sexta-feira, 18 de julho de 2025

Moraes cita Machado de Assis e Abraham Lincoln em decisão contra Bolsonaro; entenda

 

Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Na decisão de impor o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF), citou o escritor Machado de Assis para justificar a medida. “A soberania nacional é a coisa mais bela do mundo, com a condição de ser a soberania e ser nacional”, diz o autor na frase destaca por Moraes, retirada de suas “Crônicas – Obras completas”, publicadas em 1957.

A referência literária não foi aleatória. A expressão “soberania nacional” tem sido usada repetidamente pelo governo Lula (PT) em resposta às tarifas de 50% impostas por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, aos produtos brasileiros. Ao vincular o termo ao caso de Bolsonaro, Moraes reforçou a gravidade das acusações contra o ex-presidente, que incluem risco de fuga do país.

Além do histórico escritor brasileiro, Moraes também fez menção a um dos mais consagrados presidentes dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, em uma provocação a Trump. O magistrado citou que o 16° presidente estadunidense foi “responsável pela manutenção da União e pela proclamação da Emancipação” de sua nação.

O ministro ainda parafraseou Lincoln com a frase “os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis”, para justificar a defesa da soberania brasileira.

Veja os trechos:


As novas regras impostas por Moraes a Bolsonaro são severas:

– Recolhimento domiciliar noturno (19h às 6h) e integral nos fins de semana;
– Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica;
– Proibição de contato com diplomatas estrangeiros;
– Restrição de aproximação de embaixadas e consulados;
– Suspensão do uso de redes sociais.

“A situação descrita revela necessidade urgente e indeclinável, apta para justificar a imposição de novas medidas cautelares que possam assegurar a aplicação da lei penal e evitar a fuga do réu”, afirma o ministro em sua decisão.

A Polícia Federal cumpriu mandados na casa de Bolsonaro no Jardim Botânico (DF) e em seu escritório político, onde encontrou:
– US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie
– Cópia de ação judicial movida por empresa de Trump contra Moraes nos EUA
– Pendrive escondido em banheiro (enviado para perícia)

Embora manter valores em casa não seja crime, quantias acima de US$ 10 mil exigem declaração em viagens internacionais. A ação da Rumble – plataforma de vídeos associada a Trump – questiona no judiciário americano decisões brasileiras sobre remoção de conteúdos.

O ex-presidente negou qualquer intenção de deixar o país: “Nunca pensei sair do Brasil e nunca pensei em ir para embaixada”. Classificou a operação como “suprema humilhação”, em aparente referência ao STF. Seu advogado, Celso Vilardi, afirmou que Bolsonaro só se manifestará após ter acesso integral à decisão judicial.

Fonte: DCM

VÍDEO – Ato na 25 de Março contra Trump tem Bolsonaro preso e bandeiras comunistas

 

Protesto na 25 de Março: contra Trump e pela prisão de Bolsonaro. Foto: Divulgação
Na manhã desta sexta-feira (18), comerciantes e trabalhadores ocuparam a Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, em um protesto contra as medidas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos sobre o comércio brasileiro. A manifestação teve como foco a imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, medida que afetaria diretamente as vendas e o comércio de produtos.

Cartazes, fantasias de políticos e bandeiras do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) marcaram o ato, que também teve a Polícia Federal (PF) acompanhando os manifestantes. O protesto se concentrou na Rua Carlos de Sousa Nazaré, uma travessa da famosa rua comercial, pouco depois de Jair Bolsonaro se tornar alvo de uma operação da PF.

Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em sua residência em Brasília e na sede do Partido Liberal (PL), com a imposição de medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica. Bolsonaro, que está sendo investigado pelo STF por envolvimento em uma suposta trama golpista, viu a Rua 25 de Março ser mencionada em um relatório como um dos principais polos de falsificação de produtos.

Durante o protesto, figuras de Trump e Bolsonaro, como “prisioneiro”, foram vistas carregando simbolicamente um saco de dinheiro, ilustrando as críticas contra a interferência dos Estados Unidos na soberania brasileira. Os manifestantes, em sua maioria comerciantes locais, exigiram o fim da interferência de Washington nos assuntos internos do Brasil e o reconhecimento da independência do comércio nacional.




Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo (SECSP), organizador da manifestação, afirmou: “Enquanto sindicalista e cidadão, nós não podemos permitir que outro país possa querer ditar regras para o nosso país”.

