sexta-feira, 16 de maio de 2025

Operação nacional contra violência infantil prende 472 e resgata 80 crianças e adolescentes

Ação do Ministério da Justiça mobilizou mais de 45 mil agentes em 421 cidades e reforça campanha contra exploração sexual infantojuvenil

Operação Caminhos Seguros (Foto: Divulgação/MJSP)

Durante o Dia D da Campanha Nacional de Mobilização para o Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, realizado na quinta-feira (15), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou os resultados parciais da 5ª edição da Operação Caminhos Seguros. A ação culminou na prisão de 472 adultos e na apreensão de 147 adolescentes, além do resgate de 80 vítimas infantojuvenis em situação de violência e exploração em todo o país.

A operação, que teve início em 30 de abril e segue até o fim de maio, alcança 421 municípios em todas as regiões do Brasil. Até o momento, foram abordadas mais de 300 mil pessoas, fiscalizados mais de 8 mil locais e 170 mil veículos, e prestado atendimento a 2,2 mil vítimas. O esforço mobiliza mais de 45 mil agentes públicos e conta com investimento superior a R$ 4 milhões em diárias para ampliação do efetivo e cobertura operacional.

As forças policiais envolvidas apreenderam 69 armas de fogo, mais de 29 toneladas de drogas ilícitas e 152 itens relacionados à pornografia infantil. O conjunto das ações integra um plano coordenado para combate à violência contra crianças e adolescentes, com caráter tanto repressivo quanto educativo.

“A ação representa o compromisso firme do Estado brasileiro em proteger nossas crianças e adolescentes da violência e da exploração. Estamos unindo forças, de Norte a Sul do País, para garantir um futuro mais seguro e digno para a infância”, afirmou Rodney da Silva, diretor de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) do MJSP.

Além da repressão a crimes, a Operação Caminhos Seguros também promove atividades de conscientização sobre os direitos da infância e adolescência e incentiva a população a denunciar abusos. As denúncias podem ser feitas anonimamente por meio do Disque 100, canal mantido pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.

A operação é coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJSP) e conta com o apoio de diversas instituições, entre elas a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), o Fórum Colegiado Nacional de Conselheiros Tutelares (FCNCT) e as secretarias de segurança pública dos 26 estados e do Distrito Federal. Também participam ativamente as Polícias Civis, Militares, Científicas, Penais, Corpos de Bombeiros, Guardas Municipais e Conselhos Tutelares.

Fonte: Brasil 247

Governo Lula vê CPMI do INSS como inevitável e já avalia estratégias para enfrentar bolsonaristas

Prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo Lula (PT) já avalia estratégias para lidar com a oposição, caso a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) seja instalada para investigar o escândalo dos descontos ilegais no INSS. O Planalto, que vê como inevitável a CPMI, trabalha para influenciar a composição e garantir que o governo tenha voz ativa no colegiado.

A intenção do governo é, principalmente, minimizar os danos políticos, responsabilizar a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos problemas envolvendo o INSS e proteger o presidente Lula (PT) de um possível desgaste, conforme informações do Globo.

A questão dos descontos ilegais provocou um intenso bate-boca no Senado na última quinta-feira (15), entre o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e o senador Sergio Moro (União-PR). O ex-juiz tentou “lacrar” durante o debate com o ministro e acabou levando uma invertida.

Interlocutores do Planalto elogiaram a postura do ministro, que explicou com clareza o esquema de fraudes no INSS, atribuindo o início dos descontos ilegais à gestão bolsonarista, em resposta às críticas de Moro sobre a gestão da Previdência.

O INSS informou que já recebeu 1.069.201 respostas de aposentados e pensionistas que tiveram descontos em seus benefícios para entidades associativas. Desses, 1.051.238 informaram não reconhecer vínculo com as organizações, representando 98,3% do total.

A criação da CPMI

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, disse que apoia a criação da CPMI, e o senador Fabiano Contarato (PT-ES) já assinou a lista que solicita sua instalação.

Já há 37 senadores e 223 deputados a favor da comissão, o que ultrapassa o mínimo necessário. No entanto, a instalação depende exclusivamente da decisão do presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), que ainda não se manifestou.

