quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

"Moro e toda a 'República de Curitiba' vão terminar na cadeia", diz Tony Garcia ao 247

Delator diz que o ex-juiz parcial montou "uma indústria de arapongagem" para acumular poder e fazer chantagens

Tony Garcia e Sérgio Moro (Foto: Reprodução/TV 247 | Agência Brasil)

O ex-deputado estadual Tony Garcia afirmou nesta quarta-feira (17) que o ex-juiz parcial Sergio Moro (União-PR) e integrantes da chamada "República de Curitiba" “vão terminar na cadeia”. A declaração foi feita em entrevista à TV 247, na esteira das revelações sobre documentos e mídias apreendidos pela Polícia Federal na 13ª Vara Federal de Curitiba, que apontam a realização de escutas ilegais contra autoridades com foro privilegiado.

Na conversa com a TV 247, Tony Garcia sustentou que suas denúncias, feitas publicamente há cerca de três anos, sempre estiveram amparadas em provas documentais. Segundo ele, a recente apreensão de material na 13ª Vara Federal de Curitiba confirma que não se tratava de acusações sem fundamento. “Não só ele [Sergio Moro]. Vai ele e a República de Curitiba inteira [para a prisão]. Pode ter certeza. Quando eu falei a primeira vez para o 247, eu disse que o que eu estava denunciando era coisa que tinha tudo nos autos, que eu não estava chutando nada, que eu ia provar”, afirmou.

“Ele [Sergio Moro] falou que eu era criminoso, que era mentiroso, que não tinha gravado autoridade nenhuma com prerrogativa de foro, que ele não tinha autorizado… Ele falou tudo isso. Agora, depois da apreensão na Vara, que vieram os documentos, isso é só o ‘fiozinho’ do novelo. Agora vem o resto que ele fez”, declarou.

☉ Acusações de escutas ilegais e projeto de poder

Segundo Tony Garcia, as práticas denunciadas remontam a 2005 e envolveriam, além de Moro, procuradores da força-tarefa da Lava Jato. “Desde 2005 ele montou uma indústria de arapongagem. Ele junto com Januário Paludo, Carlos Fernando e o Deltan [Dallagnol]. Eles fizeram isso pensando em um projeto de poder”, afirmou.

O delator também enfatizou que as gravações foram realizadas sem respaldo legal, atingindo autoridades que só poderiam ser investigadas com autorização de tribunais superiores. “O problema não é só ele gravar autoridades para ter poder. Não. Isto é crime. Ele não tem esta prerrogativa. Ele era um juiz de primeira instância. Ele estava mandando eu grampear, dentro do meu escritório, com a Polícia Federal autorizada por ele, pessoas que tinham prerrogativa de foro. Isso é crime”, disse.

Na entrevista, Garcia afirmou que entre os alvos das gravações estão autoridades de diferentes instâncias. “Ele gravou o presidente do Tribunal de Contas [do Estado do Paraná], gravou deputados, desembargadores, ministros do STJ. Mandava grampear o ministro [do STF] Gilmar Mendes e a esposa dele e outros ministros… Isso vai vir à tona”, declarou.

☉ Pedido para derrubada do sigilo no STF

Tony Garcia também defendeu que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, derrube o sigilo do procedimento que apura as denúncias. “Agora o que a gente tem que pedir, e eu vou pedir para o ministro [Dias Toffoli, do STF] para que ele baixe o sigilo, porque do meu processo já não tem diligência nenhuma para fazer. Está tudo nos autos”, afirmou.

Ele disse ainda que os documentos reunidos apontam crimes continuados envolvendo membros da Lava Jato. “Ali tem crimes continuados dele, do Deltan, do Januário Paludo, Carlos Fernando, de toda essa quadrilha da Lava Jato. Tem crimes aos montes, contra o José Dirceu, contra o presidente Lula, contra a presidente Dilma, vários deputados, gente do PT e outras coisas. Esse cara [Moro] ficou quase 20 anos usando desse poder”, afirmou.

☉ Material guardado e acusações de chantagem

Na entrevista, Garcia afirmou que as gravações não se limitam a escutas, mas incluiriam imagens e registros de possíveis crimes envolvendo magistrados. “Se só fosse grampear, ok. Não, ele pegou um monte de crime de desembargadores. Já tem de posse da Polícia Federal, além da festa da cueca, das imagens, tem ali imagens de reuniões dentro do escritório do Bertholdo, tem conversas de entrega de dinheiro para desembargadores”, declarou.

Segundo ele, esse material não teria sido encaminhado às instâncias competentes. “E o que ele fez? Ele denunciou algum? Nunca! Ele mandou para cima, para o STJ? Não! Ele guardou isso com ele. Ele não queria pegar ninguém. Ele queria ter poder para poder chantagear”, afirmou.

Ao final, Tony Garcia fez acusações diretas contra Moro e ex-integrantes da força-tarefa. “Ele é bandido, ladrão, criminoso, corrupto. Ele, Deltan Dallagnol, Carlos Fernando, Januário Paludo são bandidos”, declarou.

Fonte: Brasil 247

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