terça-feira, 24 de junho de 2025

VÍDEO – Pastor bolsonarista ataca Lula e diz que odeia pobres: “Esmola patrocina a escravidão”

 

O pastor bolsonarista Nicoletti, da Igreja Recomeçar, ataca o presidente Lula (PT) e diz que odeia pobres. Foto: Reprodução
O pastor bolsonarista Nicoletti, da Igreja Recomeçar, publicou um vídeo nas redes sociais no qual aparece dizendo que odeia pobres e que dar esmola é “patrocinar a escravidão”. O religioso também usou o altar de sua igreja para atacar o presidente Lula (PT), chamando-o de “ladrão”.

“Eu odeio pobre. Jesus nunca foi pobre. E se te falaram isso, mentiram. Porque o pobre não é só pobre financeiramente, ele é vítima de alguém que o fez ficar pobre. Ele sempre entende que o mundo deve para ele, e a culpa é de quem tem mais”, disse.

Na sequência, em um discurso típico de coach, o religioso afirma que Jesus nunca deu uma esmola a ninguém na vida: “Jesus nunca deu uma esmola. Jesus mudou a mentalidade das pessoas. Dar esmola patrocina a escravidão. Em vez de dar esmola, traz a pessoa três dias aqui. Você vai ver, vai mudar a vida dela.”

No final do vídeo, o bolsonarista ainda faz ataques ao presidente Lula, a quem chamou de “nove dedos”, dizendo que “todo ladrão tem o discurso de ajudar o pobre”.

“Todo ladrão tem o discurso de ajudar o pobre. Só que não é só o ‘nove dedos’, não. Tem um monte de cristão ladrão dentro da igreja, que rouba do altar e critica a corrupção lá fora, mas é corrupto aqui dentro da igreja”, afirmou.

Assista abaixo:
Fonte: DCM

Israel viola cessar-fogo e faz novos ataques ao Irã

Explosões foram relatadas por mídias iranianas e israelenses. Donald Trump havia garantido o cumprimento do acordo por Israel

      Donald Trump (à esq.) e Benjamin Netanyahu (Foto: Kevin Lamarque / Reuters)

Reuters - Mídias iranianas e israelenses relataram novos bombardeios de Israel contra o Irã nesta terça-feira (24), mesmo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que havia ordenado o cancelamento das ações para preservar um cessar-fogo firmado poucas horas antes.

Segundo a agência Mizan, ligada ao Judiciário iraniano, duas explosões foram ouvidas na capital. Já a rádio do Exército de Israel informou que as Forças Armadas atingiram um sistema de radar iraniano nas proximidades de Teerã.

Os ataques aconteceram poucos minutos após Trump declarar que Israel havia cancelado a ofensiva em resposta à sua ordem direta. “Todos os aviões irão retornar para casa, fazendo um amistoso ‘Plane Wave’ ao Irã. Ninguém será ferido, o cessar-fogo está em vigor!”, publicou Trump na rede Truth Social.

Anteriormente, o presidente dos EUA havia acusado tanto Israel quanto o Irã de violarem o cessar-fogo, expressando especial frustração com Israel por ter anunciado novos bombardeios significativos sobre Teerã. “Israel. Não solte essas bombas. Se fizer isso, será uma violação grave. Traga seus pilotos de volta, agora!”, escreveu Trump pouco depois de deixar a Casa Branca rumo à cúpula da Otan em Haia.

Ao embarcar, Trump disse a jornalistas estar “descontente” com ambos os lados por descumprirem a trégua, mas criticou em especial Israel por ter lançado ataques maciços em resposta a um disparo de míssil que, segundo ele, poderia ter sido acidental. “Preciso acalmar Israel agora”, declarou ao deixar a residência oficial.

Segundo ele, “Irã e Israel estão lutando há tanto tempo e com tanta intensidade que eles já não sabem o que diabos estão fazendo”, afirmou Trump antes de se afastar das câmeras e embarcar em seu helicóptero.

A imprensa israelense relatou que Trump conversou por telefone com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Um jornalista do site Axios afirmou que Netanyahu teria dito ao presidente norte-americano que Israel reduziria a escala da missão de bombardeio, em vez de cancelá-la. Até o momento, o gabinete do premiê israelense não se manifestou.

Mais cedo nesta terça-feira, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que havia ordenado novos ataques contra alvos em Teerã, como resposta ao que classificou como lançamento de mísseis iranianos em “clara violação” do cessar-fogo.

O governo iraniano negou qualquer disparo de mísseis e afirmou que os ataques israelenses continuaram por uma hora e meia após o horário previsto para o início da trégua.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Pressionado por Trump, Netanyahu diz ter cumprido objetivos no Irã e alega cumprir cessar-fogo

Primeiro-ministro de Israel agradece a Donald Trump por apoio na ofensiva e diz ter atingido metas da Operação Leão Ascendente

        Benjamin Netanyahu em Tel Aviv - 12/3/2025 (Foto: Yair Sagi/Pool via REUTERS)

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (24) que todas as metas da Operação Leão Ascendente foram atingidas com sucesso. A ofensiva israelense teve como alvo instalações militares e nucleares do Irã.