Embora o Planalto se mantenha oficialmente contra a criação da CPMI, os principais aliados de Lula reconhecem que a comissão é praticamente inevitável. A estratégia do governo, agora, será centrar esforços para garantir que a comissão seja equilibrada e evitar que a oposição domine a investigação.

A base governista propõe que a CPMI seja composta por parlamentares que tenham isenção e conhecimentos técnicos sobre o INSS, além de buscar a presidência e a relatoria da comissão. Um nome cotado para a relatoria é o da deputada Tabata Amaral (PSB-SP).

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que as investigações podem expor irregularidades no governo Bolsonaro e que, por isso, está disposto a assinar o pedido de instalação da CPMI.

“Quem chamou a polícia e deixou ela investigar foi o presidente Lula. Eu não assino CPI, por achar que isso cabe à Polícia Federal. O Congresso deve cuidar dos problemas reais do Brasil, das matérias que importam. Mas talvez eu assine essa, por acreditar que os ventos vão mudar”, declarou Wagner.

Wolney Queiroz também se mostrou favorável à CPMI. Ele ressaltou que uma medida provisória editada no governo Bolsonaro aumentou o número de entidades que realizaram cobranças indevidas. “É naquele momento, entre 2019 e 2022, que o ladrão entra na casa”, afirmou Queiroz.

O ministro explicou que uma MP de 2019 previa revalidação anual de autorizações para descontos, mas foi alterada em 2021 para revalidação a cada três anos. Depois, uma nova mudança adiou a revalidação para 2022, e em 2022 a alteração finalizou com a exclusão da revalidação anual. Essa mudança foi aprovada no Congresso e sancionada por Bolsonaro.

Fonte: DCM

A aliados, Cid ironiza Michelle Bolsonaro e diz preferir Lula para presidente em 2026

O presidente Lula (PT), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid. Foto: Reprodução

Arquivos extraídos do celular do tenente-coronel Mauro Cid, apreendido pela Polícia Federal (PF) em 3 de maio de 2023, revelam que o militar preferia o presidente Lula (PT) à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para a presidência em 2026.

Apesar da relação de confiança construída como ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), Cid mantinha um convívio tenso com Michelle. Em conversas com diversos interlocutores, obtidas pelo UOL, o militar dispara críticas e ironias sobre a primeira-dama.

O coronel Marcelo Câmara, assessor designado para acompanhar Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022, mantinha contato diário com Cid para resolver demandas do ex-presidente. Nesses diálogos, ambos citaram, em tom de ironia, questões envolvendo Michelle.

Em 28 de dezembro daquele ano, Cid compartilhou com Câmara um print de uma conversa com Michelle, na qual ela o acusa de vazar informações contra ela para uma reportagem.

Na mensagem, Michelle diz: “Agiu rápido né”. Cid não respondeu ao comentário, mas a conversa revela que a desconfiança entre os dois era recíproca, já que Michelle indicava que o militar teria abastecido a imprensa com críticas contra ela.

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Conversa entre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid. Foto: Reprodução

“Prefiro o Lula”

As críticas mais duras de Cid a Michelle, porém, ocorreram em diálogos com o ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fabio Wajngarten. Eles discutiram longamente as investigações que atingiam Bolsonaro e o cenário político brasileiro.

Em 27 de janeiro de 2023, Wajngarten enviou a Cid uma notícia de que o PL considerava lançar Michelle como candidata presidencial, caso Bolsonaro se tornasse inelegível — fato confirmado em 30 de junho de 2023, após julgamento no Tribunal Superior Eleitoral. O tenente-coronel respondeu: “Prefiro o Lula”.

Dias depois, Wajngarten encaminhou a Cid mensagens com críticas ao PL sobre o salário que seria pago a Michelle.

Cid respondeu por áudio: “Cara, se dona Michelle tentar entrar pra política, num cargo alto, ela vai ser destruída, porque eu acho que ela tem muita coisa suja… não suja, mas ela né, a personalidade dela, eles vão usar tudo contra pra acabar com ela. E Valdemar [Costa Neto, presidente do PL] fala demais também, aquele negócio dos documentos, dos papéis, tá todo enrolado agora”.

