/STF)

Em mais uma investida retórica contra o sistema de Justiça brasileiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma publicação na plataforma Truth Social nesta segunda-feira (7) em que classificou como “perseguição” e “caça às bruxas” o processo judicial movido contra Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado. A fala gerou reações imediatas do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que reforçou a soberania nacional e rechaçou qualquer tentativa de interferência externa.

Apesar das declarações de Trump, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pelo jornal O Globo avaliam que a manifestação do mandatário norte-americano não altera “em absolutamente nada” o andamento da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023. O julgamento está em sua fase final e, segundo os magistrados, segue dentro dos trâmites legais, garantindo ampla defesa a todos os réus.

☉ Trump acusa perseguição e exalta Bolsonaro - Na publicação, Trump declarou estar acompanhando a situação judicial de Bolsonaro no Brasil. “Ele não tem culpa de nada, exceto de ter lutado pelo povo. Conheci Jair Bolsonaro e ele era um líder forte, que realmente amava seu país — além de um negociador muito duro em questões comerciais”, escreveu o presidente dos EUA. Segundo ele, o processo deveria ser resolvido nas urnas, e não na Justiça.

Bolsonaro, por sua vez, respondeu com entusiasmo nas redes sociais, agradecendo o apoio: “obrigado por existir e nos dar exemplo de fé e resiliência”, escreveu, classificando sua situação judicial como “uma aberração jurídica e clara perseguição política”.

☉ Reação firme de Lula e silêncio estratégico do STF - A resposta mais incisiva veio do presidente Lula. Em nota, o Palácio do Planalto afirmou: “somos um país soberano e não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Temos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei — sobretudo aqueles que atentam contra a liberdade e o Estado de Direito.” Em entrevista durante o encerramento da reunião do BRICS no Rio de Janeiro, Lula foi ainda mais direto: “esse país tem leis, regras e um dono chamado povo brasileiro, portanto dê palpite na sua vida, e não na nossa".

O STF, por sua vez, adotou a estratégia do silêncio institucional. De acordo com fontes da Corte, a manifestação de Trump é encarada como ato político e, portanto, fora do escopo de atuação do tribunal. Além disso, ministros destacaram que Bolsonaro e os demais acusados vêm exercendo plenamente seu direito à defesa, inclusive com postura mais moderada durante os depoimentos recentes.

☉ Reações no governo e contexto diplomático - Ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), classificou as falas de Trump como “equivocadas” e aconselhou o presidente norte-americano a cuidar dos próprios problemas. Já o advogado-geral da União, Jorge Messias, declarou que “este governo não aceita tutela, nem admite pressões externas que tentem ditar os rumos do país, e muito menos tolerará pressões indevidas contra nossas instituições democráticas”.

As declarações de Trump vieram um dia após o encerramento da cúpula do BRICS, cuja declaração final criticou a “imposição de medidas coercitivas unilaterais contrárias ao direito internacional”, ainda que sem menções diretas à Casa Branca. Coincidentemente, Trump anunciou uma tarifa adicional de 10% aos países que, segundo ele, adotarem “políticas antiamericanas”, o que foi lido nos bastidores como uma resposta à atuação do BRICS.

☉ Eduardo Bolsonaro articula nos EUA contra Moraes - O episódio também reaqueceu a articulação internacional contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que a manifestação de Trump é “a primeira de outras ações que virão”. Morando nos Estados Unidos, Eduardo tem pressionado congressistas e autoridades norte-americanas a adotarem sanções contra o ministro brasileiro, por suposta violação de liberdades.

Em maio, o secretário de estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, mencionou publicamente a possibilidade de aplicar sanções com base na Lei Magnitsky — dispositivo que permite aos EUA punir autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos. Entre as sanções possíveis estão bloqueios de bens, cartões e redes sociais.