Além disso, segundo o Metrópoles, Netanyahu declarou que Israel está comprometido com a proposta de cessar-fogo bilateral apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda que o Irã tenha bombardeado, um dia antes, a base aérea norte-americana de Al Udeid, localizada no Catar.

“Israel removeu de si uma dupla ameaça existencial, tanto na questão nuclear quanto em relação aos mísseis balísticos. As IDF também alcançaram superioridade aérea completa nos céus de Teerã, desferiram um golpe severo na liderança militar e destruíram dezenas dos principais alvos do regime iraniano”, afirmou o primeiro-ministro.

Segundo Netanyahu, as Forças de Defesa de Israel (IDF) “atacaram severamente alvos do regime no coração de Teerã, eliminaram centenas de militantes da Basij, o instrumento de repressão do regime terrorista, e eliminaram mais um cientista nuclear sênior”.

Ele também agradeceu a Donald Trump pelo apoio durante a campanha militar.

“Agradeço ao Donald Trump e aos EUA por seu apoio defensivo e por sua participação na remoção da ameaça nuclear iraniana”, declarou.

A resposta de Trump, no entanto, veio em tom mais contido. Em publicação feita na rede Truth Social, o presidente dos Estados Unidos reforçou a necessidade de respeitar a trégua:

“Israel, não lancem essas bombas. Se fizerem, é uma grave violação. Tragam seus pilotos para casa, agora. Donald J. Trump, presidente dos Estados Unidos”.

Ainda de acordo com Netanyahu, o governo israelense aceitou o acordo de paz em “plena coordenação com o presidente Trump” e avisou que reagirá “com firmeza” a qualquer quebra do cessar-fogo por parte do Irã.

Conflito de 12 dias e dúvidas sobre trégua - O confronto entre Israel e Irã, que durou 12 dias, foi iniciado por Tel Aviv com o objetivo declarado de desmantelar o programa nuclear iraniano. O presidente Trump confirmou na madrugada desta terça-feira (24) que o cessar-fogo proposto por seu governo está em vigor.

"O cessar-fogo está em vigor. Por favor, não o violem”, escreveu o republicano na Truth Social.

Apesar da declaração de trégua, persistem denúncias de descumprimento do acordo por ambos os lados.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Micro e pequenas empresas ampliam vendas online e movimentam R$ 67 bilhões em 2024

Levantamento do MDIC mostra que e-commerce cresceu 1.200% entre MPEs desde 2019 e segue concentrado no Sudeste, mas ações visam ampliar regionalização

      (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

As vendas online realizadas por micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras cresceram quase 1.200% nos últimos cinco anos, saltando de R$ 5 bilhões em 2019 para R$ 67 bilhões em 2024. Os dados são da terceira edição do Dashboard de Comércio Eletrônico Nacional, lançado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com base em informações da Receita Federal. Pela primeira vez, o estudo apresenta um recorte específico sobre o desempenho das empresas optantes pelo Simples Nacional nas transações via internet.

Enquanto as empresas de médio e grande porte também expandiram sua participação no e-commerce — passando de R$ 49 bilhões em 2019 para R$ 158 bilhões em 2024, uma alta de 220% — o crescimento percentual das MPEs foi muito mais expressivo. Segundo o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, a digitalização dos pequenos negócios foi catalisada pela pandemia e sustentada pela retomada da economia nos últimos dois anos.

“De um lado, esses números refletem as novas dinâmicas do mercado; de outro, o ritmo crescente de expansão da economia brasileira de 2023 para cá, muito acima daquilo que todos os analistas esperavam”, afirmou Moreira, durante apresentação do painel ao Grupo de Trabalho de Comércio Eletrônico do Fórum de Comércio e Serviços.

O secretário destacou que, entre 2022 e 2024, o comércio eletrônico cresceu 28,7% no geral e 76,3% entre as micro e pequenas empresas. Para ele, o avanço é resultado direto da política econômica atual: “Crescimento não cai do céu. Ele é resultado de uma política econômica acertada e de ações de desenvolvimento contempladas em grandes projetos do governo Lula – como a NIB, o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica – que fazem com que o setor privado tenha o impulso para realizar seus investimentos”.

Moreira ainda apontou que a valorização do salário mínimo e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil também fortalecem o comércio eletrônico. “Quando você tem crescimento e distribuição de renda, você fortalece o poder de compra dos trabalhadores”, disse.

Em 2024, o comércio eletrônico nacional com emissão de notas fiscais movimentou R$ 225 bilhões — alta de 14,6% em relação a 2023 e de 311% nos últimos cinco anos. Desde 2016, foram negociados mais de R$ 1 trilhão em produtos no ambiente digital.