Patah ainda ressaltou que questões como pirataria de produtos devem ser resolvidas pelas autoridades brasileiras, e não por decisões de um governo estrangeiro. “Porque lá nos Estados Unidos também tem a mesma coisa que tem aqui no Brasil”, completou.

Paulo Li, um comerciante chinês com 19 anos de atuação na 25 de Março, usou sua camiseta com o nome “Luis Vitao”, em uma crítica irônica à acusação de falsificação, fazendo referência à marca Louis Vuitton.

Ele expressou sua indignação com a medida de Trump, dizendo: “Eu saí da China porque lá já é difícil para trabalhar. Então a gente arrumou um lugar melhor, se esforçou bastante. Eu sou segunda geração no meu negócio, e mesmo assim o cara [Trump] está querendo vir atrás de gente”.

A movimentação gerou reações dentro do próprio setor sindical. Humberto Souza Oliveira Filho, atuante no SECSP, criticou a medida de Trump, que considera prejudicial à longa relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, com mais de 200 anos.

“Trump questiona o PIX, que é uma transação muito prática, e coloca em dúvida a idoneidade de comerciantes honestos que aqui estão”, afirmou o sindicalista, destacando que a medida visa mais a justificar uma agenda ideológica do que resolver problemas comerciais reais.

A taxa de 50% sobre as exportações de produtos brasileiros foi anunciada por Trump no início de julho e deverá entrar em vigor em agosto. A medida afetará não apenas o comércio de rua, mas também setores estratégicos da economia, como o agronegócio, a indústria e o aço. “Não à demissão” foi o grito mais entoado pelos manifestantes, que se opõem às consequências econômicas que a tarifa pode causar, como o aumento do desemprego no Brasil.

A Seção 301 da Lei Comercial dos EUA, que autoriza tais tarifas, foi solicitada por Trump e visa, entre outras coisas, a combater práticas comerciais que o governo norte-americano considera “injustas”.

A medida também foi justificada pelo presidente dos EUA com base no alegado “déficit comercial inexistente” entre os dois países, além da “distribuição e venda de produtos falsificados” na Rua 25 de Março. O governo dos EUA alega que a pirataria de produtos protegidos por direitos autorais é uma barreira significativa para a adoção de canais legítimos de distribuição de conteúdo.

Fonte: DCM

Abandonado por Bolsonaro, Tarcísio defende o ex-presidente: “Tempo trará justiça”

 

Tarcísio de Freitas, Governador do Estado de São Paulo. Foto: Divulgação
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se manifestou nesta sexta-feira (18) em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após a operação da Polícia Federal e as novas medidas cautelares impostas contra ele pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em publicação no X, Tarcísio adotou um “tom motivacional” e alinhado ao da família Bolsonaro, ao comentar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou o uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições contra o ex-presidente.

Tarcísio puxou o saco de Bolsonaro, destacando o “compromisso dele com o país”. “Coragem é um atributo que quem conhece Jair Bolsonaro sabe que nunca lhe faltou. Não faltou quando atentaram contra a sua vida. Não faltou para lidar com as crises sem precedentes que este país passou quando ele era presidente”, escreveu o governador paulista.

O texto de Tarcísio também menciona a suposta dor do ex-presidente por não poder falar com o filho Eduardo Bolsonaro, outro investigado no inquérito e atualmente nos Estados Unidos. “Não imagino a dor de não poder falar com um filho. Mas se as humilhações trazem tristeza, o tempo trará a justiça”, declarou.

Em sua postagem, o governador ainda critica o cenário político do país. “A sucessão de erros que estamos vendo acontecer afasta o Brasil do seu caminho”, afirmou, sem citar diretamente o STF ou Alexandre de Moraes.

O bolsonarista ainda delirou ao sugerir que o país caminha para uma instabilidade institucional caso não haja mudanças no processo político. “Não haverá pacificação enquanto não encontrarmos o caminho do equilíbrio. Não haverá paz social sem paz política, sem visão de longo prazo, sem eleições livres, justas e competitivas”, escreveu.

Tarcísio já havia sido alvo de críticas incisivas por parte de aliados, especialmente após declarações de Eduardo Bolsonaro. A tensão se intensificou quando o deputado licenciado acusou de demonstrar “subserviência servil às elites” e de não defender os interesses do Brasil ao buscar uma solução diplomática com a Embaixada dos Estados Unidos para o tarifaço imposto pelo governo Trump.

