segunda-feira, 30 de junho de 2025

Cuiabá fica sem remédios após prefeito bolsonarista deixar consórcio que reduzia preços

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini – Foto: Reprodução
A saída da Prefeitura de Cuiabá do Consórcio Intermunicipal de Saúde Vale do Rio Cuiabá (Cirvasc) resultou em uma grave escassez de medicamentos nas unidades de saúde da capital. A decisão foi tomada pelo prefeito bolsonarista Abilio Brunini (PL), que optou por firmar parcerias apenas com municípios comandados por prefeitos do seu partido, o PL. Desde então, pacientes relatam dificuldades para obter remédios básicos em postos de saúde e UPAs.

Servidores informaram que o Cirvasc era responsável por negociações que tornavam os medicamentos mais baratos e acessíveis. A retirada de Cuiabá do consórcio teria ocorrido após a descoberta de dívidas deixadas pela gestão anterior. “A gente não consegue atender quem precisa porque não tem o mínimo”, afirmou um profissional da rede pública.

Entre os mais prejudicados estão pacientes psiquiátricos, que não conseguem receitas por falta de receituário azul, documento exigido para a entrega de medicamentos controlados. Isso tem agravado quadros de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais.

A situação também é crítica para crianças com infecções respiratórias. Antibióticos como amoxicilina e azitromicina em suspensão estão em falta, assim como remédios para inalação, como o Brometo de Ipratrópio e o Clenil A.

Faltam ainda insumos básicos como cateter infantil, equipos, torneirinhas e luvas de procedimento.

Questionado, Brunini rebateu a escassez de medicamentos e negou a saída da capital do programa.

“A compra no atacado é do município de Cuiabá. Qual o município da Baixada que compra mais do que a gente? Nós que oferecemos esse benefício ao consórcio para comprar mais barato. O consórcio sem a gente não compra mais barato, compra mais caro”, disse Abilio em entrevista ao CliqueF5, na terça-feira (24).


O símbolo foi feito para o aparelho celular que ele segurava nas mãos durante a sessão. O gesto é classificado como “uma verdadeira expressão da supremacia branca” pela Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês), organização dos Estados Unidos que monitora crimes de ódio.

Fonte: DCM

Medidas do Congresso vão custar R$ 106,9 bilhões aos cofres públicos em 2025

 

Parlamentares no plenário do Congresso Nacional. Foto: Pedro França/Agência Senado
O Congresso Nacional aprovou uma série de medidas que, somadas, terão impacto de R$ 106,9 bilhões nos cofres públicos ainda em 2025, segundo levantamento da Tendências Consultoria. A lista inclui iniciativas que aumentam despesas, impedem cortes e mantêm isenções fiscais, contribuindo para o agravamento do desequilíbrio fiscal enfrentado pelo governo. Com informações do Globo.

A tensão entre Executivo e Legislativo atingiu novo patamar com a derrubada do decreto que elevava a alíquota do IOF, o que aprofundou a crise nas contas públicas. Entre as ações de maior impacto está a criação do programa de renegociação de dívidas dos estados (Propag), sancionado em janeiro, que reduz drasticamente os juros, com efeito fiscal de R$ 20 bilhões a partir do próximo ano.

Outras decisões do Congresso, como a rejeição da redução de supersalários e o aumento no número de deputados federais — de 513 para 531 em 2026 — devem elevar ainda mais os gastos, segundo especialistas. O cientista político Carlos Melo, do Insper, estima que os 18 novos parlamentares terão custo adicional de R$ 165 milhões.

Além disso, o Congresso ampliou emendas parlamentares para R$ 62 bilhões em 2025. O economista Bráulio Borges, da FGV/Ibre, argumenta que esse montante poderia ser reduzido a R$ 10 bilhões, patamar mais compatível com práticas internacionais, ajudando a reequilibrar o orçamento.

Presidente da Câmara, Hugo Motta— Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Outra medida destacada é a manutenção de benefícios fiscais, como o Perse, destinado ao setor de eventos, e a desoneração da folha de pagamento para 17 setores, com renúncia fiscal de até R$ 20 bilhões — dos quais apenas R$ 9 bilhões teriam compensação prevista. O STF já exigiu contrapartida, ainda não plenamente atendida.

O Fundeb também terá aumento de participação da União, passando de 10% em 2020 para 21%, de forma escalonada, o que custará cerca de R$ 6 bilhões a mais por ano ao governo federal. Já o BPC (Benefício de Prestação Continuada), que teve regras flexibilizadas, deve custar até R$ 30 bilhões a mais por ano.

Especialistas afirmam que a soma dessas iniciativas impõe ao governo uma necessidade urgente de ajuste fiscal em torno de 3% do PIB, algo considerado difícil diante do atual ambiente político. “O Congresso está pensando em 2026. O embate fiscal virou parte do jogo eleitoral antecipado”, resume Ricardo Ribeiro, da LCA 4Intelligence.