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Conversa entre o ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, e o tenente-coronel Mauro Cid. Foto: Reprodução

Wajngarten, ao comentar sobre as conversas com Cid, afirmou que, na época, “jamais se imaginou a ex-primeira-dama como candidata” e que “os diálogos ocorridos nada mais eram do que análise de notícias que saíam na imprensa”.

Pouco depois, em outro diálogo, Wajngarten compartilhou uma reportagem sobre uma possível candidatura de Michelle ao Senado.

Ele também disse ter perguntado diretamente a Bolsonaro se ele autorizava esse movimento político, alertando-o de que a divulgação geraria notícias negativas à primeira-dama, e afirmou que o ex-capitão o telefonou para tratar do assunto.

Cid, então, reforçou sua opinião, dizendo que Michelle teria informações comprometedoras em sua biografia que prejudicariam uma possível candidatura. “E ela tem muito furo… muita coisa para queimar… inclusive do passado”, afirmou o militar.

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Conversa entre Fabio Wajngarten e Mauro Cid sobre Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução
Fonte: DCM com informações do UOL

Desempenho de ministro no Senado faz governistas apoiarem criação de CPI do INSS


O senador Sergio Moro (União-PR) e o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, durante audiência nesta quinta (15). Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiaram a atuação do ministro da Previdência, Wolney Queiroz, durante audiência pública no Senado nesta quinta-feira (15). Com informações do Valor Econômico.

O tema central foi os descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas do INSS. Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, o ministro explicou com clareza o esquema de fraude e atribuiu o início dos descontos ao governo anterior, de Jair Bolsonaro, numa resposta às críticas do ex-ministro Sergio Moro sobre a gestão da Previdência.

No início do dia, o clima era de apreensão em relação à audiência. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que estava na comitiva presidencial para o funeral do ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica, optou por ficar em Brasília para acompanhar o depoimento. Outros integrantes da Secretaria de Relações Institucionais também foram ao Senado, incluindo o secretário especial de Assuntos Parlamentares, André Ceciliano.

O bom desempenho do ministro Wolney foi resultado de um preparo especial. O valor, informou que ele passou por um treinamento de comunicação nos últimos dias para responder às perguntas dos senadores com maior segurança e objetividade. Essa preparação contribuiu para que a apresentação fosse considerada positiva pela equipe do governo.

A avaliação do depoimento gerou até uma mudança na postura de alguns membros do governo. Antes resistentes, passaram a sinalizar apoio à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes no INSS. O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, declarou que o partido apoiará a CPI, desde que a apuração também alcance possíveis irregularidades ocorridas na gestão Bolsonaro.

Senador Rogério Carvalho (PT-SE). Foto: Reprodução

Apesar dessa movimentação, a orientação da articulação política do governo permanece para que os ministros não assinem formalmente o pedido de instalação da CPI. O requerimento já tem o apoio de 259 deputados e senadores. A cautela visa evitar desgaste político, enquanto as investigações seguem em andamento.

Durante a audiência, Wolney afirmou que “o ladrão entrou na casa” entre 2019 e 2022, para destacar que a fraude começou na gestão passada. O ministro garantiu que o atual governo irá “até as últimas consequências” para apurar e corrigir as irregularidades nos descontos aos beneficiários do INSS, respondendo às cobranças feitas por Sergio Moro sobre maior rigor no combate às fraudes.

Os dados preliminares da Polícia Federal apontam que cerca de R$ 6,3 bilhões foram descontados indevidamente entre 2019 e 2024, mas a investigação ainda não definiu com exatidão o início do esquema. O governo segue acompanhando o caso de perto, reforçando o compromisso com a transparência e a proteção dos aposentados e pensionistas.

O desempenho do ministro no Senado foi avaliado como positivo pelo governo, que vê sua postura como clara e objetiva na explicação das medidas adotadas contra as fraudes, apesar das críticas feitas durante a audiência. Wolney reforçou o compromisso da pasta em combater as práticas ilegais e garantir a proteção dos benefícios dos segurados.