Fonte: DCM

VÍDEO – Bolsonaro inventa história sobre pen drive no banheiro: “Vou perguntar pra Michelle”

 

Bolsonaro em entrevista coletiva após ação da PF
Após ser alvo de nova operação da Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não sabia da existência do pen drive encontrado por agentes no banheiro de sua residência. Segundo o líder de extrema-direita, o dispositivo não lhe pertence, e ele pretende perguntar à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro sobre o material apreendido.

Bolsonaro ainda inventou uma história para explicar por que o objeto foi encontrado no local. “Uma pessoa pediu para ir no banheiro e voltou com um pendrive na mão”, alegou, em entrevista coletiva. “Eu nunca abri um pendrive na minha vida, eu não tenho nem laptop em casa para mexer com pendrive”.


O dispositivo de armazenamento foi recolhido durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão e será submetido à perícia. As declarações de Bolsonaro foram feitas na garagem da sede do PL, em Brasília, horas depois de ele ter colocado uma tornozeleira eletrônica por ordem do Supremo Tribunal Federal.

Visivelmente incomodado com a situação, o ex-presidente se recusou a mostrar a tornozeleira e classificou a medida como “suprema humilhação”. A expressão foi repetida por ele após a saída da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, onde o equipamento foi instalado.

Bolsonaro também falou sobre os US$ 14 mil (R$ 77,7 mil) encontrados em sua casa. Ele declarou que manter dólares em espécie não é crime e que o valor seria resultado de economias pessoais. Ainda assim, o dinheiro será analisado no inquérito que apura possíveis irregularidades envolvendo o ex-mandatário.

Ao ser questionado sobre a carta recebida de Donald Trump e o tarifaço imposto a produtos brasileiros, evitou se aprofundar. Disse apenas que a sobretaxa vale para outros países e que, caso estivesse na presidência, a situação seria “semelhante à da Argentina”.

Ele afirmou ainda que Eduardo Bolsonaro continuará atuando nos Estados Unidos, questionando a decisão do STF que o proíbe de ter contato com o filho e ironizou: “Qual crime ele está cometendo nos Estados Unidos? Atentado à democracia brasileira no Parlamento americano? Só se ele estivesse no Parlamento do Irã.”

O conteúdo do pen drive e dos dispositivos eletrônicos apreendidos poderá impactar diretamente os rumos do inquérito.

Fonte: DCM

Eduardo Bolsonaro chama Moraes de “gângster”, “ditador” e diz viver “em exílio”

 

Eduardo Bolsonaro e seu arqui-inimigo, Alexandre de Moraes
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foragido desde março nos EUA, divulgou nesta sexta-feira (18) uma nota oficial em que chama o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de “ditador” e “gângster de toga”. A declaração foi feita após a operação da Polícia Federal que atingiu o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai, e impôs medidas como o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar aos fins de semana.

Na mensagem, Eduardo afirma ter recebido a notícia “com tristeza, mas sem surpresa” e acusa Moraes de transformar o STF em uma “arma pessoal para perseguições políticas”. Ele também se autodenomina “deputado federal em exílio”, já que está nos Estados Unidos e proibido de manter contato com o pai por decisão judicial.

Segundo Eduardo, Jair Bolsonaro “nunca se furtou a cumprir decisões judiciais”, embora o próprio ex-presidente tenha declarado, em 2021, que não obedeceria mais às ordens de Moraes. Na época, Bolsonaro recuou no dia seguinte após um acordo costurado com o ex-presidente Michel Temer. “Ele, para nós, não existe mais”, disse o líder de extrema-direita durante um ato na Avenida Paulista.

Bolsonaro no discurso em que atacou Moraes, em 7 de setembro de 2021

Ainda na nota, Eduardo menciona as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e afirma que a operação da PF tenta criminalizar até ações do governo americano. “A decisão desta vez se apoia num delírio ainda mais grave: acusações construídas com base em ações legítimas dos EUA”, declarou. Para ele, o objetivo seria tornar seu pai um “refém”, colocando em risco as relações diplomáticas entre os dois países.

O deputado também rebateu a justificativa de que sua atuação em gabinetes norte-americanos seria uma ameaça à democracia brasileira. “Qual crime ele tá cometendo nos Estados Unidos? Atentado à democracia brasileira no Parlamento americano? Só se ele estivesse no Parlamento do Irã”, ironizou.