Enquanto o governo tenta ampliar a arrecadação, como com o projeto de taxação de altas rendas, o Congresso aprofunda a crise ao rejeitar medidas de contenção e aumentar os gastos estruturais — uma combinação que torna cada vez mais difícil o equilíbrio das contas públicas no curto prazo.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Para conter extrema-direita, Lula mira periferias e reforça agenda de esquerda

 

Presidente Lula, em evento na Favela do Moinho, na capital paulista, em 26 de junho de 2024. Foto: Cláudio Kbene/PR
Em meio à pressão por resultados e mirando a reeleição em 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificará sua agenda em comunidades periféricas, levando uma mensagem de defesa da taxação dos mais ricos para financiar políticas voltadas aos mais pobres. A mudança de tom foi evidenciada na visita à Favela do Moinho, em São Paulo, onde Lula participou de um evento sem palanque, conversando diretamente com os moradores e anunciando ações habitacionais. Com informações do Globo.

Segundo assessores do Planalto, a ida à comunidade foi considerada positiva, com o presidente buscando maior proximidade com a população. Em discurso no Tocantins no dia seguinte, Lula declarou: “Tem gente que não gosta de mim porque quero que rico pague mais imposto para isentar quem ganha até R$ 5 mil”. Ele reforçou ainda: “Meu lado é o do povo trabalhador, dos professores e da classe média baixa”.


A estratégia deve continuar nos próximos dias, com nova aparição em Salvador, durante a celebração da Independência da Bahia. Outras viagens estão sendo planejadas, enquanto compromissos internacionais devem ser limitados a eventos considerados essenciais, como a Cúpula do Mercosul.

A movimentação ocorre em meio ao aumento das tensões entre o Executivo e o Congresso, agravadas após a derrubada do decreto que elevava o IOF. Parlamentares da base cobram do governo propostas de controle de gastos, enquanto medidas como o fim dos supersalários seguem paradas.

Críticos da política econômica apontam que o governo evita discutir cortes e prioriza a arrecadação. O Banco Central divulgou que a arrecadação federal entre janeiro e maio somou R$ 1,2 trilhão — o maior valor para o período. A oposição argumenta que a estratégia de elevação de tributos é limitada sem apoio majoritário no Congresso.

No Planalto, a aposta é eleitoral. A proposta de “colocar o pobre no Orçamento e o rico no Imposto de Renda” é vista como um diferencial do terceiro mandato, com pesquisas internas indicando aceitação popular da medida.

Fonte: DCM

Líder do PL dá desculpa esfarrapada para ausência de Nikolas e Michelle na Paulista

 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), precisou se explicar neste domingo (29) sobre a ausência de duas figuras centrais do bolsonarismo no ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em São Paulo. Questionado pelo repórter do DCM, Fabrício Rinaldi, o parlamentar atribuiu a ausência de Michelle Bolsonaro a um compromisso partidário em Roraima e disse que o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) estaria em um casamento.

A justificativa, no entanto, pareceu pouco convincente. O ato, que reuniu cerca de 12 mil pessoas, segundo estimativas do estudo da USP, foi menor do que o já esvaziado protesto realizado em abril na Avenida Paulista. A expectativa era de uma mobilização de grande porte, que pudesse demonstrar força política em um momento em que Bolsonaro se encontra cada vez mais pressionado por investigações e riscos jurídicos.

A ausência de Michelle Bolsonaro chamou atenção pela simbologia. Enquanto o marido tenta manter viva sua base política em um momento crítico, a ex-primeira-dama preferiu priorizar o evento do PL Mulher, cuja agenda poderia ter sido remanejada, considerando a gravidade da situação enfrentada pelo ex-presidente. Nikolas Ferreira optou por não comparecer, alegando compromisso social. O contraste entre a importância do ato — possivelmente o último antes de eventual prisão de Bolsonaro — e a justificativa das ausências reforça a percepção de desgaste e desarticulação interna.

A queda de público confirma essa tendência: se antes Bolsonaro era capaz de mobilizar centenas de milhares de pessoas, hoje as manifestações têm dimensão cada vez menor, com público restrito a segmentos mais radicais.

O que se observa é um movimento de esvaziamento político, em que parte da antiga base eleitoral e de parlamentares se distancia de Bolsonaro, antecipando um provável cenário de enfraquecimento no Congresso Nacional. Ainda que o bolsonarismo siga existindo como força cultural e de opinião pública, sua capacidade de articulação institucional parece corroída.

Assista abaixo:

Fonte: DCM

Partidos de direita que integram base aliada de Lula fazem campanha contra tributação dos super-ricos

União Brasil e Progressistas lançam vídeo em tom alarmista contra a reforma do Imposto de Renda, mas projeto busca justiça fiscal

Captura de tela de vídeo publicado pelo "PT Brasil" na rede X

Em reação à campanha do PT sobre a proposta de reforma do Imposto de Renda, a União Progressista — federação que une União Brasil e Progressistas — publicou um vídeo nas redes sociais com críticas ao tamanho do Estado, às despesas públicas e ao que classificam como “estatais que só dão prejuízo”. A peça, gerada por inteligência artificial, usa metáforas visuais com trabalhadores puxando sacos pesados em carros de boi, representando impostos e preços de alimentos, enquanto figuras de terno acrescentam mais peso.

