Ministério da Defesa celebra alta adesão ao alistamento militar feminino e anuncia investimentos em estrutura para receber as novas recrutas
O Ministério da Defesa comemorou o número recorde de 33.721 mulheres alistadas para o Serviço Militar Inicial Feminino, em sua primeira edição no Brasil. Segundo reportagem publicada nesta quarta-feira (2) pelo jornal O Globo, esse total representa uma procura 23 vezes superior à oferta atual de vagas — apenas 1.465 posições foram abertas nas três Forças Armadas para o ciclo de 2025.
A iniciativa, que marca uma nova etapa na integração feminina às Forças Armadas, foi classificada como “expressiva e satisfatória” pelo Contra-Almirante André Gustavo, subchefe de Mobilização da pasta. Ele informou que, desde agosto de 2024, as unidades militares vêm passando por adaptações estruturais e treinamento de pessoal para a chegada das conscritas. “A partir de agora, entramos na fase de Seleção Geral das alistadas. As Forças Singulares — Marinha, Exército e Aeronáutica — conhecerão suas conscritas a partir da fase seguinte à Seleção Geral, que é a designação”, explicou o oficial.
☆ Vagas e distribuição geográfica - Das vagas abertas, a maior parte é destinada ao Exército (1.010), seguida pela Aeronáutica (300) e Marinha (155). As oportunidades estão distribuídas em Brasília e outros 28 municípios de 13 estados. No ranking por estado, o Rio de Janeiro concentra a maior quantidade de inscrições, com 8.102 candidatas. Em seguida, aparecem São Paulo (3.152), Distrito Federal (2.368), Amazonas (2.334) e Pará (2.164).
Já entre os homens, o número de inscritos ultrapassou a marca de 1 milhão. Só no estado de São Paulo, foram 271.589 alistamentos masculinos.
☆ Etapas do processo seletivo e incorporação - Após o cadastro inicial, as candidatas passarão por mais quatro fases: seleção geral, seleção complementar, designação/distribuição e incorporação. As aprovadas começarão a servir como soldados ou, no caso da Marinha, como marinheiras-recrutas, em uma das duas datas previstas: de 2 a 6 de março ou de 3 a 7 de agosto de 2026. Até esses períodos, ainda é possível que as selecionadas manifestem desistência.
☆ Avanço histórico e investimentos - Até 2024, mulheres só podiam ingressar nas Forças Armadas brasileiras por meio de concursos para cargos de suboficiais e oficiais. Atualmente, elas representam apenas 10% do efetivo total — cerca de 37 mil militares. A abertura do alistamento voluntário marca um avanço significativo rumo à igualdade de gênero na carreira militar.
O Ministério da Defesa anunciou ainda um investimento de R$ 2 milhões para o próximo ano, voltado à adequação de quartéis que receberão as futuras recrutas. A verba será usada para aprimorar estruturas físicas como dormitórios e banheiros, além de instalar câmeras de vigilância e equipamentos de reconhecimento facial, com o objetivo de prevenir casos de assédio e garantir um ambiente seguro para as mulheres.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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