Expectativa é de pelo menos 30 anos de prisão. Discussão no entorno de Bolsonaro já trata do local onde ele ficará preso
Jair Bolsonaro (PL) avalia como certa sua condenação no julgamento da trama golpista de 2022 no Supremo Tribunal Federal (STF), segundo informações da Folha de S. Paulo. O processo começa na próxima semana e pode se estender até 12 de setembro.
Bolsonaro tem demonstrado pessimismo e irritação diante da ação, que ele classifica como perseguição política. Apesar disso, aliados próximos acreditam que a Primeira Turma do STF não aplicará a pena máxima prevista pelos crimes que lhe são imputados e apostam em uma redução significativa da dosimetria, a etapa que define o tempo de detenção.
◈ Crimes imputados e possíveis penas
Bolsonaro responde por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado com violência e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas máximas ultrapassam 40 anos de prisão.
A defesa, liderada pelo advogado Paulo Cunha Bueno, pede imparcialidade da corte. “Se o julgamento for pavimentado pela variável estritamente jurídica — que é o que se espera —, não haveria por que recear uma condenação. O fundamental é que esse julgamento não se contamine pelo perigoso binômio de politização da Justiça/judicialização da política”, afirmou.
Nos bastidores, aliados acreditam que, mesmo diante de uma sentença condenatória, será possível garantir uma redução de pelo menos dez anos na pena. Outro ponto avaliado é a possibilidade de pedido de vista por algum ministro, o que adiaria a conclusão do julgamento por até 90 dias, embora essa hipótese seja considerada pouco provável.
◈ Recursos e expectativa de prisão
Caso condenado, Bolsonaro poderá recorrer por meio de embargos, questionando detalhes do processo. Esses recursos devem ser julgados entre outubro e novembro, período em que, segundo aliados, uma eventual prisão se tornaria mais concreta.
Por ora, a prisão preventiva só seria antecipada se o relator, ministro Alexandre de Moraes, entender que houve descumprimento das regras da prisão domiciliar. Bolsonaro só deixou sua residência uma única vez, em 16 de agosto, para exames médicos. Ele enfrenta problemas de saúde como crises de soluço, refluxo e hipertensão, fatores que podem influenciar uma decisão sobre mantê-lo em regime domiciliar mesmo após eventual condenação.
◈ Onde Bolsonaro poderia cumprir pena
Entre os cenários cogitados por aliados estão: uma instituição militar, a carceragem da Polícia Federal ou uma cela especial no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, opção considerada menos provável.
O clã Bolsonaro espera que o STF leve em consideração seu estado de saúde. Para pessoas próximas, essa seria a justificativa para manter a prisão domiciliar mesmo em caso de condenação.
◈ Clima de tensão na família Bolsonaro
A proximidade do julgamento intensificou o clima de tensão. Os filhos de Bolsonaro endureceram críticas contra aliados que cogitam alternativas eleitorais sem o pai. Além disso, Moraes determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal faça vigilância permanente do endereço de Bolsonaro, medida que aumentou a pressão sobre a família.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) também se manifestou sobre o momento. “A cada dia que passa, o desafio tem sido enorme. Resistir à perseguição, lidar com as incertezas e suportar as humilhações”, escreveu nas redes sociais.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário