quinta-feira, 21 de agosto de 2025

PF diz que Bolsonaro encaminhou vídeos mais de 300 vezes para burlar Justiça


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encaminhou mais de 300 vídeos e mensagens por WhatsApp para driblar a proibição do Supremo Tribunal Federal (STF) de usar redes sociais, conforme informações do UOL.

O relatório que indiciou o ex-capitão e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por tentativa de obstruir a investigação sobre a trama golpista apontou que ele buscou “burlar a ordem de proibição à retransmissão de conteúdos imposta pela Justiça”.

Segundo a PF, os envios ocorreram em diversas ocasiões e tinham como objetivo manter a difusão de mensagens mesmo após as restrições impostas.

De acordo com os investigadores, o modus operandi de Bolsonaro reproduzia a lógica das chamadas milícias digitais: “Difusão em alto volume, por multicanais, de forma rápida, contínua, utilizando pessoas com posição de autoridade perante o público-alvo, para dar uma falsa credibilidade às narrativas propagadas”.

Relatório da Polícia Federal mostra que Jair Bolsonaro encaminhava vídeos e mensagens para centenas de pessoas, mesmo proibido pela Justiça de usar as redes sociais
Relatório da PF mostra que Jair Bolsonaro encaminhava vídeos e mensagens para centenas de pessoas, mesmo proibido pela Justiça de usar as redes sociais. Foto: Reprodução


Desde 21 de julho, o ex-presidente está proibido de usar redes sociais, medida que foi reforçada em 4 de agosto, quando o ministro Alexandre de Moraes decretou sua prisão domiciliar. Para Moraes, houve “clara afronta” às determinações do STF.

“Durante a investigação, […] a Polícia Federal verificou a intensa atividade de Jair Messias Bolsonaro na produção e propagação de mensagens destinadas às redes sociais, em clara afronta à medida cautelar anteriormente imposta”, escreveu o ministro.

O relatório mostra ainda que Bolsonaro recebia orientações do pastor Silas Malafaia para disparar conteúdos. “Atenção! Dispara esse vídeo às 12h”, escreveu Malafaia em uma das mensagens. Em outra, disse: “Se possível, postar esse vídeo amanhã (segunda) às 9h, ou qualquer horário depois das 9h. Você é a voz”.

O religioso foi alvo da PF na última quarta-feira (20), acusado de ter “papel de liderança nas ações planejadas pelo grupo investigado”. Malafaia está proibido de sair do país, teve o passaporte apreendido e não pode manter contato com outros investigados.

Ao falar com a imprensa após busca e apreensão no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, o religioso reagiu: “A PF vai ter que me prender para me calar. Que país é esse que vaza conversas minhas particulares como se eu instruísse Eduardo. ‘Olha, faz assim ou faz assado’. Quem instruiu, eu? A posição de Eduardo é dele”.

Fonte: DCM com informações do UOL

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