sexta-feira, 4 de julho de 2025

Juros a 15% é o único "número negativo" da economia brasileira, diz Lula

"Herdamos uma pessoa com uma febre muito alta, e para curar leva tempo", afirmou o presidente

         Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Durante cerimônia na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou os avanços recentes da economia brasileira e criticou duramente o atual patamar da taxa básica de juros. Em tom de otimismo, Lula afirmou que o país vive um período de solidez econômica, mas apontou a Selic, hoje em 15%, como o único "número negativo" do cenário atual.

"O Brasil está vivendo um momento singular. Do ponto de vista econômico, o Brasil está vivendo um momento, senão extraordinário, de muita certeza e garantia. Não tem um número negativo nesse país, a não ser a taxa de juros, a Selic, que não depende de nós, porque o Banco Central tem autonomia", declarou o presidente.

Crítica ao Banco Central e otimismo com os indicadores - Lula comparou a herança recebida no início de seu terceiro mandato a um paciente em estado febril: "Herdamos uma pessoa com uma febre muito alta, e para curar essa febre leva um tempo". Mesmo assim, reforçou sua convicção de que os juros também seguirão a tendência de recuperação: "Pode ficar certo de que o juro também vai entrar".

O presidente citou a redução da cotação do dólar, que caiu de R$ 6 para R$ 5,40, e o controle da inflação, atualmente em torno de 5%. Também mencionou o crescimento do crédito para empreendedores de diferentes portes e o aumento da renda: "Estamos vivendo o melhor momento de aumento da renda salarial, de aumento do salário mínimo".

Inclusão produtiva e recuperação social - Segundo Lula, os microempreendedores individuais (MEIs), assim como pequenos e médios empresários, nunca tiveram acesso a tanto financiamento quanto nos últimos dois anos. Ele também destacou a retomada de programas habitacionais: "Voltamos a reconstruir o Minha Casa, Minha Vida, durante quatro anos, porque prometeram uma desgraça de Casa Verde e Amarela que nunca saiu, nem verde e nem amarela", ironizou.

Além da redução do desemprego, que atingiu os menores índices da história, o presidente celebrou o novo papel do Brasil no cenário internacional: "Estamos vivendo um momento de muita respeitabilidade no mundo. Isso é muito importante para o Brasil".

Agro e agricultura familiar como eixos complementares - Outro ponto abordado foi o volume de recursos disponibilizados ao setor agrícola. Segundo Lula, os três Planos Safra de sua gestão somam R$ 1,7 trilhão, valor que inclui tanto o agronegócio quanto a agricultura familiar: "É o dobro do que foi feito em todos os quatro anos do governo passado".

Ele frisou que os recursos não são motivados por afinidade política, mas por relevância econômica: "Não fazemos isso na perspectiva de que o agronegócio goste do Lula. Faço porque o agronegócio é importante para a economia brasileira, para as exportações, para que a gente tenha segurança alimentar viva, definitiva e muito forte".

Ambiente de crescimento reforçado por novos investimentos - As declarações ocorreram no mesmo evento em que foram anunciados mais de R$ 33 bilhões em investimentos da Petrobras no setor de refino e petroquímica no estado do Rio de Janeiro. A cerimônia celebrou o início de projetos com potencial de gerar mais de 100 mil empregos diretos e indiretos.

Entre os destaques, está o Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, que, em integração com a Reduc, ampliará a produção de diesel S-10, querosene de aviação, lubrificantes e combustíveis renováveis como HVO e SAF.

Os investimentos fazem parte do Novo PAC e do Plano Estratégico 2025–2029 da Petrobras, que prevê aportes de US$ 111 bilhões em todo o país, com impacto estimado de 315 mil postos de trabalho.

Fonte: Brasil 247

Nenhum comentário:

Postar um comentário