Entre os itens mais vendidos no país neste ano estão celulares (4,1%), livros (3,3%) e refrigeradores (2,6%). Já no recorte exclusivo das MPEs, destacam-se obras de plástico (2,7%), complementos alimentares (2,1%), livros (1,6%) e partes de motocicletas (1,3%).

A segmentação regional do estudo revela características locais na venda digital: no Rio Grande do Sul, o vinho aparece entre os líderes de vendas pelas MPEs; em Goiás, destacam-se acessórios para tratores; em Minas Gerais, os calçados; no Pará, o purê de açaí; e em Alagoas, frutas. Apesar dessa diversidade, a concentração regional continua forte: o Sudeste respondeu por 77,2% das vendas em 2024, seguido pelo Sul (14,1%), Nordeste (5,5%), Centro-Oeste (2,5%) e Norte (0,6%).

Na tentativa de descentralizar essa realidade, o MDIC e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) vêm promovendo políticas para fortalecer o e-commerce nas regiões historicamente menos atendidas. Uma das iniciativas é o edital E-Commerce.BR, que em abril deste ano selecionou 20 projetos de 17 estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para receber mentoria e apoio técnico até julho.

Ao final dessa fase, nove projetos receberão R$ 380 mil cada. Três deles avançarão, em 2026, para uma nova etapa com aporte adicional de R$ 500 mil e acompanhamento técnico da ABDI, reforçando o compromisso com a regionalização do comércio eletrônico nacional.

Fonte: Brasil 247

Ata do Copom: BC diz que economia aquecida motivou alta da Selic e sugere pausa

Banco Central avalia que ainda está por vir grande parte do efeito do aperto monetário feito até agora, sendo necessário interromper o ciclo de alta

       Sede do Banco Central em Brasília (Foto: Reuters/Adriano Machado)

Reuters - O Banco Central afirmou que elevou a taxa Selic em mais 0,25 ponto percentual por conta da resiliência da atividade, ponderando que ainda está por vir grande parte do efeito do aperto monetário feito até agora, o que motivou a indicação de que o ciclo de alta será interrompido, mostrou nesta terça-feira a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

No documento, que citou os debates recentes sobre política fiscal, o BC enfatizou que a construção da confiança necessária para definir o patamar apropriado dos juros ao longo do tempo passa por assegurar que os canais de política monetária estejam desobstruídos e sem elementos mitigadores.

"O Comitê optou pela elevação de 0,25 ponto percentual, avaliando que a economia ainda apresenta resiliência, o que dificulta a convergência da inflação à meta e requer maior aperto monetário", disse.

"Por outro lado, ressaltou-se que o ciclo até então empreendido foi particularmente rápido e bastante firme, reforçando o entendimento de que, dadas as defasagens inerentes aos efeitos da política monetária, grande parte dos impactos da taxa mais contracionista ainda está por vir. Em função disso, o Comitê comunicou que antecipa uma interrupção no ciclo de elevação de juros."

Na semana passada, o BC decidiu elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, a 15,00% ao ano, e destacou que antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros, considerando que a taxa deve permanecer inalterada por "período bastante prolongado".

Na ata, a autarquia afirmou que após a interrupção do ciclo de alta, prevista para a próxima reunião, o Copom irá primeiramente observar se o patamar dos juros é apropriado para levar a inflação à meta de 3%.

"Ressaltou-se que, determinada a taxa apropriada de juros, ela deve permanecer em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado devido às expectativas desancoradas", afirmou.

Após essa avaliação, o BC enfatizou a mensagem da semana passada de que seguirá vigilante e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.

● FISCAL

Na ata, o BC ainda avaliou que o debate feito entre governo e Congresso Nacional sobre reformas fiscais estruturais e redução de incentivos tributários podem impactar os juros no país, argumentando que segue acompanhando com atenção o tema.

“O debate mais recente, com ênfase na dimensão estrutural do orçamento fiscal e na redução ao longo do tempo de gastos tributários, tem potencial de afetar a percepção sobre a sustentabilidade da dívida e de ter impactos sobre o prêmio da curva de juros”, disse a autarquia na ata.

O governo apresentou uma série de medidas de elevação tributária, além de algumas ações de contenção de despesas, e prometeu enviar ao Legislativo um projeto para cortar gastos tributários. A equipe econômica ainda afirmou que deve debater com parlamentares possíveis medidas de corte de gastos.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

PCC se infiltra em 28 países, recruta em presídios no exterior e amplia tráfico internacional de drogas

A informação consta em um mapeamento do Ministério Público de São Paulo

    (Foto: Reuters)

O Primeiro Comando da Capital (PCC) já está presente em pelo menos 28 países, incluindo na Europa, onde membros da facção paulista têm se infiltrado em presídios, recrutado novos integrantes e ampliado o tráfico internacional de drogas, armas e a lavagem de dinheiro. A informação consta em um mapeamento do Ministério Público de São Paulo obtido pelo g1, que vem sendo apresentado a embaixadas e consulados para reforçar a cooperação internacional no combate ao crime organizado.