O vídeo dos partidos de direita foi publicado pelos perfis do União Brasil e do seu presidente, Antonio Rueda, em parceria com o Progressistas e seu líder, senador Ciro Nogueira (PI). A narração afirma: “O povo não aguenta mais carregar peso de um governo com quase 40 ministérios, um governo que aumentou as despesas, não para nós, mas pra eles, a ‘companheirada’” — num discurso que tenta colar a imagem do governo federal ao excesso e ao desperdício, segundo informa o Valor.

No entanto, o que a campanha ignora é o objetivo central da proposta petista: promover justiça fiscal. O projeto em tramitação na Câmara prevê isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais, além da redução de alíquota para a faixa de até R$ 7 mil e a introdução de uma cobrança mínima sobre as altas rendas. Isso permite desonerar assalariados e corrigir distorções históricas, fazendo com que bilionários, bancos e casas de apostas — setores com lucros exorbitantes — passem a contribuir de forma mais justa.

Em sua campanha, o PT também usou recursos de inteligência artificial. Um dos vídeos mostra que “quem vive de salário sempre carregou o maior peso dos impostos”, enquanto os ricos, representados por homens de terno, carregam sacos menores. Ao final, o narrador afirma: “Taxação BBB: Bilionários, bancos e bets. Novo IR é justiça histórica, justiça de verdade. Mostre que você tem inteligência, mas não é artificial. Lute por justiça, espalhe esse vídeo por aí”. A reação do União Progressista busca atacar o discurso do governo federal. No vídeo oposicionista, o narrador diz: “Agora querem nos taxar ainda mais. o governo do PT deveria tirar o peso das nossas costas e cortar o desperdício. A gente não se engana, tudo o que eles dizem é artificial, até a inteligência das propagandas”.

Embora o discurso liberal busque capitalizar o descontentamento da população com a inflação e o custo de vida, a proposta de reforma tributária responde a uma demanda histórica por equidade fiscal. Hoje, quem está no topo da pirâmide paga proporcionalmente menos que os trabalhadores formais, graças a isenções e brechas legais. A nova política pretende inverter essa lógica, desonerando os assalariados e cobrando mais de quem lucra com dividendos, fundos exclusivos e grandes fortunas.

Paralelamente à disputa de narrativas, o Congresso aprovou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que derruba o aumento do IOF decretado pelo Executivo, surpreendendo o Palácio do Planalto. A Advocacia-Geral da União (AGU) avalia medidas jurídicas para restaurar a vigência do decreto. O Psol, por sua vez, acionou o Supremo Tribunal Federal com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra o PDL.

Diante do embate, cresce o debate sobre quem deve financiar o Estado. A proposta do governo federal busca exatamente isso: fazer com que os mais ricos contribuam de maneira proporcional à sua renda. Tributar bilionários e lucros exorbitantes não é penalizar o sucesso, mas garantir que todos cumpram sua parte na construção de um país mais justo e equilibrado.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Valor

Enquanto estrangula o governo por ajuste fiscal, Congresso amplia gastos bilionários e beneficia os super-ricos

Congresso aumenta número de deputados, mantém isenções fiscais e blinda os mais ricos do Imposto de Renda

                           Prédio do Congresso Nacional, em Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Enquanto estrangula o governo impondo derrotas legislativas e exigindo cortes de gastos, o Congresso Nacional contribui para ampliar a "gastança" que os próprios deputados e senadores atribuem ao Executivo. Segundo levantamento da Tendências Consultoria, encomendado pelo jornal O Globo, apenas em 2025 o impacto fiscal das medidas aprovadas pelo Legislativo já ultrapassa os R$ 100 bilhões.

De acordo com o estudo, o valor totaliza R$ 106,9 bilhões em 2025, resultado da adoção de projetos que elevaram os gastos, impediram cortes ou mantiveram benefícios fiscais. Para 2026, a previsão é ainda mais preocupante: a conta sobe para R$ 123,25 bilhões, impulsionada por decisões como o aumento no número de deputados federais e o início do programa de renegociação das dívidas estaduais, o Propag, idealizado pelo ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O Propag, sancionado em janeiro pelo Executivo, elimina a cobrança de juros (antes fixados em 2% ao ano), restando apenas a correção pela inflação. Estima-se que, a partir de 2026, o impacto financeiro desse projeto seja de R$ 20 bilhões.

☆ Supersalários, emendas e aumento de deputados - O avanço das emendas parlamentares é um dos fatores mais pesados nessa equação. O economista Bráulio Borges, da FGV/Ibre, propõe em artigo recente que o valor seja reduzido para R$ 10 bilhões — patamar comparável ao de outros países. Hoje, elas somam R$ 62 bilhões, contra R$ 8,6 bilhões em 2014.

