A Polícia Federal já preparou uma cela especial temporária para o caso de prisão em regime fechado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que atualmente cumpre recolhimento domiciliar. O espaço está localizado no térreo da Superintestendência da PF no Distrito Federal, no Setor Policial de Brasília, e foi preparado com banheiro reservado, cama, mesa de trabalho, cadeira e televisão.
A “cela de Bolsonaro”, como vem sendo chamada por policiais no DF, segue os moldes da que abrigou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Superintendência da PF no Paraná, entre 2018 e 2019.
Ao CNN, integrantes da PF explicaram que a sala foi montada há mais de três meses e não tinha foco específico em Bolsonaro, podendo ser usada para qualquer autoridade presa. “Ela foi montada e reestruturada após a cúpula da PF e a Vara de Execuções Penais do DF consultarem a Superintendência para checar se haveria um lugar específico para custodiar o ex-presidente”, revelaram fontes.
O preparativo ocorre enquanto Bolsonaro enfrenta novas revelações que ampliam o risco de prisão preventiva.
Um relatório da PF enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) mostra que o ex-presidente descumpriu medidas cautelares ao enviar mais de 300 mensagens e vídeos pelo WhatsApp após ser proibido pela Corte de usar redes sociais em 21 de julho. Para os investigadores, a prática tinha como objetivo “burlar a ordem de proibição a retransmissão de conteúdos imposta pela Justiça”.
O material apreendido também revelou um rascunho de pedido de asilo político à Argentina, dirigido a Javier Milei, elemento que a PF considera como prova de “risco concreto de fuga”.

Áudios atribuídos ao pastor Silas Malafaia mostram que ele atuava como conselheiro político de Bolsonaro, com interlocução junto a aliados de Donald Trump. As conversas revelam tentativas de influenciar a atuação do STF e pressionar por uma “anistia” que interrompesse os processos.
A investigação também identificou movimentação financeira suspeita: um dia antes de depor sobre Eduardo Bolsonaro, o ex-presidente transferiu R$ 2 milhões para a conta da esposa, Michelle Bolsonaro, operação não informada à autoridade policial. Eduardo teria usado a conta da própria mulher para movimentar valores enviados pelo pai, prática interpretada como tentativa de ocultar patrimônio.
A PF indiciou Bolsonaro nesta quarta-feira (20) por coação no curso de processo e abolição do Estado Democrático de Direito. Os investigadores entendem que ele e seu filho, deputado Eduardo Bolsonaro, atuaram juntos para que os Estados Unidos sancionassem o Brasil e a Justiça brasileira para interromper o processo e julgamento de plano de golpe de Estado.
Fonte: DCM
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