O relatório revela que, mais do que realizar operações pontuais no exterior, o PCC tem buscado se fixar de forma estruturada em outros países — uma estratégia que representa risco crescente para as autoridades internacionais.

“O maior perigo do PCC é a sua origem prisional, onde eles têm poder de organização e de ideologia, uma disciplina muito rígida e que se dissemina muito fácil no sistema prisional”, explica o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, referência no combate à facção. Segundo ele, a facção tem aprendido com criminosos europeus, especialmente italianos, no que diz respeito à logística de drogas e ao envio de dinheiro sem circular formalmente.

O levantamento do MP-SP aponta que o PCC segue um modelo de expansão bem definido: inicia operações pontuais para negócios, mas, ao decidir estabelecer residência fixa, passa a estruturar o recrutamento, o "batismo" de novos membros e a formação de uma rede de controle, especialmente dentro dos presídios.

A pesquisadora da Universidade Federal do ABC (UFABC) e especialista em criminalidade organizada, Camila Nunes Dias, destaca esse movimento. “Quando há uma fixação, há um interesse de controle, de estabelecimento da estrutura do PCC. E isso implica que vai haver aí a busca ativa, com estratégias de recrutamento, seja de outros brasileiros, seja das pessoas nativas daquele país”, afirma.

◉ Portugal e o risco de consolidação europeia

Portugal ocupa lugar de destaque no mapa de expansão do PCC na Europa. Com forte conexão histórica e cultural com o Brasil e grande número de imigrantes brasileiros, o país tem sido escolhido pela facção como porta de entrada, ponto logístico e residência de importantes líderes do tráfico.

O país já aparece como o quinto com maior número de integrantes da facção fora do Brasil, segundo o relatório. Casos como a apreensão de um semissubmersível com 6,5 toneladas de cocaína na costa portuguesa, em março, reforçam as suspeitas de que o território lusitano esteja sendo usado tanto para o tráfico quanto para o branqueamento de capitais.

Roberto Uchoa, pesquisador da Universidade de Coimbra e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, alerta para o avanço da organização criminosa. “O PCC busca se consolidar como um dos principais players no tráfico internacional de drogas, principalmente porque aí ele consegue se capitalizar em euros e dólares, o que faz com que a sua capacidade de corrupção e de atuação no Brasil seja ainda maior”, afirma.

Outro indício dessa infiltração é o caso do traficante André do Rap, foragido da Justiça brasileira, que viveu por pelo menos um ano em Portugal antes de se mudar para a América Central. A presença de mergulhadores especializados recrutados pelo PCC para esconder drogas em cascos de navios e o suborno de funcionários portuários portugueses são outros exemplos concretos do avanço da facção no país.

◉ Itália e os laços com a máfia

A aliança entre o PCC e a máfia italiana, especialmente a ‘Ndrangheta, da Calábria, também preocupa autoridades brasileiras e europeias. Investigações reveladas por um delator italiano preso no Brasil mostraram como os carregamentos de cocaína saíam em grandes quantidades para abastecer as famílias mafiosas na Europa.

Nesta terça-feira (24), Brasil e Itália formalizam um acordo inédito de cooperação entre o Ministério Público brasileiro e a Procuradoria Nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália. O objetivo é criar equipes conjuntas e permanentes de investigação para combater o tráfico e o crime organizado.

◉ Expansão em outros continentes e alerta para o terrorismo

Além da Europa e da América Latina, o PCC já atua em países da Ásia e Oceania. No Japão, por exemplo, a facção se aproveita do alto valor da cocaína na região para lucrar, enquanto a Austrália também aparece como mercado estratégico.

Na Sérvia e no Líbano, o foco das autoridades recai sobre o tráfico de armas e indícios de convergência entre o PCC e grupos especializados em lavagem de dinheiro com possível conexão com o financiamento do terrorismo.

O promotor Lincoln Gakiya explica: “Isso pode indicar que operadores financeiros estejam atuando ali naquela região, facilitando a lavagem, tanto para o PCC quanto para organizações que financiam o terrorismo”.

Relatórios do Coaf e informações de inteligência de Israel apontam movimentações financeiras suspeitas envolvendo fintechs brasileiras e criptomoedas com indícios de ligação a organizações terroristas.

◉ Desafios e necessidade de integração internacional

Para especialistas, a resposta à atuação transnacional do PCC passa por acordos de cooperação, como o recém-assinado entre Brasil e Interpol, e pelo fortalecimento da integração entre os países afetados.

“Aqui é tudo muito novo, eles [europeus] não têm experiência com esse tipo de atuação, de começar no presídio para depois se expandir”, afirma o pesquisador Roberto Uchoa.

A coordenadora do Observatório de Segurança Pública e Cidadania na América Latina, Marcelle Figueira, reforça a necessidade de uma estratégia nacional robusta. “É absolutamente necessária a criação do Ministério da Segurança Pública. A segurança pública é uma questão do Brasil, além das disputas partidárias. Sem prioridade nesse tema, nossa democracia e cidadania seguem ameaçadas”, alerta.