Segundo Borges, “há peso excessivamente carregado pelo Executivo federal. Essa responsabilidade tem de ser compartilhada. Temos Legislativo empoderado, governos regionais ganhando espaço no gasto total mas, quando dá problema, batem na porta do governo federal”.

O cientista político Carlos Melo, do Insper, lembrou que a criação de 18 novas cadeiras na Câmara a partir de 2026 implicará mais despesas: “vão querer ter emendas, privilégios, o mesmo controle do Orçamento que os demais. Numa tacada só, negam aumento de receita e sobem a despesa".

Ele destaca ainda que, com os altos valores das emendas, do fundo partidário — que cresceu R$ 165 milhões, chegando a R$ 1,368 bilhão neste ano — e do fundo eleitoral (R$ 5 bilhões em 2024), os parlamentares já não dependem de cargos no governo. “Eles não dependem do governo. São cinco centenas de vereadores federais. Falam em ‘governo congressual’”, concluiu.

☆ ‘Jabutis’ e renúncias fiscais - Apesar de não constarem no Orçamento da União, os chamados “jabutis” aprovados pelo Congresso em projeto do setor elétrico em junho devem gerar um custo de mais de R$ 190 bilhões para os consumidores, como apontou Bráulio Borges: “foi um verdadeiro ataque especulativo do Congresso contra o Brasil. Aproveitou a fraqueza do governo para aprovar um monte de jabutis que só satisfazem alguns interesses muito bem representados no Congresso".

Outro exemplo citado por Borges é o Perse — programa de apoio ao setor de eventos durante a pandemia —, cuja extinção foi barrada pelo Legislativo, preservando uma renúncia fiscal superior a R$ 15 bilhões. Também foi mantida a desoneração da folha de pagamento para 17 setores, embora o STF tenha exigido compensações. Segundo a Tendências, o rombo estimado de R$ 20 bilhões foi parcialmente compensado com receitas extraordinárias de apenas R$ 9 bilhões.

☆ Fundeb, BPC e IR - A participação da União no Fundeb também foi ampliada, saindo de 10% em 2020 para uma previsão de 21%. O aumento é gradual, mas já representa acréscimos anuais de R$ 6 bilhões aos cofres federais.

No caso do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atende idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência em situação de pobreza, o Congresso vetou a tentativa de reverter a flexibilização nas regras de acesso aprovada ainda no governo Jair Bolsonaro (PL), em 2021. Segundo cálculos de Bráulio Borges, o custo do BPC nos 12 meses encerrados em maio foi de R$ 121 bilhões — valor entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões acima do que seria com os critérios anteriores.

Guilherme Klein, professor da Universidade de Leeds e pesquisador do Made-USP, alerta para o impacto da proposta do PP que altera o projeto do Executivo sobre a nova tabela do Imposto de Renda. A ideia do governo era iniciar a cobrança da alíquota mínima a partir de R$ 50 mil mensais. A nova versão eleva esse patamar para R$ 250 mil, o que, segundo Klein, geraria uma perda estimada de R$ 38 bilhões.

☆ Projeções eleitorais influenciam cenário - Para Ricardo Ribeiro, analista político da LCA 4Intelligence, as movimentações no Congresso já refletem os interesses eleitorais de 2026: “O Centrão que tem um pé no governo está se arrumando para um cenário eleitoral. A questão não é se tem de fato um Congresso a favor ou não de corte de gastos. O essencial é que estamos antevendo o embate eleitoral de 2026".

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Receita começa a pagar nesta segunda o 2º lote da restituição do IR 2025

Mais de 6,5 milhões de contribuintes devem receber valores; consulta está disponível no site e no aplicativo da Receita Federal

Imposto de Renda 2025 (Foto: Joedson Alves / Agência Brasil)

A Receita Federal inicia nesta segunda-feira (30) o pagamento do segundo lote de restituições do Imposto de Renda 2025. De acordo com informações do portal g1, ao todo, serão contemplados mais de 6,5 milhões de contribuintes em todo o país, com um volume financeiro que ultrapassa R$ 11 bilhões. Além das restituições referentes a este ano, o lote inclui também valores residuais de exercícios anteriores.

Segundo o Fisco, aproximadamente R$ 1,8 bilhão desse montante será destinado a contribuintes prioritários, grupo que inclui idosos, pessoas com deficiência ou doenças graves, professores e aqueles que optaram pela declaração pré-preenchida e pelo recebimento via PIX.

Confira como será a divisão entre os beneficiados prioritários:

  •  148.090 idosos com mais de 80 anos
  •  1.044.585 pessoas entre 60 e 79 anos
  •  91.363 contribuintes com deficiência física ou mental, ou moléstia grave
  •  496.650 contribuintes cuja principal fonte de renda seja o magistério
  •  4.764.634 contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida e escolheram o PIX para receber a restituição

☆ Calendário de pagamentos segue até setembro

O calendário oficial da Receita prevê cinco lotes de restituição do Imposto de Renda em 2025. O primeiro foi pago em 30 de maio e o último está previsto para 30 de setembro. Veja as datas:

  •  1º lote: 30 de maio
  •  2º lote: 30 de junho
  •  3º lote: 31 de julho
  •  4º lote: 29 de agosto
  •  5º lote: 30 de setembro

☆ Como saber se você vai receber

Para consultar se a restituição será paga neste segundo lote, o contribuinte deve acessar o site da Receita Federal, clicar em "Meu Imposto de Renda" e, em seguida, selecionar a opção "Consultar a Restituição". Também é possível fazer a consulta por meio do aplicativo oficial da Receita disponível para smartphones e tablets.