Fonte: DCM com informações do jornal Valor Econômico

“Matar meio mundo”: áudios de agente da PF enfraquecem discurso pró-anistia para Bolsonaro; entenda


O policial federal Wladimir Matos Soares, preso por planejar o assassinato do presidente Lula (PT). Foto: Reprodução

As declarações do agente Wladimir Soares, investigado por sua participação na tentativa de golpe de Estado, em áudios obtidos pela Polícia Federal (PF), tem o potencial de enfraquecer uma das principais apostas políticas do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): a anistia, conforme informações do blog da Natuza Nery, do G1.

Esses áudios sintetizam as descobertas da investigação e colocam em xeque a possibilidade de aprovação de um perdão para os envolvidos nos atos golpistas de 2022 e nos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

A divulgação dessas gravações chega como uma “bomba” no Congresso Nacional, pois reforça os relatos e as provas reunidos até o momento. Isso torna cada vez mais difícil encontrar apoio político para a proposta de anistia, minando as chances de parlamentares simpatizantes da ideia.

As mensagens também desmente a narrativa de que os atos golpistas foram espontâneos ou motivados apenas pela indignação popular, enfraquecendo o discurso de que os envolvidos poderiam ser perdoados.

Os áudios

Os áudios foram encontrados durante as investigações, em aparelhos eletrônicos de Wladimir Soares, que está preso preventivamente.

Nas gravações, o policial revela que estava pronto para participar de uma ação para prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Alexandre de Moraes. Ele relata que aguardava apenas o “ok” de Bolsonaro para agir.

“A gente tava preparado para isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre de Moraes. Eu ia estar na equipe, ia botar para foder nesse filho da puta, mas não é assim”, disse. “A gente tava pronto, só que aí o presidente… Esperávamos só o ok do presidente, uma canetada para a gente agir. Só que o presidente deu para trás.”

Ele afirma ainda que sua equipe estava equipada com “poder de fogo elevado” e estava disposta a agir de forma brutal, se necessário: “A gente ia com muita vontade, ia empurrar meio mundo de gente, pô, matar meio mundo de gente. Não ia estar nem aí”.

Além disso, o agente critica generais do Exército, alegando que eles abandonaram Bolsonaro após negociações com o governo eleito. “O PT pagou para eles, comprou esses generais”, afirmou Wladimir, acusando os militares de recuar.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Wladimir Soares por sua participação na organização criminosa que tentou abolir o Estado Democrático de Direito. A PF destaca que o policial não apenas integrou o grupo golpista, mas também manteve comunicação com outros membros da corporação.

Ouça os áudios:

Haddad cresce em pesquisa em disputa em SP e assusta bolsonaristas; veja os números


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad – Foto: Reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), apareceu tecnicamente empatado com Eduardo Bolsonaro (PL) na disputa por uma vaga no Senado por São Paulo, segundo levantamento divulgado pela Paraná Pesquisas. O resultado surpreendeu e gerou preocupação entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com informações da colunista Bela Megale, do Globo.

De acordo com a estudo, Eduardo lidera com apenas quatro pontos percentuais de vantagem sobre Haddad. A diferença apertada indica um cenário mais acirrado do que setores da direita esperavam. A situação se agrava pelo fato de o político estar licenciado da Câmara e morando nos EUA atualmente – o que pode enfraquecer sua conexão com o eleitorado paulista.

O presidente Lula (PT) já chegou a defender a candidatura de Haddad ao Senado em 2026 – o apoio do Planalto reforça a competitividade do ministro e tem causado movimentações estratégicas entre integrantes do PL e aliados de Bolsonaro.

Gráfico sobre a situação eleitoral para senador por São Paulo – Foto: Paraná Pesquisas


Entre os principais nomes da direita para o Senado em São Paulo estão Eduardo Bolsonaro e Guilherme Derrite, atual secretário de Segurança Pública estadual. Derrite anunciou sua saída do PL e vai se filiar ao Partido Progressista (PP), mirando fortalecer sua base para a eleição.

Na semana passada, Eduardo e Derrite estiveram em Nova York em reuniões voltadas ao cenário político de 2026. Eles planejam uma aliança para tentar conquistar as duas cadeiras paulistas no Senado.