Diante do avanço do PCC pelo mundo, o desafio brasileiro se torna global, exigindo resposta coordenada, integração de inteligência e enfrentamento firme ao crime organizado, que já não conhece fronteiras.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Meta confirma ao STF perfil criado com e-mail de Mauro Cid

Manifestação da plataforma atende pedido do ministro Moraes

       Mauro Cid (Foto: Gustavo Moreno/STF)

Agência Brasil - A plataforma Meta informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o perfil @gabrielar702, no Instagram, foi criado a partir de uma conta de e-mail identificada com o nome do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

A manifestação da empresa foi motivada por um pedido de informações feito pelo ministro Alexandre de Moraes para investigar a suspeita de que Cid vazou informações sobre a delação premiada assinada com a Polícia Federal (PF) na investigação sobre a trama golpista.

De acordo com a Meta, a conta foi aberta a partir do e-mail maurocid@gmail.com. A plataforma também confirmou que a conta @gabrielar702 não está mais no ar.

O Google também enviou informações sobre contas em nome de Cid e confirmou o mesmo endereço de e-mail em nome dele. Além disso, consta nos registros a data de nascimento do militar, 17 de maio de 1979.

A abertura de investigação feita após a revista Veja publicar que ele teria mentindo no depoimento prestado na segunda-feira (9) ao Supremo.

Na ocasião, Cid foi perguntado pela defesa de Bolsonaro se tinha conhecimento sobre o perfil, que é identificado com o mesmo nome da esposa do militar, Gabriela Cid. Ele respondeu que não sabia se o perfil era de sua esposa e afirmou que não usou redes sociais para se comunicar com outros investigados.

Os advogados do ex-presidente levantaram a suspeita de que Cid usou o perfil para vazar informações de seus depoimentos de delação.

Pelas cláusulas do acordo, os depoimentos são sigilosos, e o descumprimento pode levar a penalidades, como a anulação dos benefícios, entre eles, a possibilidade de responder ao processo em liberdade.

Com base na declaração de Cid, Bolsonaro defendeu a anulação da delação de seu ex-ajudante de ordens.

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Na semana passada, o advogado de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, disse que conversou com Cid por meio do perfil investigado e também defendeu a anulação da delação.

Em uma das conversas, Cid disse a Eduardo Kuntz que os investigadores da PF queriam "colocar palavras" em sua boca. Segundo o militar, os delegados buscavam que ele falasse a palavra golpe.

Para confirmar que se tratava do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o defensor pediu que Cid enviasse uma foto.

Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão de Câmara.

A prisão foi determinada após o ministro entender que o ex-assessor de Bolsonaro descumpriu uma medida cautelar que o proibia de usar redes sociais, mesmo com a intermediação de advogados.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Trama golpista: defesas veem acareações como decisivas para fragilizar delação do Mauro Cid

Advogados querem explorar confrontos entre Mauro Cid, Braga Netto, Anderson Torres e Freire Gomes para enfraquecer delação e depoimentos

       Mauro Cid no STF - 09/06/2025 (Foto: Gustavo Moreno/STF)

As acareações marcadas para esta terça-feira (24), no Supremo Tribunal Federal (STF), são vistas como momentos decisivos pelas defesas dos réus na ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado no país. A etapa do processo é considerada estratégica para expor contradições em depoimentos e fragilizar acusações baseadas na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são da CNN Brasil.

Um dos principais confrontos ocorre entre Cid e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa. Ambos são réus e devem prestar esclarecimentos sobre episódios considerados centrais na investigação. Entre os temas em disputa estão o plano denominado "Punhal Verde e Amarelo" e a entrega de uma caixa de vinho com dinheiro em espécie, que Cid afirma ter repassado a Braga Netto para financiar acampamentos de manifestantes em frente ao Quartel-General do Exército.

Outro embate será entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, que participa como testemunha. A defesa de Torres alega que Freire Gomes é o único a sustentar que houve uma reunião entre o então presidente Bolsonaro, Torres e comandantes militares. Segundo os advogados, a testemunha não apresentou detalhes sobre data, local, participantes ou conteúdo da suposta reunião.

Os defensores de Torres também protocolaram no processo um laudo técnico que analisa a minuta de decreto de estado de defesa encontrada na casa do ex-ministro. O objetivo é afastar a vinculação do documento com uma suposta “minuta do golpe” que teria sido discutida por militares.

A acareação entre Cid e Braga Netto é considerada mais ampla e com maior potencial de repercussão entre os demais réus. Por isso, o ministro Alexandre de Moraes autorizou que outras defesas acompanhem o depoimento. Já o confronto entre Torres e Freire Gomes é visto com menos impacto para os outros envolvidos.

