segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Novo aciona STF para barrar pedido do PT que tenta impedir sanções dos EUA contra Moraes

Petição do PT quer anular efeitos da Lei Magnitsky no Brasil

                             Alexandre de Moraes (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

O presidente do partido Novo, Eduardo Ribeiro, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação para impedir que avance a iniciativa do PT que busca proibir instituições financeiras brasileiras de aplicarem sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.

Segundo o Metrópoles, a ação do Novo é uma reação ao pedido do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que teria apresentado a solicitação em nome de Moraes, segundo a legenda, sem amparo legal ou contratual. O partido sustenta que a medida representa uma tentativa de instrumentalizar o Judiciário para atender interesses políticos.

“A sigla partidária busca exatamente evitar que atores políticos passem a tentar instrumentalizar o Poder Judiciário para utilizar de subterfúgios processuais, sem qualquer respaldo legal, com a única e exclusiva finalidade de tentar prevalecer a sua vontade política”, argumentou o Novo na petição.

No entendimento do partido, a proposta do PT viola princípios constitucionais, como a livre iniciativa e a liberdade contratual, além de afrontar a regra segundo a qual terceiros não podem reivindicar direitos em nome de outros sem autorização legal. A legenda ressalta que as sanções previstas na Lei Magnitsky — legislação estadunidense impõe restrições a pessoas acusadas de violações de direitos humanos — são de natureza privada e independem do cargo exercido pelo alvo da medida.

Ainda de acordo com a reportagem, o Novo pede ainda que o relator do caso, ministro Cristiano Zanin, condene Lindbergh ao pagamento de R$ 100 mil por litigância de má-fé, afirmando que o parlamentar usa o STF para fins políticos. O processo também está sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), após despacho de Zanin.

Moraes foi incluído na lista de sanções do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que determinou o bloqueio de bens e contas sob jurisdição americana. A medida pode afetar bancos internacionais, operadoras de cartão e plataformas digitais com vínculos com o sistema financeiro dos EUA.

O PT quer que o STF proíba qualquer instituição financeira que atue no Brasil de cumprir ou replicar efeitos da legislação americana. “A preservação da autoridade do Supremo Tribunal Federal é pressuposto para a própria estabilidade do sistema democrático, sendo inaceitável que decisões de seus ministros possam ser submetidas a retaliações econômicas por interesses geopolíticos ou pressões externas”, afirmou Lindbergh na petição.

Apesar da ofensiva petista, Moraes já sinalizou que, por ora, não deseja que a Advocacia-Geral da União recorra contra a decisão de Trump. Na reabertura do Judiciário, em 1º de agosto, o ministro declarou que pretende “ignorar as sanções que foram aplicadas”.

A Lei Magnitsky, usada como base para a sanção, permite ao governo dos EUA punir estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos. No caso de Moraes, o governo norte-americano apontou como justificativa o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se tornou réu por tentativa de golpe de Estado após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Trump chegou a acusar a Justiça brasileira de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

Segundo a reportagem, ministros do STF avaliam que o pedido do PT não deve avançar no momento e deve permanecer sem decisão até que haja manifestação da PGR.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

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