A pesquisa foi realizada entre os dias 01 e 04 de maio. Foi utilizada uma amostra de 1.700 eleitores, em 85 municípios, com um grau de confiança de 95,0%, e margem de erro de aproximadamente 2,4 pontos percentuais para os resultados gerais.

Fonte: DCM

Deputados bolsonaristas criam grupo de trabalho com parlamentares dos EUA para pressionar o STF

Ação foi coordenada por Eduardo Bolsonaro e pelo deputado Cory Mills, presidente do subcomitê de inteligência das relações internacionais da Câmara dos EUA

Eduardo Bolsonaro (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Enquanto figuras do Centrão, incluindo o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), participavam de eventos em Nova York, um grupo de deputados bolsonaristas seguia sua agenda em Washington tendo como missão intensificar a pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). Sob a liderança de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra em autoexílio nos Estados Unidos, as ações resultaram na formação de uma nova frente de trabalho entre os bolsonaristas da Câmara e republicanos no Congresso dos EUA.

A articulação, segundo a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, foi coordenada pelo deputado Cory Mills, presidente do subcomitê de inteligência das relações internacionais da Câmara dos Representantes dos EUA, e Filipe Barros (PL-PR), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. "Firmamos um acordo para criar um grupo de trabalho que irá compartilhar informações cruciais sobre a democracia brasileira e possíveis intervenções em nosso processo eleitoral", disse Barros, de acordo com a reportagem.

Além dos encontros com líderes conservadores dos EUA, Eduardo Bolsonaro também esteve em Nova York, onde se encontrou com representantes do Centrão. Durante um almoço realizado no sábado (10), o deputado expressou seu desagrado com o PL, partido ao qual é filiado atualmente. Insatisfeito com sua situação política, Eduardo iniciou conversas com lideranças do PP, partido que ele avalia como opção para uma eventual troca partidária nas eleições de 2026.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Sob Bolsonaro, fraudes no INSS somaram R$ 2,1 bilhões

Diretores de Benefícios do INSS nomeados por Bolsonaro aprovaram descontos bilionários. Esquema passou a ser desmontado em julho de 2024, após denúncias

INSS (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Análise realizada pela coluna de Fabio Serapião, do Metrópoles, revelou como sucessivas gestões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) favoreceram entidades com permissão para descontar valores diretamente dos benefícios de aposentados e pensionistas, por meio de convênios firmados a partir de 2019. O levantamento, que cruza dados da operação “Sem Desconto” com nomeações na Diretoria de Benefícios e os valores movimentados pelas associações, mostra os valores desviados por associações e dirigentes do INSS ao longo dos governos de Jair Bolsonaro (PL) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As quantias desviadas, no entanto, são muito diferentes quando comparados os dois períodos.

Ao todo, 30 entidades foram contempladas com convênios durante os dois governos: 12 sob Bolsonaro, que resultaram em descontos de R$ 2,1 bilhões; e 18 durante a gestão de Lula, com impacto bem menor – R$ 235 milhões. A investigação aponta que muitas dessas associações sequer possuíam estrutura para prestar os serviços prometidos e, em alguns casos, repassaram recursos a operadores investigados por suspeita de corrupção.

⊛ Ascensão de convênios no governo Bolsonaro - O crescimento expressivo dos convênios teve início na gestão de José Carlos Oliveira como diretor de Benefícios do INSS, em 2021. Ligado diretamente a Jair Bolsonaro, Oliveira foi também presidente do INSS e ministro da Previdência. Ele assinou três convênios com entidades que movimentaram cerca de R$ 695 milhões: a ABRAPPS (R$ 2 milhões), a AMBEC (R$ 500 milhões) e a AAPB (R$ 191 milhões).

A AMBEC é apontada pela Polícia Federal como responsável pelo envio de R$ 11,9 milhões a Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Já a AAPB, segundo a investigação, estaria ligada à advogada Cecília Rodrigues, ex-presidente da entidade. Ambas foram citadas pela Controladoria-Geral da União (CGU), que questiona a capacidade de atendimento das instituições. A auditoria constatou que a AMBEC não possui atendimento presencial e que a AAPB mantém estrutura apenas em Fortaleza (CE), mesmo tendo filiados em mais de 4 mil municípios.