Na conclusão, Eduardo disse que as ações do ministro não têm mais efeito intimidador. “Silenciar meu pai não vai calar o Brasil. Eu e milhões de brasileiros seguiremos falando por ele – cada vez mais firmes, mais conscientes e mais determinados”, afirmou.

Leia o comunicado na íntegra:

NOTA À IMPRENSA

Recebi com tristeza, mas sem surpresa, a notícia da invasão da Polícia Federal à casa do meu pai nesta manhã. Há tempos denunciamos as ações do ditador Alexandre de Moraes — hoje, escancaradamente convertido em um gangster de toga, que usa o Supremo como arma pessoal para perseguições políticas. Mais uma vez, ele confirma tudo o que vínhamos alertando.

Não bastasse ordenar censura e medidas de coerção contra o maior líder político do Brasil — alguém que nunca se furtou a cumprir decisões judiciais e sempre participou do processo legal —, a decisão desta vez se apoia num delírio ainda mais grave: acusações construídas com base em ações legítimas do governo dos Estados Unidos, iniciadas logo após o anúncio das tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil.

Na prática, Alexandre de Moraes está tentando criminalizar Trump e o próprio governo americano. Como é impotente diante deles, decidiu fazer do meu pai um refém. Com isso, além de atacar a democracia brasileira, ele ainda deteriora irresponsavelmente as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos — um ato de sabotagem institucional de consequências imprevisíveis.

Alexandre precisa entender que suas ações intimidatórias não têm mais efeito. Não vamos parar. Silenciar meu pai não vai calar o Brasil. Eu e milhões de brasileiros seguiremos falando por ele — cada vez mais firmes, mais conscientes e mais determinados — até que a nossa voz seja ensurdecedora.

Eduardo Bolsonaro,
Deputado Federal em Exílio
Filho do Presidente Jair Bolsonaro

Fonte: DCM

VÍDEO – Trompetista toca marcha fúnebre durante coletiva de Bolsonaro sobre ação da PF


Bolsonaro concede entrevista após começar a usar tornozeleira eletrônica. Foto: Divulgação

Durante a entrevista concedida por Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (18), após o cumprimento de ordem judicial para uso de tornozeleira eletrônica, o ‘trompetista do PT’ roubou a cena ao surgir tocando a “Marcha Fúnebre”, de Chopin. O episódio ocorreu na saída do ex-presidente, enquanto agentes da Polícia Federal realizavam buscas autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O músico foi identificado como Fabiano Duarte e é mais conhecido nas redes sociais como o trompetista do PT. Ele já havia aparecido em outras ocasiões, inclusive durante uma entrevista anterior do ex-presidente no Senado. Além da marcha, também costuma tocar “Tá na hora do Jair já ir embora”, que virou bordão entre críticos de Bolsonaro.

A operação da PF teve como alvos a casa de Jair Bolsonaro e a sede nacional do PL, partido ao qual ele é filiado, em Brasília. Entre as medidas autorizadas por Moraes estão o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de acesso a redes sociais e o veto a qualquer contato com diplomatas, embaixadores e outros investigados no processo. A Procuradoria-Geral da República deu parecer favorável às ações.

Confira o vídeo:

Fonte: DCM

Bolsonaro será preso se descumprir qualquer cautelar, diz Moraes em decisão; veja a íntegra

 

Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi categórico ao determinar que Jair Bolsonaro (PL) será preso caso descumpra qualquer uma das medidas cautelares impostas nesta sexta-feira (18).

A decisão, que autorizou a operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente, prevê prisão preventiva com base no artigo 312 do Código de Processo Penal. “O descumprimento de qualquer uma das medidas cautelares implicará na revogação e decretação da prisão”, escreveu Moraes.

As medidas incluem o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de uso das redes sociais e impedimento de contato com diplomatas, embaixadores e outros investigados, incluindo o próprio filho, Eduardo – a PF apontou que Bolsonaro agiu de forma coordenada com o deputado para influenciar autoridades estrangeiras e sabotar o julgamento do processo que apura tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes destacou que Bolsonaro e o filho atuaram para submeter o STF ao controle de outro país, com negociações que classificou como “espúrias e criminosas”.

