Pastor bolsonarista afirma ter encaminhado quatro gravações dubladas em inglês para denunciar ações do ministro do STF
O pastor bolsonarista Silas Malafaia declarou que gravou e enviou às autoridades dos Estados Unidos quatro vídeos dublados em inglês, nos quais acusa o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de promover perseguição religiosa. Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Malafaia também comparou a atuação da Polícia Federal (PF) a uma “gestapo”, em referência à polícia política do regime nazista.
O pastor-empresário foi alvo de uma operação da PF na semana passada, determinada por Moraes, que incluiu a apreensão de seu celular, a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico, além do cancelamento de seus passaportes e a proibição de contato com Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
No despacho que autorizou a operação, Moraes afirmou que existem “fortes indícios de participação” de Malafaia em tentativas de atrapalhar investigações envolvendo Jair Bolsonaro e seus aliados. Segundo o ministro, o pastor teria articulado estratégias com representantes do governo dos EUA para pressionar a cúpula do Judiciário brasileiro.
Em sua defesa, Malafaia afirma que o bloqueio de seus passaportes e a apreensão de cadernos com anotações teológicas representam ataques diretos à sua fé e ao livre exercício de sua atividade religiosa. “Passei a ser vítima de uma farsa, de pura perseguição. Quando apreendem material teológico, estão mexendo na minha ferramenta de trabalho religioso. Quando apreendem meu passaporte, impedem minha missão pastoral, inclusive um casamento que celebrarei em Boston, no fim de setembro”, declarou.
O pastor disse, ainda, que os vídeos enviados às autoridades estadunidenses têm o objetivo de “mostrar a perseguição que líderes religiosos estão sofrendo no Brasil”. Ele também acusou Moraes de permitir a divulgação de conversas privadas mantidas com Jair e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “O vazamento é crime e vou exigir medidas contra os responsáveis”, afirmou.
De acordo com a Polícia Federal, Malafaia teria atuado como orientador e auxiliar da família Bolsonaro em estratégias para pressionar o Congresso e o Supremo a concederem anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A PF aponta que a finalidade dessas ações seria interferir diretamente no julgamento da ação penal em que Jair Bolsonaro é acusado de liderar uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado no Brasil.
Ainda de acordo com a reportagem, as gravações feitas por Malafaia devem ser publicadas em suas redes sociais nesta segunda-feira (25).
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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