⊛ Expansão e indícios de irregularidades - Após Oliveira, assumiu a Diretoria de Benefícios Sebastião Faustino de Paula, que firmou convênios com quatro entidades: CAAP (R$ 251 milhões), UNIVERSO (R$ 225 milhões), UNASPUB (R$ 267 milhões) e CINAAP (R$ 14 milhões). A Unaspub foi a que mais arrecadou sob sua gestão e também é investigada por repasses ao "careca do INSS".

Auditorias na entidade Universo, realizada pela CGU, apontaram deficiências operacionais. Em março de 2024, a associação possuía mais de 250 mil associados espalhados por 4.219 municípios, mas contava com apenas oito funcionários fixos e cinco colaboradores eventuais, o que, segundo os técnicos, “sinaliza ser insuficiente”.

Na sequência, Edson Yamada assumiu o posto entre junho de 2022 e fevereiro de 2023. Embora tenha permanecido já no início do governo Lula, Yamada também é vinculado ao bolsonarismo e aparece como sócio de José Carlos Oliveira em uma empresa citada nos relatórios da PF. Ele assinou seis convênios, com destaque para a CBPA (R$ 221 milhões), AP Brasil (R$ 137 milhões) e CEBAP (R$ 195 milhões). Auditoria da CGU constatou que a CBPA operava em uma “pequena sala comercial” e não demonstrava capacidade para prestar serviços aos milhares de filiados.

⊛ Gestão Lula - Durante o governo Lula, o diretor André Fidelis autorizou convênios que resultaram em R$ 142 milhões em descontos. Ele foi exonerado em julho de 2024, após reportagens denunciarem o escândalo. Fidelis teria recebido, segundo a PF, cerca de R$ 5,1 milhões oriundos de entidades e do lobista conhecido como “careca do INSS”, por meio da empresa de seu filho.

Entre as entidades conveniadas por Fidelis, a Aapen (antiga ABSP), que arrecadou R$ 69 milhões, também foi auditada pela CGU. Embora possuísse sede física em Fortaleza, não mantinha filiais em outros estados, o que contrasta com a capilaridade de sua atuação nacional. A associação é apontada como ligada à mesma advogada Cecília Rodrigues, citada em outras partes da investigação.

⊛ Apontamentos da CGU e repercussões - As entidades envolvidas apresentam falhas estruturais recorrentes, conforme os relatórios da Controladoria-Geral da União. O órgão destacou a dificuldade de acesso de aposentados ao atendimento via SAC, o que compromete a prestação de serviços. Em alguns casos, a estrutura era tão precária que não permitia sequer o cadastramento e atendimento de novos associados. A CGU solicitou à Advocacia-Geral da União que inclua André Fidelis em ações judiciais já protocoladas contra as entidades e operadores do esquema. Até agora, ele não foi citado formalmente.

⊛ O que dizem os citados - Em nota, a AP Brasil declarou que “preza sempre pela transparência, ética e principalmente pelo respeito aos associados e ao público em geral”. A CBPA alegou que atua há longa data oferecendo benefícios a quem contribui com a mensalidade, e declarou apoio às investigações. A AAPB afirmou que sempre cumpriu as exigências legais para firmar os convênios. Já a Unaspub reiterou seu “compromisso com a legalidade, ética e transparência”, e defendeu o “pleno respeito ao devido processo legal”.

O ex-diretor Sebastião Faustino afirmou que “é possível que tenha assinado algum desses acordos”, seguindo os fluxos institucionais da época. “Na hipótese de haver eventual citação, estarei pronto para colaborar com as autoridades do sistema de Justiça”, declarou.

Os demais ex-diretores citados na reportagem não se manifestaram.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Polícia Federal fiscalizará atiradores esportivos e registro de armas

Em todo o país, 600 servidores estão qualificados para a função

(Foto: Divulgação/Polícia Federal)

Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) substituíra o Exército e será a responsável - a partir de 1º de julho - pela fiscalização de colecionadores, atiradores esportivos e caçadores (CACs). Segundo informou hoje (15) o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), foram destinados R$ 20 milhões para a PF assumir a responsabilidade.

