Investigação começou com ação contra assessores por suspeita de contratos fictícios com locadora de veículos
Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados | Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
A operação deflagrada nesta sexta-feira (19) pela Polícia Federal contra o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado federal Carlos Jordy teve origem em uma investigação iniciada cerca de um ano antes, quando agentes federais cumpriram mandados de busca e apreensão contra assessores parlamentares. O aprofundamento das apurações levou à identificação de um suposto esquema de desvio de recursos públicos vinculados à cota parlamentar, explica o jornal O Globo.
O foco dos investigadores é a suspeita de uso irregular da cota parlamentar por meio de contratos considerados falsos com empresas de locação de veículos, mecanismo que teria sido utilizado para justificar despesas e viabilizar pagamentos indevidos.
Na etapa inicial da investigação, realizada no ano passado, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Tocantins e no Distrito Federal. De acordo com a Polícia Federal, há indícios de que agentes públicos e empresários tenham estabelecido um “acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares”, o que motivou a apuração por crimes como peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
À época, o O Globo apontou que os gastos declarados por Sóstenes Cavalcante com aluguel de veículos chamaram a atenção dos investigadores. Os valores registrados pelo parlamentar superaram R$ 137,9 mil ao longo do ano, quase o dobro da média verificada entre outros deputados federais, que ficou em torno de R$ 76,8 mil, segundo dados do Portal da Transparência da Câmara dos Deputados.
Sóstenes Cavalcante, que já presidiu a Frente Parlamentar Evangélica e atualmente ocupa a liderança do PL — maior bancada da Câmara —, reagiu às investigações afirmando não temer a apuração e levantando a hipótese de motivação política. “Não ter nada a esconder” e a possibilidade de “perseguição” foram mencionadas pelo deputado ao comentar o caso. Em declaração, afirmou: “Tenho nada a esconder, podem revirar o que quiserem, não quero acreditar que seja mais um capítulo de perseguição contra parlamentares de direita”.
Carlos Jordy, também alvo da operação, é deputado federal pelo Rio de Janeiro e disputou a Prefeitura de Niterói nas eleições municipais do ano passado. A Polícia Federal segue analisando documentos e materiais apreendidos para esclarecer o alcance do suposto esquema e a participação de cada investigado.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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