Ele também acusou o ex-presidente de financiar as ações do filho nos Estados Unidos, onde ele tem buscado apoio político, especialmente junto a aliados de Donald Trump.

Na decisão, Moraes afirma que pai e filho comemoraram sanções impostas pelo presidente americano contra o Brasil, e que utilizaram as redes sociais para incentivar novos ataques ao sistema judicial brasileiro.

Leia o texto na íntegra:

Fonte: DCM

Apoio de Trump a Bolsonaro é “sequestro da economia de uma Nação”, diz Flávio Dino

Ministro do STF critica tentativa de interferência estrangeira no Judiciário brasileiro e vota por manter restrições ao ex-presidente

      Flávio Dino (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou como um “sequestro da economia de uma Nação” o apoio recente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi dada em seu voto no julgamento que analisou as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes contra Bolsonaro, no inquérito que apura coação e tentativa de desestabilização da Justiça brasileira. As informações são do g1.

Na avaliação de Dino, a ofensiva internacional liderada por Trump com o objetivo de pressionar o STF representa uma forma inédita de ataque ao sistema judicial brasileiro. “Esta coação assume uma forma inédita: o ‘sequestro’ da economia de uma Nação, ameaçando empresas e empregos, visando exigir que o Supremo Tribunal Federal pague o ‘resgate’, arquivando um processo judicial instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República, sob a regência exclusiva das leis brasileiras”, escreveu o ministro em seu voto.

“O Direito Constitucional Comparado registra intervenções armadas contra Tribunais, cassações de magistrados, court packing plan, dissolução política de Cortes. Mas esse 'sequestro' certamente merecerá muitos estudos acadêmicos, inclusive nas Universidades dos Estados Unidos, por seu caráter absolutamente esdrúxulo.”

A declaração ocorre no contexto de uma crescente pressão internacional sobre o Brasil, após Trump anunciar, em 9 de julho, uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O republicano justificou a medida afirmando que Bolsonaro está sendo vítima de uma “caça às bruxas” e atacou diretamente o STF. Desde então, Bolsonaro tem vinculado publicamente a suspensão das sanções econômicas à possibilidade de anistia no processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado.

Na última quinta-feira (17), Moraes determinou novas restrições ao ex-presidente, incluindo o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com autoridades estrangeiras e impedimento de uso de redes sociais. Jair Bolsonaro instalou o dispositivo na sexta-feira (18).

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

1ª Turma do STF forma maioria e mantém medidas cautelares impostas por Moraes a Bolsonaro

Decisão reconhece risco de fuga e valida uso de tornozeleira eletrônica

    Primeira Turma do STF - 06/05/2025 (Foto: Gustavo Moreno/STF)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira (18) para manter as medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro (PL), entre elas o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica.

A decisão confirma os termos da medida tomada inicialmente por Moraes. Segundo o voto do relator, a imposição das cautelares se justifica em razão do risco concreto de fuga de Bolsonaro, como apontado pela Polícia Federal.

A votação ocorre no plenário virtual da Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros. Até o momento, três já votaram a favor da manutenção das medidas, o que representa a maioria necessária. Os votos foram dados por Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin.

Com a decisão, ficam mantidas as determinações do ministro Alexandre de Moraes, que incluem:

 • uso de tornozeleira eletrônica;
 • recolhimento domiciliar entre 19h e 6h de segunda a sexta-feira e em tempo integral nos fins de semana e feriados
 • proibição de contato com embaixadores e autoridades estrangeiras
 • proibição de se aproximar de sedes de embaixadas e consulados.

Fonte: Brasil 247

Zanin convoca sessão para analisar decisão de Moraes que terminou uso de tornozeleira por Bolsonaro

Decisão de Alexandre de Moraes, que impõe tornozeleira e recolhimento domiciliar ao ex-presidente, será avaliada até segunda-feira

     Cristiano Zanin (Foto: Fellipe Sampaio /STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta sexta-feira (18) à sessão virtual que analisará as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A votação ocorre na Primeira Turma da Corte e foi convocada pelo ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado, com prazo para conclusão até a meia-noite da próxima segunda-feira (22). As informações são do jornal O Globo.

A decisão a ser analisada foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou uma série de restrições a Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno nos dias úteis (das 19h às 6h) e integralmente nos fins de semana e feriados, além da proibição de contato com autoridades estrangeiras e de se aproximar de sedes diplomáticas.