O secretário-executivo do ministério, Manoel Carlos de Almeida Neto, que fez o anúncio, disse que até o momento 600 servidores da PF foram qualificados para a nova função.

“Estamos assumindo o controle da fiscalização nesta nova fase, por meio da Polícia Federal. Vamos criar Delegacias de Controle de Armas nas capitais de todos os estados e no Distrito Federal e 96 Núcleos de Controle de Armas em delegacias federais no interior do país, totalizando 123 estruturas”, informou.
Supervisão

Caberá à Coordenação Geral de Controle de Armas, órgão central que fará a gestão nacional, a supervisão dessas estruturas.
A substituição do Exército já havia sido determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em decreto assinado em julho de 2023, que proibiu ainda a venda de três tipos de armas de fogo para cidadãos comuns e agora ficam restritas apenas para as forças de segurança.

O documento previa que a nova responsabilidade da PF, de emissão do registro e a fiscalização das licenças dos CACS, começaria em 1º de janeiro de 2025, No entanto, a corporação pediu a prorrogação do prazo por seis meses, por causa da falta de recursos e para poder terminar a capacitação dos agentes.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

MPF quer que antigo Dops do Rio seja um centro de memória do regime militar

Procuradoria cobra União e estado do Rio para garantir acesso ao prédio abandonado e resgatar história das vítimas da ditadura

Antigo prédio do Departamento de Operações Policiais (Dops) do Rio de Janeiro

Vermelho - Prédio marcado pela dor e símbolo da violência da ditadura militar (1964-1985), a antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) do Rio de Janeiro poderá ganhar um novo destino. O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao governo federal que o local se torne um centro dedicado à memória das vítimas do autoritarismo, ao resgate da história e à promoção dos direitos humanos.

A recomendação — feita pelo MPF junto ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e à Secretaria do Patrimônio da União (SPU) — estabelece o prazo de 60 dias para que os dois órgãos apresentem as providências necessárias para reverter ao patrimônio da União o imóvel situado na Rua da Relação, nº 38/40, no centro do Rio de Janeiro.

Além disso, na peça o MPF pede que o estado do Rio de Janeiro e a Polícia Civil não imponham obstáculos à atuação da União no imóvel e garantam o acesso imediato e permanente para as ações necessárias de preservação.

Originalmente, o prédio pertencia à União e foi doado ao extinto Estado da Guanabara na década de 1960, sob a condição de uso para fins policiais e com obrigação de preservação.

Entretanto, conforme explica o MPF, “o prédio não cumpriu sua destinação e está abandonado há mais de 15 anos, em estado de conservação precário”.

Ainda de acordo com o MPF, um parecer técnico do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania concluiu que as condições da cessão foram descumpridas, o que justifica a reversão do imóvel ao patrimônio federal.

“A transformação desse espaço em um centro de memória é uma medida de justiça e reparação histórica”, afirma o procurador regional adjunto dos Direitos do Cidadão, Julio Araujo. Para o procurador, “locais como o antigo Dops não podem ser esquecidos ou apagados. Eles precisam ser ressignificados como espaços de resistência, lembrança e aprendizado para as futuras gerações”.

◉ Inquérito

A situação do imóvel — que tem valor histórico e ainda guarda documentos do período ditatorial — levou o coletivo “RJ Memória, Verdade, Justiça e Reparação” a fazer uma representação junto ao MPF que, por sua vez, decidiu pela abertura de um inquérito, em março de 2024.

Outro ponto que faz parte do inquérito é a garantia do recolhimento e tratamento da documentação histórica do Dops, que registra a perseguição política, a tortura e as violações de direitos durante o regime militar, e que será transferido para o Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (Aperj).

Leia também: Lei da Anistia é incompatível e deve ser revista, diz relator da ONU

O MPF destaca, ainda, que o valor do prédio vai além do período ditatorial mais recente. O local foi a sede da Polícia Central desde o início do século 20, espaço de onde saíram políticas de criminalização — por vadiagem, capoeiragem e outros “crimes” — da população negra no pós-abolição, assim como de perseguição às religiões de matriz africana. O imóvel também abrigou a polícia política na Era Vargas e em 1987 foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).

