
O economista Elias Jabbour e o empresário Marcelo de Carvalho, vice-presidente da RedeTV!, protagonizaram nas redes sociais um debate acalorado sobre o papel da demanda na geração de empregos.
Jabbour defendeu que é a demanda que cria postos de trabalho, não a “boa vontade” de empresários. Marcelo reagiu com ataques pessoais, chamando o pensamento do economista de “anacrônico”, “burro” e movido por “inveja”.
“É a sacralização do papel dos ricos, milionários e bilionários que constroem sua riqueza à base da miséria alheia”, escreveu Jabbour. Segundo ele, o que impulsiona a criação de postos de trabalho é a existência de consumidores, ou seja, de demanda no mercado — não a figura isolada do empreendedor.
A resposta de Marcelo de Carvalho veio em tom indignado: “Mais uma pérola. Pensamento do século XIX.” Ele atacou diretamente Jabbour ao dizer que teses como a sua — atribuídas a Marx, Engels e Proudhon — resultaram em “mais miséria” nos países onde foram aplicadas. E concluiu: “Inveja, recalque, frustração.”
A RedeTV!, da qual Carvalho é sócio, acumula uma dívida de R$ 10,5 milhões com o FGTS, segundo os sindicatos dos Jornalistas e Radialistas de São Paulo. Ainda assim, a Caixa Econômica Federal paga R$ 25 milhões por ano à emissora para transmitir os sorteios das loterias federais — um contrato que, segundo os sindicalistas, contraria normas da própria instituição financeira, que exige certidões negativas para contratos com empresas públicas.
A emissora deixou de recolher o FGTS em julho de 2023 e só voltou a fazer os depósitos em junho deste ano, após pressão sindical. A dívida acumulada segue em aberto. A falta de regularização tem impactado diretamente os funcionários, que ficam impossibilitados de usar o fundo para tratamentos médicos, compra de imóveis ou empréstimos com juros reduzidos. “Existem trabalhadores doentes que necessitam do Fundo de Garantia para tratamento médico, como câncer”, diz a nota dos sindicatos.
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional confirma que a RedeTV! está inscrita na Dívida Ativa da União com R$ 28,8 milhões em débitos, sendo o principal com o INSS. A exigência de regularidade fiscal é praxe para contratos com órgãos públicos, o que levanta suspeitas sobre a manutenção do acordo com a Caixa. Enquanto isso, o empresário que acusa trabalhadores de “recalque” se beneficia de verba pública milionária, mesmo devendo aos próprios funcionários.
Fonte: DCM
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