No site, além da consulta simples, o contribuinte pode acessar o extrato completo do processamento da declaração por meio do portal e-CAC. Caso haja pendências ou inconsistências, é possível fazer as correções necessárias com a declaração retificadora.

A Receita Federal reforça que o pagamento das restituições ocorre exclusivamente em contas bancárias de titularidade do contribuinte. Caso haja erro nos dados bancários ou problema na conta, o valor não será creditado. Nesses casos, o cidadão pode reagendar o crédito dos valores no site do Banco do Brasil ou pelos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (para deficientes auditivos). O prazo para reagendamento é de até um ano.

☆ Malha fina: fique atento às pendências

Durante a consulta, o contribuinte também pode verificar se sua declaração caiu na malha fina, situação em que o pagamento da restituição é bloqueado até a regularização. Para isso, basta acessar o extrato no portal e-CAC e verificar o item "Pendências de Malha". Caso existam inconsistências, o contribuinte poderá apresentar documentos que comprovem a veracidade das informações ou corrigir a declaração.

Quem é obrigado a declarar o IR 2025

São obrigados a declarar o Imposto de Renda neste ano os contribuintes que se enquadram em ao menos uma das seguintes situações:

  •  Receberam rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024
  •  Tiveram rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte superiores a R$ 200 mil no ano passado
  •  Obtiveram ganho de capital na venda de bens ou direitos ou realizaram operações em bolsas de valores superiores a R$ 40 mil
  •  Obtiveram isenção de imposto sobre ganho de capital na venda de imóvel residencial, seguido de aquisição de outro em até 180 dias
  •  Tiveram receita bruta superior a R$ 169.440,00 em atividade rural em 2024
  •  Possuíam bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 800 mil até 31 de dezembro de 2024
  •  Passaram à condição de residentes no Brasil em qualquer mês de 2024 e permaneceram nessa condição até o fim do ano
  •  Possuem trust ou bens no exterior e atualizaram o valor dos imóveis com pagamento de imposto diferenciado em dezembro de 2024 (Lei nº 14.973/2024)
  •  Obtiveram rendimentos no exterior de aplicações financeiras ou lucros e dividendos
  •  Optaram por declarar bens, direitos e obrigações de entidade controlada no exterior como se fossem de sua titularidade

Para mais informações, o contribuinte pode acessar o site oficial da Receita Federal ou buscar orientações por meio dos canais de atendimento disponíveis.

Fonte: Brasil 247

Parceiro de negócios de Marçal é suspeito de sumir e dar calote em 40 caminhões alugados

Empresa do influenciador Vanderson de Melo teria trocado placas e escondido veículos para evitar apreensão; empresário alega crise financeira

Empresa do caminhoneiro influencer foi flagrada trocando placas de caminhões que alugou e nunca devolveu (Foto: Reprodução)

Vanderson de Melo, parceiro de negócios de Pablo Marçal, virou alvo de investigação após ser acusado de alugar e desaparecer com 40 caminhões de uma gigante do setor logístico. A informação foi revelada pelo portal Metrópoles nesta segunda-feira (30). Segundo o inquérito, a empresa de Melo, o Grupo Brasil Novo, não apenas deixou de pagar o aluguel dos veículos como também teria adotado um esquema para esconder parte da frota, incluindo troca de placas e transporte para locais remotos.

Vanderson, que costuma exibir carrões de luxo e viagens internacionais nas redes sociais, é conhecido por palestras motivacionais em que apresenta sua trajetória como "case de sucesso". Em 2024, chegou a ser exaltado publicamente por Pablo Marçal, que o citou como exemplo de superação. “Ele era motorista de caminhão. Hoje, ele tem uma das maiores empresas da América Latina de logística. Esse ano de 2024, já vai bater 2 mil placas de carreta, caminhão, os trem doido (sic)”, afirmou Marçal em uma de suas palestras.

A amizade e parceria entre os dois também se estendeu ao campo político: Vanderson acompanhou Marçal em eventos de campanha à Prefeitura de São Paulo, debates de TV e até em momentos de lazer, como pescarias.

☆ Esquema para esconder caminhões

O contrato de aluguel dos 40 caminhões foi firmado em 2020. Desde então, o Grupo Brasil Novo acumulou uma dívida de R$ 7,2 milhões com a empresa locadora e, segundo o processo judicial, nunca devolveu os veículos. A Justiça determinou buscas e apreensões, mas parte dos caminhões simplesmente sumiu.