Em fevereiro, a empresa de Trump entrou com uma ação na Justiça americana contra Moraes, após o ministro determinar o bloqueio de plataformas como a Truth Social e a Rumble, por descumprimento de ordens judiciais.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Governo vai ao STF para manter decreto do IOF e cobra lealdade de partidos aliados

Rui Costa diz que Congresso quebrou acordo com o Planalto e defende repaginar relação com base

     Rui Costa (Foto: Casa Civil (Ascom))

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo federal insistirá junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela manutenção integral do decreto que aumentou a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) — medida recentemente derrubada pelo Congresso Nacional. A declaração foi dada em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido na noite desta segunda-feira (7). Segundo Costa, a decisão do Legislativo rompeu um acordo prévio firmado com o Executivo.

“O combinado não sai caro”, afirmou o ministro. “Havia pacto e acordo. Estava pactuado que não haveria votação até o momento em que fomos surpreendidos”, criticou, responsabilizando os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pela articulação que resultou na revogação da medida.

A controvérsia em torno do decreto foi levada ao STF, e o ministro Alexandre de Moraes decidiu, na última sexta-feira (4), suspender os efeitos tanto do decreto presidencial quanto do projeto de decreto legislativo (PDL) que o anulava, buscando uma conciliação entre os Poderes. Rui Costa, no entanto, foi claro: o governo defenderá o texto na íntegra. “Sim, (vamos defender) a integralidade do decreto até porque a negociação sobre o mérito nós já tínhamos feito”.

Segundo o ministro, o cerne da disputa não se resume à política fiscal, mas à preservação das prerrogativas do Executivo. “Não se trata apenas de defender o IOF como instrumento regulatório. Se o governo não conseguir mais editar decreto, não conseguir fazer portaria, acabou o governo. Isso precisa ser discutido. O fundamental é garantir a capacidade de governar do presidente”, argumentou.

Além da defesa da medida, Rui Costa lançou duras críticas aos partidos da base governista — como MDB, PSD e União Brasil — que, mesmo ocupando ministérios, votaram contra o decreto. Para ele, a crise de confiança exige uma reavaliação das alianças. “É preciso repaginar a relação e fazer uma DR com os partidos”, disse. “A relação tem que ser olho no olho, e o combinado é para ser cumprido. Quando você compõe um governo, compõe não só para usufruir as coisas boas de um governo, tem que estar ajustado com esse governo”.

O ministro também contestou a legalidade do instrumento usado pelo Congresso para barrar o decreto: “Nesse caso, o PDL não teve amparo legal”, afirmou.

Rui Costa ainda aproveitou o espaço para criticar o modelo orçamentário vigente, que, segundo ele, foi deturpado durante o governo Bolsonaro. “A relação entre Executivo e Congresso vem se deteriorando há anos”, disse. “O volume de emendas nas mãos dos parlamentares não existe em nenhum outro lugar do mundo.” E ironizou: “É esse modelo em que nós pegamos quase metade do Orçamento livre de uma nação e se aplica em um efeito aerosol de emendas parlamentares?”

Questionado sobre o projeto aprovado pelo Congresso que amplia de 513 para 530 o número de deputados federais, o ministro afirmou que o presidente Lula ainda não tomou uma decisão. “Ele ainda vai se debruçar sobre o assunto, o prazo dele é ainda na próxima semana, no dia 16”, explicou, sinalizando, porém, que “é pouco provável” que a proposta seja sancionada.

Sobre as eleições de 2026, Rui Costa foi categórico: “Lula vai enfrentar 50 tons de Bolsonaro. São variações de Bolsonaro”. Ele também criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apontado como possível candidato da direita. “Ele está alinhado em seus pensamentos e ações com Bolsonaro”.

O ministro comentou ainda a recente declaração do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump em apoio a Jair Bolsonaro e com críticas ao Judiciário brasileiro. “Não cabe a presidente de outra nação entrar e opinar sobre a atuação do Judiciário e muito menos ameaçar países com tarifas. O Brasil é livre”, declarou.

Por fim, Rui Costa encerrou a entrevista falando sobre seu futuro político e o cenário na Bahia. Disse não ter intenção de disputar novamente o governo do estado e declarou apoio ao atual governador Jerônimo Rodrigues (PT): “O candidato será Jerônimo”.