A medida foi solicitada pela Polícia Federal e teve parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com Moraes, Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teriam praticado “claros e expressos atos executórios” de crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação e atentado à soberania nacional.

Na decisão, o ministro afirma: “CLAROS e EXPRESSOS ATOS EXECUTÓRIOS e FLAGRANTES CONFISSÕES DA PRÁTICA DOS ATOS CRIMINOSOS, em especial dos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania e permanecem, sempre no sentido de induzirem, instigarem e auxiliarem governo estrangeiro a prática de atos hostis ao Brasil e à ostensiva tentativa submissão do funcionamento do Supremo Tribunal Federal aos Estados Unidos da América, com a finalidade de 'arquivamento/extinção' da AP 2668”.

A Polícia Federal sustenta que Jair e Eduardo Bolsonaro têm buscado apoio de autoridades do governo dos Estados Unidos para pressionar o Estado brasileiro. Segundo a PF, os dois “vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”, sob a alegação de perseguição no processo da Ação Penal 2668, que apura a tentativa de golpe de Estado.

A Primeira Turma do STF é composta, além de Zanin e Moraes, pelos ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. A decisão de Moraes só passará a ter validade plena após o referendo dos demais integrantes do colegiado.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Bolsonaro nega fuga, reconhece risco de prisão de Eduardo e diz que tornozeleira é "suprema humilhação"

Jair Bolsonaro afirmou que se Eduardo voltar ao Brasil, "vai ter problemas”: "são 12 anos de cadeia por atentar contra o Estado Democrático de Direito"

       Bolsonaro no STF - 09/06/2025 (Foto: Ton Molina/STF)

Ao deixar o departamento policial onde foi instalado o equipamento de monitoramento eletrônico, Jair Bolsonaro (PL) falou com jornalistas nesta sexta-feira (18) e voltou a negar qualquer intenção de deixar o país. O ex-presidente também afirmou que está sendo vítima de “perseguição” e classificou a imposição da tornozeleira como “suprema humilhação”.

“Meus advogados tomaram conhecimento do inquérito. É aquele que meu filho está respondendo por estar nos Estados Unidos. É um novo inquérito. Estou também dentro dele”, declarou. Ele se referia à investigação que envolve seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA articulando medidas contra o Brasil e autoridades brasileiras e pode, segundo o pai, ser alvo de medidas semelhantes: “se ele vier para cá, vai ter problemas”.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs uma série de restrições a Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de comunicação com outros investigados, além da vedação de acesso a redes sociais e de aproximação com embaixadas.

“É um golpe de festim”, diz Bolsonaro sobre acusações - O ex-presidente voltou a desqualificar o inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. “O inquérito do golpe é político. Nada de concreto existe ali. A própria PF não me botou no 8 de janeiro. O PGR foi além. Não tem prova de nada. Um golpe no domingo, sem Forças Armadas, sem armas. Um golpe de festim”, ironizou. E completou: “espero que o julgamento seja técnico, não político”.

Bolsonaro disse que nunca pretendeu deixar o Brasil: “a suspeita [de fuga] é um exagero. Poxa, sou um ex-presidente da República, tenho 70 anos de idade. Suprema humilhação. Já é a quarta busca e apreensão em cima de mim”. Ainda ironizou: “Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem”.

Sobre o material apreendido pela PF em sua casa nesta sexta, Bolsonaro minimizou: “[Sobre o pen drive] Não tenho a menor ideia. O dólar está com recibo do Banco do Brasil”.

Eduardo Bolsonaro e os Estados Unidos - Bolsonaro admitiu preocupação com o filho Eduardo e reconheceu que há risco de prisão caso ele retorne ao país: “se ele vier para cá, vai ter problemas”. Em sua defesa, afirmou: “meu filho está nos EUA para lutar por democracia e liberdade” e garantiu que ele não tem qualquer ligação com pressões econômicas: “ele não articulou pró-tarifaço”.

Questionado sobre a possibilidade de buscar apoio no exterior, Bolsonaro negou ter cogitado refúgio: “nunca pensei em sair do Brasil, em ir para embaixada, mas as cautelares são em função disso”.