Até o momento, 18 veículos continuam desaparecidos e outros 22 foram encontrados em situações inusitadas: alguns tiveram as placas substituídas para burlar ordens judiciais, enquanto outros foram levados para locais afastados, sem sistema de rastreamento.

O Metrópoles revelou que, em junho, advogados da empresa locadora tentaram recolher caminhões em Barueri (SP), mas encontraram funcionários apressadamente retirando as placas dos veículos. A ação foi acompanhada por um oficial de Justiça e registrada em vídeo.

Em outra ocasião, dois caminhões com placas adulteradas foram interceptados pela Polícia Rodoviária Federal no Rio Grande do Sul. Após consulta com a seguradora, os agentes constataram o bloqueio judicial devido à dívida milionária.

Os veículos também foram localizados escondidos sob lonas em terrenos no Pará, Maranhão, Santa Catarina e Mato Grosso. Em um dos episódios mais curiosos, dois caminhões foram flagrados sendo transportados na carroceria de outro caminhão, em plena rua. Nesse caso, os veículos não foram apreendidos.

☆ Empresário diz que vive crise financeira

Procurado, Vanderson de Melo recorreu às redes sociais para minimizar o caso. Em um vídeo publicado no último dia 23, o empresário admitiu que sua empresa vive uma situação financeira delicada, mas evitou comentar as suspeitas de adulteração de placas e desaparecimento dos caminhões.

“Estamos tomando todas as medidas possíveis por todas essas barbaridades que estão falando por aí”, declarou. O empresário ainda sugeriu que está sendo atacado por conta de sua exposição e sucesso. “Quando se faz algo que tem uma trajetória de sucesso, ninguém dá muita importância. Agora, quando acontece qualquer deslize ou qualquer momento pontual realmente de dificuldade, todo mundo joga a primeira pedra”, disse.

Apesar da justificativa, o caso segue sendo investigado pela polícia e pela Justiça, e parte dos caminhões segue desaparecida.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Lula vai a reunião de Cúpula do Mercosul e Brasil assume presidência do bloco

Foco à frente do bloco será a integração regional, finalização do acordo com União Europeia e fortalecimento da Tarifa Externa Comum

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da 66ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul na próxima quinta-feira (3), em Buenos Aires. O encontro marcará o encerramento da presidência pro tempore da Argentina e a transferência do comando rotativo do bloco para o Brasil.

A participação nacional reforça o compromisso do governo com o fortalecimento da integração regional e com a agenda econômica e social do Mercosul. A informação foi dada pela embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores,

“Não preciso ressaltar a importância que o Brasil atribuiu ao Mercosul no nosso objetivo maior de promover a integração regional, que é um objetivo constitucional, histórico e atual do presidente Lula e da diplomacia brasileira”, afirmou a secretária.

Entre as prioridades do Brasil à frente do bloco está a conclusão do acordo com a União Europeia. “Temos a expectativa de assinar mesmo o acordo com a União Europeia, que está finalizado, passando por traduções para 27 línguas, e tem de passar pelas instâncias europeias. Vocês todos acompanharam o esforço do presidente Lula, junto ao presidente Emmanuel Macron recentemente, e ele sempre está trabalhando para que esse acordo importantíssimo seja finalmente concluído”, disse Padovan.

Ela destacou que a atuação conjunta dos países do bloco fortalece sua posição em negociações internacionais. “O Mercosul também é importante para os nossos países se posicionarem globalmente. Sozinhos, negociações com grandes blocos seriam mais fragilizadas. Juntos somos mais fortes para nos colocarmos globalmente.”

Durante a presidência brasileira, o Mercosul pretende priorizar o fortalecimento da Tarifa Externa Comum, a incorporação dos setores automotivo e açucareiro ao regime comercial do bloco e o avanço em medidas que consolidem a união aduaneira. Também será discutida a incorporação de novos códigos à Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec).

Outro ponto de destaque será o lançamento do “Mercosul verde”, com ações voltadas à cooperação para tornar o comércio mais sustentável. “É promover a cooperação para que não só o nosso comércio seja mais sustentável, mas também que mostremos ao mundo as nossas credenciais verdes: temos uma matriz energética renovável e nossa agricultura é sustentável”, pontuou a embaixadora.

O Brasil também deve liderar o lançamento da segunda fase do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM 2), que financia projetos para reduzir desigualdades entre os países do bloco. “A versão 1 despendeu cerca de US$ 1 bilhão em projetos importantes, como a Costaneira no Paraguai. A gente anda por ela e é um orgulho ver que o Mercosul é capaz de ajudar em obras tão fundamentais”, destacou Padovan. O país tem ainda oito novos projetos nacionais em fase de lançamento no âmbito do FOCEM 1.

Outras áreas de atenção serão a cooperação em segurança pública e o fortalecimento dos mecanismos de financiamento de infraestrutura e desenvolvimento regional.

Na área social, o Brasil quer impulsionar o trabalho do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH), sediado na Argentina, e do Instituto Social do Mercosul (ISM), com sede no Paraguai. “Gostaríamos de ver esses institutos mais vigorosos. Trabalharemos para ajudá-los a cumprirem a sua função importantíssima de preparar corpos técnicos, de fazer estudos, de difundir dados e elementos e de promover efetivamente temas fundamentais, como são direitos humanos e o tema da justiça e cuidado social”, declarou a embaixadora.