◉ Lugares de Memória

Uma vez finalizado o processo de transformação em centro de memória, o prédio se somará a outros pontos históricos que tratam da ditadura.

Segundo a publicação “Lugares de Memória da Ditadura Militar”, mapeamento feito pelo governo federal e divulgado em abril, atualmente existem ao menos 49 locais com essa finalidade no país:

17 no Sudeste, 15 no Nordeste, sete no Sul, seis no Norte e quatro no Centro-Oeste. Entre os estados, São Paulo concentra o maior número de locais mapeados (sete), seguido por Pernambuco (seis) e Rio de Janeiro (cinco).

Os espaços identificados incluem quartéis, cemitérios, prisões, hospitais, parques e universidades, entre outros locais associados à repressão política e à resistência democrática.

Fonte: Brasil 247 com informações do portal Vermelho

Ministra das Mulheres condena ataques contra Janja e reafirma que plataformas lucram com o ódio e o machismo

"Minha solidariedade à Janja! Toda esta repercussão é mais um triste episódio de misoginia", afirmou a ministra Márcia Lopes

Márcia Lopes e Macaé Evaristo (Foto: Ministério das Mulheres via Instagram)

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, repudiou o mais recente episódio de machismo contra a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja. Em referência ao vazamento à mídia das críticas de Janja ao TikTok, durante visita à China, Lopes rechaçou a misoginia e lembrou que Janja tem exercido um papel relevante no debate sobre a regulamentação das redes sociais.

“Não restam dúvidas de que precisamos debater os impactos das redes sociais na vida das mulheres e crianças, e a companheira Janja tem uma atuação muito importante nesta luta”, disse a ministra nas redes sociais nesta quinta-feira (15).

Caiu por terra a narrativa machista da mídia corporativa contra a primeira-dama após o TikTok enviar uma carta ao governo brasileiro dizendo que está disposto a dialogar. A plataforma tomou conhecimento das preocupações levantadas pela primeira-dama ao presidente da China, Xi Jinping. Segundo ela, a plataforma de vídeos precisa de maior supervisão para evitar a divulgação de conteúdos falsos e danosos ao bem-estar social.

Na postagem, a ministra reiterou que as plataformas de mídia social impulsionam conteúdo misógino. "O Ministério das Mulheres tem dedicado esforços enormes para compreender e investir em um ambiente online saudável, com produção de dados sobre o funcionamento das plataformas e sobre como alguns canais, assim como as próprias plataformas, ganham dinheiro espalhando misoginia", escreveu.

Segundo ela, as plataformas de vídeo, como TikTok e Instagram, são especialmente vulneráveis: "As novas gerações são fortemente impactadas por esses conteúdos em redes como TikTok e Instagram".
"Minha solidariedade à Janja! Toda esta repercussão é mais um triste episódio de misoginia, mas que jamais nos tirará do lugar de luta e de enfrentamento a esse problema".
Fonte: Brasil 247

Após alertas de Janja a Xi Jinping, TikTok envia carta ao Brasil em busca de diálogo

Cai por terra a narrativa machista da mídia corporativa contra a primeira-dama

Logotipo do TikTok nos EUA (Foto: REUTERS/Mike Blake)

O TikTok enviou uma carta ao governo brasileiro dizendo que está disposto a dialogar depois de tomar conhecimento da conversa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, com o líder chinês, Xi Jinping. A mensagem da rede foi enviada por email para o Itamaraty, comandado pelo chanceler Mauro Vieira. O relato saiu na coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

Durante um jantar entre as delegações dos dois países, Lula e Janja alertaram para a necessidade de regulamentação do TikTok e de outras plataformas, para evitar discursos de ódio e fake news.

Mas, no Brasil, a mídia tradicional repercutiu de maneira machista a iniciativa de Janja, como se o fato de ela ser mulher representasse um entrave para atuar em favor de políticas de interesse nacional.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo