segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Malu Gaspar recua e muda versão sobre reunião entre Moraes e Galípolo


            Malu Gaspar e Alexandre de Moraes. Foto: reprodução

A jornalista Malu Gaspar recuou da narrativa que havia atribuído ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma suposta pressão sobre o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, no caso envolvendo o Banco Master. Em novo artigo publicado nesta segunda-feira (29) no jornal O Globo, a colunista admite que não houve a pressão inicialmente descrita e reformula pontos centrais da apuração que havia desencadeado um ataque coordenado da mídia liberal ao magistrado.

No texto publicado em 22 de dezembro, Malu Gaspar afirmou que “Moraes procurou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, pelo menos quatro vezes para fazer pressão em favor do Banco Master”.

A afirmação, que teve o banqueiro André Esteves como fonte, foi negada tanto por Moraes quanto por Galípolo, que sustentaram que os encontros trataram exclusivamente das sanções impostas ao ministro e à sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, com base na Lei Magnitsky.

No novo artigo, intitulado “A acareação de Toffoli ajuda plano da defesa do Master para desmontar investigação de fraude”, a jornalista altera o enquadramento dos fatos. Segundo ela, durante o período em que o Banco Central analisava a liquidação do Master, em julho de 2025, “ocorreu uma reunião em que o ministro do STF Alexandre de Moraes pediu a Galipolo pelo Master”.

Em seguida, porém, admite que, ao ser informado sobre as fraudes identificadas pelo Banco Central, Moraes recuou. “Ao ser informado por Galípolo de que o BC havia descoberto as fraudes, Moraes recuou e disse que tudo precisava ser investigado”, escreveu.

Lavajatista, Malu Gaspar aparece sorridente ao entrevistar Sérgio Moro. Foto: reprodução
Malu Gaspar também retoma o contrato firmado entre o escritório de Viviane Barci de Moraes e o banco de Daniel Vorcaro, no valor de R$ 130 milhões. O acordo, apresentado anteriormente como revelação, já havia sido noticiado meses antes pela Folha de S.Paulo, em reportagem que tratava da disputa entre grandes grupos financeiros pela compra do Master. No novo texto, a jornalista reconhece que a liquidação do banco foi respaldada tecnicamente.

A colunista passa então a direcionar suas críticas ao ministro Dias Toffoli, sugerindo que a acareação marcada para esta terça-feira (30), entre Vorcaro, representantes do Banco Central e o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), faria parte de uma estratégia da defesa do banqueiro para “minar a credibilidade do Banco Central e desmontar o trabalho que levou à liquidação do Master”. Ainda assim, admite que a tese de reversão da liquidação não encontra sustentação técnica.

Ao final do artigo, Malu Gaspar reconhece que a decisão foi colegiada e unânime. “A liquidação foi decidida com a aprovação unânime da diretoria colegiada do BC, incluindo o voto sim do presidente, Gabriel Galipolo. A responsabilidade, portanto, é de toda a cúpula da autarquia”, escreveu, desmontando o eixo central da narrativa anterior que havia atribuído responsabilidade direta a Alexandre de Moraes.

Fonte: DCM

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