Fonte: Brasil 247

Depois de ação da PF contra Bolsonaro, Flávio recua e pede que Trump suspenda o tarifaço

Medida articulada por Eduardo Bolsonaro fortaleceu o governo, enfraqueceu o bolsonarismo e culminou em tornozeleira eletrônica para Jair Bolsonaro

      Eduardo e Flávio Bolsonaro (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Horas depois de seu pai, Jair Bolsonaro, ser alvo de operação da Polícia Federal, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se manifestou publicamente nesta sexta-feira (18) em tom de crítica à política comercial dos Estados Unidos. Na postagem, o parlamentar fez um apelo direto ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump, pedindo a suspensão das tarifas impostas ao Brasil. De acordo com Flávio, seria mais apropriado que Trump revogasse a tarifa de 50% imposta às importações brasileiras e, em vez disso, direcionasse sanções contra pessoas específicas.

“O justo seria Donald Trump suspender a taxa de 50% sobre importações brasileiras e meter sanção individual em quem persegue cidadãos e empresas americanas, viola liberdades, usa o cargo público para violar direitos humanos e implodir a democracia de um país para satisfazer seu próprio ego”, escreveu Flávio em seu perfil no X, antigo Twitter, segundo o UOL.

A postagem foi feita poucas horas após Jair Bolsonaro ser alvo de mandados de busca e apreensão, além de ter medidas restritivas impostas, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de utilizar redes sociais. As determinações foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) , no contexto das investigações que envolvem o ex-presidente.

Durante a operação desta sexta-feira, a PF apreendeu US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na residência do ex-mandatário. A suspeita é de que a quantia em dólares pudesse ser utilizada em uma eventual tentativa de fuga. A PF também localizou um pen drive escondido no banheiro da casa de Bolsonaro e uma cópia da petição inicial da rede social Rumble contra Moraes.

Além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro está proibido de acessar redes sociais, deve cumprir recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 7h e está impedido de manter contato com outros investigados ou réus no STF, dentre eles seu próprio filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A Polícia Federal sustenta que Jair Bolsonaro teria financiado uma operação internacional contra a soberania nacional e a independência dos Poderes, segundo apurou o jornalista Valdo Cruz, do g1. Conforme a investigação, tal ofensiva teria surtido efeitos concretos com o tarifaço recentemente anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A articulação teria sido conduzida por Eduardo Bolsonaro, com repasses de recursos feitos diretamente por seu pai.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Moraes retira sigilo de decisão que determinou o uso de tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro

Ministro detalha envolvimento do ex-presidente e de Eduardo Bolsonaro em articulações com governo estrangeiro contra o Judiciário brasileiro

Paulo Gonet, Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro no STF - 10/06/2025 (Foto: Antonio Augusto/STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) retirou o sigilo da decisão do ministro Alexandre de Moraes que impôs uma série de medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar noturno A PF cumpriu mandado de busca e apreensão contra Bolsonaro nesta sexta-feira (18). As informações são do g1.

De acordo com a decisão, Bolsonaro está proibido de se aproximar de embaixadas e consulados, além de não poder manter contato com outros investigados, réus ou autoridades estrangeiras — nem mesmo por meio de terceiros. A medida foi adotada no contexto das investigações que apuram tentativas de interferência no funcionamento do Judiciário brasileiro.

"Manifestando-se [Eduardo e Jair] favoravelmente às 'sanções/taxações' e instigando o governo norte-americano a tomar novas medidas e atos hostis contra o Brasil, inclusive para 'submeter o funcionamento do STF ao crivo de outro Estado, com clara afronta à soberania nacional', como se verifica em várias manifestações nas redes sociais e na imprensa", diz o ministro.

Segundo Moraes, as investigações da Polícia Federal apontam que o ex-presidente atuou de forma consciente e deliberada, em conjunto com o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em ações que visavam submeter o STF a interesses de outro Estado.

No despacho, Moraes afirma que Bolsonaro está "alinhado" com Eduardo Bolsonaro na prática de atos ilícitos que podem configurar coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O ministro também menciona que a PF identificou aportes financeiros de Jair Bolsonaro ao filho como parte das ações investigadas. No mês passado, o ex-presidente admitiu ter enviado R$ 2 milhões a Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, com a justificativa de evitar que ele passasse por dificuldades financeiras.

Ainda segundo a decisão, o ponto mais grave das condutas atribuídas a pai e filho teria ocorrido após manifestações do ex-presidente norte-americano Donald Trump, consideradas hostis à soberania brasileira e à independência do STF.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1