Padovan também mencionou o fortalecimento da participação dos países associados, com destaque para o Panamá, e o incentivo às relações comerciais por meio do Fórum Empresarial, com atenção especial às pequenas e médias empresas, setor que, segundo ela, enfrenta mais barreiras no comércio internacional e tem forte participação feminina.

No comércio entre os países do bloco, o intercâmbio somou US$ 17,5 bilhões entre janeiro e maio de 2025. O Brasil exportou US$ 10,2 bilhões e importou US$ 7,2 bilhões, registrando um superávit de US$ 3 bilhões. Entre os principais itens importados estão veículos automotores para transporte de mercadorias e passageiros, trigo e centeio não moídos, e energia elétrica. As exportações brasileiras se concentram em veículos de passageiros e de mercadorias, peças e acessórios automotivos, produtos da indústria de transformação e minério de ferro.

Fonte: Brasil 247

Ato de Bolsonaro tem “tom desesperado” e reflete “cansaço”, dizem ministros do STF

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante manifestação na Paulista neste domingo. Imagem: reprodução

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) interpretaram a manifestação deste domingo (29), liderada por Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, como sinal de “desespero” e “cansaço” do ex-presidente e de seus apoiadores. Com informações do Valor Econômico.

O ato ocorre em meio ao avanço das investigações sobre a tentativa de golpe e dias após o ministro Alexandre de Moraes abrir prazo para que os réus do chamado “núcleo crucial” do caso apresentem suas alegações finais. O julgamento pode ocorrer em setembro.

Um dos magistrados afirmou que os discursos tiveram “tom desesperado”, enquanto outro viu desgaste na mobilização e nas pautas recorrentes, como a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro. Os ministros observaram a redução da adesão e o caráter defensivo dos discursos no palanque montado por Bolsonaro e aliados.

Durante o evento, Bolsonaro voltou a se defender das acusações e afirmou: “Posso ser vítima de uma covardia”, em referência à possibilidade de ser condenado pelo STF. Ele também pediu apoio político: “Se a gente conseguir eleger 50% da Câmara e do Senado, nem preciso ser presidente”.

Os ataques mais contundentes vieram do pastor Silas Malafaia, que voltou a criticar duramente o Supremo. Ele chamou Moraes de “ditador” e incentivou o público a gritar “assassino” contra o ministro. Malafaia também atacou o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada com a PF.

Outro alvo do palanque foi a ministra Cármen Lúcia, criticada pelo senador Magno Malta (PL-ES), que a chamou de “tirana”. A fala fazia referência ao voto da magistrada no julgamento que ampliou a responsabilização das plataformas digitais no combate à desinformação.

Apesar do tom elevado dos discursos, ministros do STF notaram sinais de esgotamento no campo bolsonarista, tanto no número de participantes quanto na repetição das pautas. A percepção na Corte é de que o movimento vive um momento de perda de fôlego.

A manifestação foi organizada em meio ao avanço das investigações que envolvem Bolsonaro, e teve como pano de fundo a tentativa de mobilizar apoio popular e político às vésperas de um possível julgamento. A presença de líderes políticos e religiosos indica uma tentativa de demonstrar unidade, ainda que o público não tenha sido expressivo.

Estiveram no ato os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Jorginho Mello (SC) e Cláudio Castro (RJ), todos alinhados ao ex-presidente. Eles evitaram confrontos diretos com o STF, mas endossaram o discurso político de apoio a Bolsonaro.

Fonte: DCM com informações do jornal Valor Econômico

Lula decide nesta segunda (30) se vai ao STF contra decisão do Congresso sobre o IOF

 

O presidente Lula (PT). Foto: Reprodução

O presidente Lula (PT) deve decidir nesta segunda-feira (30) se vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a derrubada do decreto que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ou se buscará um acordo com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), conforme informações do colunista Lauro Jardim, do Globo.

O petista deu prazo até hoje para que o advogado-geral da União, Jorge Messias, indique se a AGU vai seguir pelo caminho jurídico e apresentar ação ao STF. Lula aguarda o parecer final para decidir se confronta ou não o Congresso judicialmente.

A possível judicialização tem dividido a equipe ministerial. As áreas jurídica e econômica do governo defendem o recurso, enquanto o setor de articulação política é contrário.

A AGU já estuda uma tese a ser apresentada ao Supremo, argumentando que o decreto legislativo aprovado no Congresso para barrar o aumento do IOF seria inconstitucional.

No entanto, Lula foi aconselhado a dialogar com o Congresso antes de judicializar o caso, sob risco de ampliar a tensão entre os Poderes. A orientação é buscar conversas com Davi Alcolumbre e Hugo Motta, além de consultar ministros do STF.