Conforme as regras estabelecidas, apenas os advogados participantes da acareação, a Procuradoria-Geral da República e o ministro Alexandre de Moraes poderão fazer perguntas. Não há previsão de interação direta entre os réus. Diferente dos interrogatórios, esta etapa não será transmitida e ocorrerá de forma restrita.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Mauro Cid e Freire Gomes encaram Braga Netto e Anderson Torres em acareação sobre trama golpista

A partir das 10h, réus e testemunha se reúnem no STF para explicar divergências e versões distintas sobre a tentativa de golpe
Interrogatórios dos réus da tentativa de golpe de Estado (Foto: Ton Molina/STF)

A ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado no final do governo de Jair Bolsonaro (PL) avança para uma nova e delicada fase nesta terça-feira (25), com a realização de duas acareações envolvendo personagens centrais da trama. Segundo o jornal O Globo, o Supremo Tribunal Federal (STF) será palco dos confrontos entre os ex-ministros Walter Braga Netto e Anderson Torres com, respectivamente, o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes.

As sessões foram solicitadas pelas defesas de Braga Netto e Torres e serão conduzidas pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, com a presença do procurador-geral da República, Paulo Gonet. O Código de Processo Penal prevê o procedimento sempre que houver divergências sobre “fatos ou circunstâncias relevantes” entre versões de investigados e testemunhas.

⊛ Disputa entre versões - A primeira acareação, marcada para as 10h, colocará frente a frente Braga Netto e Mauro Cid. O tenente-coronel citou o general da reserva em sua delação premiada, mencionando supostas tratativas para o financiamento de ações golpistas. A defesa do ex-ministro contesta dois pontos centrais: uma reunião ocorrida na casa de Braga Netto, em novembro de 2022, e a alegada entrega de dinheiro por parte dele a Cid.

Cid afirmou às autoridades que participou de uma reunião na residência de Braga Netto com outros dois militares, onde os presentes teriam manifestado insatisfação com o resultado das eleições e com a atuação das Forças Armadas. Disse ainda que precisou sair antes do fim do encontro. Já Braga Netto classificou a ocasião como uma “visita de cortesia” e sustentou que Cid permaneceu até o encerramento.

Outro trecho polêmico do depoimento de Cid se refere à entrega de recursos para a execução de um plano golpista. O militar relatou que, após não conseguir o valor com o PL, procurou Braga Netto, que teria lhe entregue o dinheiro no Palácio da Alvorada — ora em uma sacola de vinho, ora em uma caixa do mesmo produto, segundo versões distintas. Braga Netto nega veementemente qualquer participação na entrega de valores.

⊛ Torres e as reuniões no Alvorada - Às 11h será a vez do ex-ministro da Justiça Anderson Torres ser confrontado com o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército. O foco será esclarecer a presença de Torres em reuniões realizadas no Palácio da Alvorada, onde, conforme relatos, Jair Bolsonaro teria apresentado propostas para contestar o resultado da eleição de 2022.

Freire Gomes, ouvido como testemunha de acusação, afirmou que Torres esteve em pelo menos uma dessas reuniões, destinadas à discussão de medidas de exceção. “O papel dele foi no sentido de explicar juridicamente algum ponto ali”, disse o general. Torres nega ter participado dos encontros e cita registros oficiais que indicam que ele e o general não estiveram no local no mesmo momento.

Outro ponto sensível é o documento encontrado na casa de Torres, que previa a decretação de um estado de defesa. Em um primeiro momento, Freire Gomes disse à Polícia Federal que o conteúdo do documento foi debatido nas reuniões; posteriormente, em depoimento ao STF, ajustou a declaração e afirmou que o teor era apenas “semelhante”.

⊛ Presenças, logística e condução - As acareações ocorrem em uma das salas de audiência do STF, em anexo à sede da Corte, com acesso restrito. Braga Netto, que está preso preventivamente em uma unidade militar no Rio de Janeiro desde dezembro de 2024, foi autorizado a se deslocar a Brasília para comparecer presencialmente — sendo esta sua primeira saída desde o início da detenção. Em seus depoimentos anteriores, ele havia participado por videoconferência.

Já Freire Gomes, que reside em Fortaleza, solicitou participar de forma remota, mas acabou abrindo mão do pedido. Jair Bolsonaro, também réu na ação, tem direito a acompanhar a sessão, mas sua presença ainda é incerta devido ao tratamento de uma pneumonia.

⊛ Confrontos decisivos para o processo - As acareações desta terça-feira podem ter papel decisivo na condução dos processos contra os envolvidos na tentativa de golpe. O objetivo das defesas é descredibilizar os relatos que embasam parte significativa da acusação do Ministério Público, enquanto Moraes e a PGR buscarão esclarecer os elementos contraditórios que persistem após os depoimentos já realizados.

Ao final das sessões, o STF deverá avaliar se os novos elementos confirmam ou desmontam as versões já apresentadas em juízo e, a partir disso, determinar os próximos passos do processo judicial.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Paraná Pesquisas mostra Michelle e Tarcísio como candidatos competitivos contra Lula

Levantamento nacional mostra o presidente atrás ou empatado tecnicamente com diversos adversários bolsonaristas

      Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Jose Cruz/Agência Brasil)

Um novo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta terça-feira (24), apresenta um cenário eleitoral desafiador para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida pela reeleição em 2026. A pesquisa de opinião pública nacional foi realizada entre os dias 18 e 22 de junho com 2.020 eleitores distribuídos em 162 municípios de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para o total da amostra, com grau de confiança de 95%.