Com firmeza, Costa reafirmou a defesa da autoridade do Executivo, da soberania nacional e da liderança de Lula. A entrevista, originalmente veiculada pela TV Cultura, evidencia os desafios do governo na manutenção de sua base, na disputa por espaço institucional e na construção de um projeto político para 2026.

Fonte: Brasil 247

PF faz operação na Câmara dos Deputados contra fraudes em licitações no Ceará

Operação mira organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos em contratos fraudulentos. Deputado Júnior Mano é um dos alvos

                        Júnior Mano (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (8), a Operação Underhand, que cumpre mandados de busca e apreensão no âmbito de uma investigação que apura a atuação de uma organização criminosa envolvida em fraudes em processos de licitação no estado do Ceará.

Um dos alvos da ação é a Câmara dos Deputados, em Brasília. No total, 15 mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo executados na capital federal e em cinco cidades cearenses: Fortaleza, Nova Russas, Canindé e Baixio. Segundo o g1, o parlamentar alvo da ação é o deputado Júnior Mano (PSB-CE). A apuração conta com o suporte técnico da Controladoria-Geral da União (CGU).

Também foi determinado o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas,. As condutas investigadas envolvem os crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fim eleitoral.

fonte: Brasil 247 com informações do G1

STF ignora críticas de Trump e reafirma soberania brasileira diante de ataques ao julgamento de Bolsonaro

Ministros minimizam declarações do presidente dos EUA sobre suposta perseguição a Bolsonaro e dizem que resposta cabe à diplomacia e ao governo Lula

            Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes no STF - 10/06/2025 (Foto: Antonio Augusto/STF)

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) optaram por não responder institucionalmente às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que criticou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso da tentativa de golpe de Estado. As informações são da Folha de S.Paulo, em reportagem publicada nesta segunda-feira (7).

Segundo a apuração do jornal, os magistrados avaliaram que o comentário de Trump na rede Truth Social integra uma narrativa política sem efeitos práticos e não justifica uma reação formal da Corte. “A resposta cabe à diplomacia ou ao presidente da República”, disse um dos ministros ouvidos sob condição de anonimato. A avaliação predominante é de que não houve qualquer medida concreta por parte do governo norte-americano que merecesse atenção jurídica ou institucional do STF.

Trump afirmou que o Brasil estaria cometendo uma “coisa horrível” em relação ao tratamento dado a Bolsonaro, e acusou a Corte brasileira de perseguição. “Tenho assistido, assim como o mundo, enquanto eles não fazem nada além de persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano. Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, escreveu Trump em sua publicação.

Um ministro do Supremo classificou a declaração como "abusiva", mas ponderou que o efeito é apenas simbólico e pode, inclusive, “aumentar a antipatia” da opinião pública em relação a Bolsonaro, piorando sua situação.

A análise entre os magistrados é de que Trump está tentando mobilizar sua base aliada internacional, mas sem impacto jurídico sobre o processo judicial em curso no Brasil. O ex-presidente Bolsonaro é investigado por sua participação na trama golpista que visava subverter o resultado das eleições de 2022.

Ainda segundo a Folha, esse tipo de pressão internacional contra o STF não é novidade. Em maio, o então secretário de Estado americano, Marco Rubio, ameaçou restringir a entrada nos EUA de “funcionários estrangeiros e pessoas cúmplices na censura de americanos”, mencionando o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso Bolsonaro. Já em fevereiro, o Departamento de Estado norte-americano criticou a decisão do ministro de bloquear a plataforma de vídeos Rumble, bastante usada por influenciadores de direita.

Apesar da tentativa de ingerência externa, os ministros têm se mantido discretos. Em ocasiões anteriores, como em fevereiro, Alexandre de Moraes reagiu em plenário com firmeza, sem citar os EUA diretamente. Reforçou que o Brasil é um país soberano desde 1822 e não aceitará imposições externas. Na mesma ocasião, o ministro Flávio Dino saiu em defesa do colega, recordando que os integrantes do Supremo juram defender a Constituição e os princípios de autodeterminação dos povos, não intervenção e igualdade entre os Estados — fundamentos do artigo 4º da Carta Magna.

