Delegado licenciado e integrante da “bancada da bala” acumula processos disciplinares e punições desde o início da carreira
A demissão do delegado e atual deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) foi recomendada pela Delegacia Geral da Polícia Civil meses antes de sua posse na Câmara, em 1º de fevereiro de 2023. Integrante da chamada “bancada da bala”, o parlamentar tem histórico de processos disciplinares desde o estágio probatório, iniciado em 2012, e já havia sido alvo de recomendação para não ingressar na corporação, informa o Metrópoles, que obteve documento sigiloso sobre o caso.
Atualmente, Bilynskyj responde a três procedimentos administrativos e, desde outubro de 2022, está sem distintivo e sem arma funcional. Fontes jurídicas explicaram que o processo de demissão segue ativo, mas está suspenso “por questões políticas”, já que a decisão final depende de homologação do governador de São Paulo. A recomendação de demissão foi feita em junho de 2022, ainda na gestão de Rodrigo Garcia (então sem partido), que não concluiu o ato até o fim do mandato, sucedido por Tarcísio de Freitas (Republicanos).
◎ Apologia ao estupro e racismo - Entre os episódios que embasam o pedido de demissão está a publicação, no Instagram de Bilynskyj, de propaganda de uma escola de concursos onde ele dava aulas. O anúncio mostrava homens negros conduzindo uma mulher para um quarto, insinuando abuso sexual, acompanhado do texto: “E aí… a situação fica preta!”. O Ministério Público de São Paulo requisitou a abertura de inquérito para investigar o caso como apologia ao estupro e racismo.
A investigação resultou em processo contra o delegado licenciado e dois representantes da escola, que fecharam acordo de não persecução penal já cumprido. Durante a apuração, Bilynskyj tentou atribuir a publicação à namorada, a modelo Priscila Barros, de 27 anos, que morreu em 2020 após atirar seis vezes contra ele e, segundo a versão oficial, se suicidar. O delegado chegou a apresentar três versões distintas sobre a suposta responsabilidade da jovem. No documento que pede sua demissão, o relator, delegado Luís Storni, afirma: “Inexiste qualquer indício de que [isso] seja crível”.
◎ Histórico de punições - Desde que ingressou na Polícia Civil, Bilynskyj acumulou mais de 12 expedientes disciplinares, com penas de advertência e suspensão. Entre 2013 e 2014, ainda no estágio probatório, foi punido por atrasos na conclusão de procedimentos, elaboração indevida de termo circunstanciado e manobra brusca com viatura que resultou em colisão com um carro particular — caso que motivou a recomendação de não confirmação na carreira.
O deputado também foi investigado por falsidade ideológica em um episódio no qual ele e quatro policiais militares teriam distorcido fatos para responsabilizar o condutor de um veículo atingido por viatura policial, livrando Bilynskyj de arcar com o conserto. Os acusados foram absolvidos por falta de provas, e o recurso do Ministério Público foi negado.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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