Nas simulações de segundo turno contra possíveis adversários ligados ao campo bolsonarista, Lula aparece em desvantagem numérica ou em empate técnico. Michelle Bolsonaro (PL), por exemplo, registra 44,4% contra 40,6% do presidente — um empate técnico, mas com leve vantagem numérica para a ex-primeira-dama. Situação semelhante ocorre na disputa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que aparece com 43,6%, frente aos 40,1% de Lula.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado, empata tecnicamente com Lula. O parlamentar aparece com 39,1% e o presidente com 41,6%. Contra Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Lula tem 42,1% e o senador 38,4%

Dois governadores cotados para a disputa presidencial, Ratinho Junior (PSD), do Paraná, e Ronaldo Caiado, de Goiás, perdem numericamente para Lula. Lula tem 41,2% contra 37% de Ratinho e 41,4% contra 33,5% de Caiado. Contra o senador Rogério Marinho (PL-RN), a vantagem é ampla: Lula tem 41,8% contra 31,2% do bolsonarista.

Ainda que esteja inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030 e que esteja prestes a ser preso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) também teve o nome testado na pesquisa. Bolsonaro aparece com 46,5% das intenções de voto, contra 39,7% do presidente Lula.

Retrato preocupante também no primeiro turno - Os dados estimulados de primeiro turno revelam que, mesmo sem Jair Bolsonaro no páreo, Lula oscila em torno de 33% a 34% nas intenções de voto, ficando tecnicamente empatado com diversos candidatos bolsonaristas, como Michelle, Eduardo, Flávio e Tarcísio de Freitas. Quando Bolsonaro é incluído, ele lidera com 37,2%, contra 32,8% de Lula.

O desempenho de Lula é mais robusto entre mulheres, pessoas com ensino fundamental e eleitores do Nordeste. Em contrapartida, apresenta desempenho inferior entre homens, jovens entre 25 e 44 anos, e eleitores do Sul e Sudeste, onde o bolsonarismo ainda exibe musculatura eleitoral.

Fonte: Brasil 247

Governo apresenta ao STF proposta de calendário para ressarcir aposentados prejudicados por descontos indevidos no INSS

Audiência de conciliação nesta terça deve definir o cronograma e detalhes do pagamento; valores serão corrigidos e reembolsados ainda este ano

Fachada do palácio do Supremo Tribunal Federal (STF) (Foto: Fachada do palácio do Supremo Tribunal Federal (STF))

O governo federal deve apresentar nesta terça-feira (24) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma proposta oficial de calendário para o pagamento dos aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos em benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A informação é do portal G1.

A audiência de conciliação foi determinada pelo ministro Dias Toffoli, relator das ações que tratam do tema no STF. Atendendo a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), Toffoli busca, segundo ele próprio destacou, evitar "a pulverização de soluções jurídicas diversas para situações de fato idênticas, obtendo-se, assim, celeridade, homogeneidade e eficácia na proteção de direitos e garantias de vulneráveis".

Além do ministro e representantes da AGU, também participam da reunião integrantes do INSS, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público Federal. O objetivo do encontro é não apenas discutir o calendário, mas também detalhar a forma de correção dos valores a serem devolvidos e os mecanismos para assegurar os recursos necessários para o reembolso.A AGU defendeu no pedido de abertura da negociação que "é fundamental refletir sobre a adoção de instrumentos de solução alternativa de conflitos, visando tanto à reparação das lesões já consumadas, quanto à prevenção de novas infrações prejudiciais aos segurados afetados".

Pagamentos em parcela única e corrigidos

Na semana passada, o governo federal anunciou que os ressarcimentos serão feitos em parcela única, com previsão de conclusão até o fim deste ano. Durante a audiência, será apresentada ao STF a proposta formal de acordo, que deve detalhar o cronograma de pagamentos.Segundo a AGU, a expectativa é de que o reembolso ocorra de forma simplificada e escalonada, com lotes liberados a cada 15 dias, sem distinção entre os grupos de beneficiários. Todos os valores serão corrigidos monetariamente.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Juiz diz que errou ao soltar homem que quebrou relógio histórico

Mecânico foi condenado pelo STF a 17 anos de prisão

Mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira destruiu um relógio histórico instalado no terceiro andar do Palácio do Planalto durante a invasão do prédio por extremistas bolsonaristas nos atos de 8 de janeiro de 2023 (Foto: Reprodução/TV Globo)

Agência Brasil - O juiz que mandou soltar o acusado de destruir um relógio histórico do século 17 durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 prestou depoimento nesta segunda-feira (23) à Polícia Federal (PF).