O recado de Hugo Motta e Davi Alcolumbre ao STF
Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Brenno Carvalho

Até a noite de domingo (29), nem Alcolumbre nem Motta haviam sido chamados para uma reunião com o presidente. Ambos têm compromissos nesta segunda-feira: Motta está em São Paulo e, à noite, viaja a Lisboa, assim como Alcolumbre, que participará do Fórum Jurídico de Lisboa — evento promovido pelo ministro do STF Gilmar Mendes.

Aliados dos presidentes das Casas Legislativas afirmam que uma ida ao STF poderá “piorar o ambiente político”. Segundo relatos, “a expectativa é de que Lula opte pela negociação” — mas, se houver conversa, ela só deve ocorrer na próxima semana, após o retorno das agendas em Lisboa.

Fonte: DCM

domingo, 29 de junho de 2025

Bolsonaristas usam desculpas esfarrapadas para justificar o fiasco do ato na Paulista

Manifestação em defesa do líder da tentativa de golpe de estado em 8 de janeiro de 2023 flopou em São Paulo

Manifestação bolsonarista fracassa em São Paulo (Foto: Sputnik / Guilherme Correia)

A manifestação organizada neste domingo (29) na avenida Paulista em apoio a Jair Bolsonaro (PL) evidenciou o esvaziamento da base bolsonarista nas ruas. Apesar da mobilização intensa promovida pelo pastor Silas Malafaia, que organizou e financiou o evento, e da presença de figuras políticas influentes da extrema direita, o público presente foi significativamente menor do que em atos anteriores. Segundo dados do Monitor do Debate Político da USP, o pico de participantes foi de apenas 12 mil pessoas — menos de um terço dos 44,9 mil registrados em abril deste ano. A informação é da Sputnik Brasil, que acompanhou in loco a manifestação.

O evento ocorreu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), com um trio elétrico estacionado na altura da rua Peixoto Gomide. Entre bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos, apoiadores empunhavam cartazes contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar da atmosfera de protesto, o clima era de constrangimento entre os aliados diante do número reduzido de presentes.

☆ Justificativas frágeis e discursos reciclados

Diante do evidente fracasso de público, líderes bolsonaristas recorreram a explicações pouco convincentes. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) culpou a data e as dificuldades financeiras dos apoiadores: “É o penúltimo dia do mês, o nosso povo vem sempre pagando passagem, mais as despesas de Uber”, afirmou.

Silas Malafaia, por sua vez, tentou relativizar a baixa adesão, dizendo que “o número de participantes seria menos importante que o teor de seu discurso”. A tentativa de minimizar o fiasco, no entanto, contrastava com o objetivo central do ato: pressionar o STF no momento em que Bolsonaro é réu em múltiplas ações penais e articulava, informalmente, seu retorno ao cenário eleitoral de 2026.

☆ Discurso golpista velado e slogan trumpista

Em cima do palanque, Jair Bolsonaro reforçou seu discurso de vitimização, negou ter articulado qualquer tentativa de golpe — “Nenhuma arma foi apreendida. Que tentativa armada é essa?” — e voltou a pedir anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. “É o caminho da pacificação”, disse, fazendo referência à Constituição.

O ex-presidente também fez projeções eleitorais e mirou no Congresso: “Se me derem [...] 50% da Câmara e do Senado, eu mudo o destino do Brasil. E digo mais, nem preciso ser presidente”, declarou. Em outro trecho, evocou o slogan do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: “Make Brazil Great Again” (“faça o Brasil grande de novo”), sinalizando mais uma vez sua aliança simbólica com a ultradireita internacional.

A defesa da maioria legislativa, segundo Bolsonaro, garantiria o controle de todo o Parlamento: “Com essa maioria, nós elegeremos o nosso presidente da Câmara, o nosso presidente do Senado, o nosso presidente do Congresso Nacional, a maioria das comissões de peso no Senado e na Câmara. Não interessa onde eu esteja, aqui ou no além, quem assumir a liderança vai mandar mais que o presidente da República.”

☆ Plateia esvaziada, palanque cheio

Apesar do público acanhado, o ato contou com a presença de quatro governadores bolsonaristas: Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Cláudio Castro (RJ) e Jorginho Mello (SC). Em seu discurso, Tarcísio atacou diretamente o Partido dos Trabalhadores: “O Brasil não aguenta mais o PT. Vamos dar essa resposta no ano que vem.”

Também presente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reforçou a tese de perseguição ao pai, chamando os processos contra o ex-presidente de “inquisitórios”.

☆ Lançamento informal de campanha

Embora inelegível, Bolsonaro usou o palanque para ensaiar sua volta ao jogo político com vistas a 2026. O ato funcionou como uma espécie de pré-lançamento informal de sua campanha, centrada na retórica antissistema, na mobilização de sua base evangélica e na pressão sobre o Judiciário.

Ao final, o fracasso de público demonstrou que, fora das redes sociais e da bolha ideológica, o bolsonarismo encontra dificuldades crescentes para mobilizar massas. A tentativa de criar um novo 7 de setembro esvaziou-se em pleno coração da avenida Paulista.

Fonte: Brasil 247