Pelo lado do Executivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se pronunciou. “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano”, afirmou o petista em nota oficial. Em entrevista coletiva após a cúpula do BRICS, Lula foi questionado sobre o post de Trump e reagiu com desdém: “Tenho coisa mais importante para comentar”.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também rebateu a postura de Trump. “O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais”, declarou.

Nos bastidores, integrantes do governo observam que enfrentamentos retóricos com os Estados Unidos podem ter efeitos políticos positivos para Lula, reforçando a imagem de um governante que defende a soberania nacional. Além disso, auxiliares do Planalto acreditam que o presidente dos EUA busca fortalecer laços com a base bolsonarista, o que explicaria a interferência verbal em assuntos internos do Brasil.

Nos círculos bolsonaristas, a fala de Trump gerou euforia. Grupos aliados ao ex-presidente pressionam para que os EUA adotem sanções contra Alexandre de Moraes. O ex-assessor de Trump, Jason Miller, estaria entre os articuladores dessa ofensiva, que busca desgastar o Supremo Tribunal Federal e fortalecer narrativas de perseguição.

Apesar disso, o ambiente no STF segue marcado por cautela e institucionalidade. Ministros avaliam que o silêncio pode ser a melhor resposta para evitar a politização do Judiciário em meio à turbulência internacional e às investidas retóricas da extrema direita.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

segunda-feira, 7 de julho de 2025

“Nós contra eles” cresce nas redes após Trump defender Bolsonaro, diz pesquisa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – Reprodução


A critica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos processos do Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro (PL) teve um efeito colateral inesperado: acabou favorecendo a estratégia digital do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seu partido, o PT.

Embora a intenção do republicano fosse defender o ex-chefe do governo brasileiro, sua manifestação acabou fortalecendo o discurso do “nós contra eles”, amplamente explorado pela base lulista nas redes sociais.

Segundo levantamento da Real Time Big Data encomendado pela Coluna do Estadão, a resposta de Lula à declaração de Trump gerou um engajamento acima da média em poucas horas. Em menos de cinco horas, a postagem do petista no X ultrapassou um milhão de visualizações.

Mais surpreendente foi o índice de reações positivas: 54% dos comentários, curtidas, repostagens e envios por direct foram de apoio ao presidente, em contraste com a tradicional polarização das redes.

O cientista político Bruno Soller explica que, embora Lula enfrente resistência em parte da opinião pública, a alta rejeição internacional a Trump acaba beneficiando o presidente brasileiro: “As pessoas estão com dificuldade de fazer qualquer defesa do atual governo e do presidente Lula. Mas Trump tem uma rejeição muito grande, e isso ajuda Lula nas redes. Então, colocar-se como antagonista dá força a Lula e gera um conforto para as pessoas defendê-lo”.

Para Soller, esse tipo de embate internacional reforça a narrativa central da campanha de Lula, que tem apostado em uma estratégia emocional e identitária. “É o sindicalista contra o milionário, o pequeno contra o grande, o Brasil contra os Estados Unidos. Aí não é briga só sobre classes. É padrão global para engajamento”, destacou.


A publicação analisada pelo instituto foi a mensagem do mandatário em resposta direta à fala de Donald Trump: “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”.

O norte-americano, por sua vez, havia postado na Truth Social uma longa mensagem em apoio a Bolsonaro, classificando o processo judicial contra o ex-presidente como perseguição política: “O Brasil está fazendo uma coisa terrível no tratamento do ex-presidente Jair Bolsonaro… Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo POVO”, escreveu, acusando as autoridades brasileiras de promoverem uma “caça às bruxas”.

Apesar da repercussão internacional, ministros do Supremo Tribunal Federal ouvidos pela Coluna do Estadão afirmaram que os comentários de Trump são “irrelevantes” para os julgamentos em curso. Segundo os magistrados, o STF não irá se manifestar sobre o assunto, mantendo o silêncio institucional e delegando a resposta ao campo político — o mesmo em que a provocação foi feita.

Print de post de Trump na Truth Social
Post de Trump na Truth Social – Reprodução

Fonte: DCM