Na oitiva, Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais (VEP) de Uberlândia, declarou que, devido a um erro de cadastramento, cometeu um "equívoco" ao mandar soltar, na última terça-feira (17), o mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira, condenado a 17 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela participação na invasão ao Palácio do Planalto.

Após tomar conhecimento da decisão, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, mandou o mecânico voltar para a prisão e determinou a abertura de uma investigação contra o magistrado. Moraes disse que o juiz não tinha competência legal para determinar a soltura.

Lourenço Migliorini afirmou à PF que o sistema eletrônico cadastrou o processo de Antônio Cláudio como se fosse de origem da própria vara. Dessa forma, segundo ele, não estava identificado que o processo era oriundo do STF.

"O magistrado classificou tal equívoco como lamentável e afirmou que o erro cadastral o levou a crer que estaria atuando em um processo de sua competência, caso contrário, jamais teria decidido", diz trecho do depoimento.

O juiz também disse que não quis afrontar o STF. "O magistrado reforça que nunca teve intenção de afrontar de usurpar a competência de quem quer que seja, de tribunal de justiça ou de tribunal superior. Reiterou, por fim, que respeita todas as instituições e que jamais teria decidido se soubesse que a competência não era sua", diz o documento.
Revogação

Ao revogar a liberdade concedida ao mecânico, Moraes disse que o magistrado não tinha competência legal para conceder o benefício. Segundo o ministro, somente o STF pode decidir questões processuais relacionadas aos apenados pelos atos golpistas. Além disso, o ministro disse que o mecânico ainda não tem direito a progressão de regime.

No ano passado, Antônio foi condenado pela Corte a 17 anos de prisão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, dano do patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Relógio

Produzido pelo francês Balthazar Martinot, o relógio danificado pelo condenado foi dado de presente ao imperador Dom João VI pela corte francesa em 1808 e fazia parte do acervo da Presidência da República.

No início deste ano, o Palácio do Planalto anunciou que o relógio foi recuperado. O processo de reparação contou com auxílio de uma relojoaria suíça.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Réus no inquérito da trama golpista, Mauro Cid e Braga Netto ficam cara a cara no STF

A defesa do ex-ministro acusa o tenente de mentir em seus depoimentos

Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Mauro Cid (tenente-coronel) e o STF (Foto: Ton Molina / Reuters I Fernando Frazão / Agência Brasil I Agência Brasil)


Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para realizar nesta terça-feira (24), a partir das 10h, a acareação entre réus e testemunhas da ação penal sobre um golpe de Estado fracassado, cujo objetivo seria manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após derrota nas eleições de 2022.

Os primeiros a serem colocados frente a frente serão o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do plano de golpe, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil.

A defesa de Braga Netto, que pediu a acareação, acusa Cid de mentir em seus depoimentos. Na delação, o tenente-coronel relatou que o general lhe teria entregue R$ 100 mil numa sacola de vinho. O dinheiro seria para financiar a operação do golpe.

Em outro momento, Cid disse que um plano para monitorar e assassinar autoridades foi discutido na casa de Braga Netto. O general nega ambas as acusações.

Braga Netto está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e tentar obter detalhes dos depoimentos de delação de Cid.

A acareação serve para que cada um sustente sua versão dos fatos perante o juiz responsável, respondendo a perguntas iguais ou parecidas sobre aparentes contradições entre os depoimentos. A meta é fornecer mais elementos para que o julgador possa tomar uma decisão final.

O procedimento, em regra, é fechado, e contará com a presença apenas do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do golpe, dos réus, dos respectivos advogados e da Procuradoria-Geral da República (PGR). Também devem ser acareados nesta terça (24) o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, também réu na ação penal, e o ex-comandante do Exército Freire Gomes, que figura no processo como testemunha.

Nesse caso, o procedimento foi pedido pela defesa de Torres, que disse haver pontos “nevrálgicos” do depoimento de Gomes que precisam ser esclarecidos.

As acareações fazem parte das medidas adicionais que podem ser pedidas por acusação e defesa durante a tramitação de uma ação penal. Ainda é possível que outras - como perícias e novos depoimentos, por exemplo - sejam pedidas.

Somente após encerrada essa fase de instrução do processo é que os cinco ministros da Primeira Turma do Supremo - além de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia - deverão julgar se condenam ou absolvem os réus na primeira ação penal do golpe.

Essa ação tem como alvo o chamado “núcleo crucial”, composto por aqueles que seriam as principais cabeças por trás do complô, incluindo o próprio Bolsonaro, apontado na denúncia da PGR como líder e principal beneficiário do esquema.

Os réus na ação penal são:

• Alexandre Ramagem (delegado da PF e deputado federal), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
• Almir Garnier (almirante), ex-comandante da Marinha;
• Anderson Torres (delegado da PF), ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
• Augusto Heleno (general), ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
• Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
• Paulo Sérgio Nogueira (general), ex-ministro da Defesa;
• Walter Braga Netto (general), ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022.

Fonte: Brasil 247