domingo, 21 de dezembro de 2025

Após perder mandato, Eduardo Bolsonaro avalia pedir passaporte de apátrida

Ex-parlamentar afirma que pode perder passaporte diplomático após cassação do mandato pela Câmara dos Deputados

       Eduardo Bolsonaro - 14/08/2025 (Foto: REUTERS/Jessica Koscielniak)

O ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que corre o risco de ficar sem passaporte brasileiro após a perda do mandato na Câmara dos Deputados. Falando diretamente dos Estados Unidos, ele declarou que, ao deixar oficialmente o cargo, poderá ser impedido de emitir um passaporte comum, o que o obrigaria a devolver o documento diplomático que utiliza atualmente. Segundo Eduardo Bolsonaro, haveria uma orientação direcionada às embaixadas e consulados brasileiros para restringir a emissão do documento.

“Fiquei sabendo que há uma ordem a todas as embaixadas e consulados brasileiros para que eu não possa ter o passaporte comum. Assim sendo, dentro de 30 ou 60 dias, assim que eu perder meu mandato e for notificado, tenho que devolver o meu passaporte diplomático”, afirmou o ex-parlamentar em entrevista ao SBT News, sem informar a origem dessa informação.

◉ Críticas a Alexandre de Moraes

Na entrevista, Eduardo Bolsonaro atribuiu a possível restrição a uma ação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “Vou ficar sem passaporte brasileiro em mais uma tentativa de Alexandre Moraes de minar o meu trabalho. Mas eu já adianto que estou ‘vacinado’, conheço as estratégias dele”, declarou.

◉ Possibilidade de passaporte de apátrida

Mesmo diante da possibilidade de perder o documento brasileiro, o ex-parlamentar afirmou que não pretende interromper suas atividades no exterior. “Em princípio, estou sob risco de perder o passaporte brasileiro. Isso não me impediria de fazer outras saídas internacionais porque tenho outros meios para fazê-lo. Ou quem sabe até correr atrás de um passaporte de apátrida. Vamos ver como é que isso acontece”, disse. O passaporte de apátrida é um documento de viagem concedido a pessoas que não são reconhecidas como nacionais por nenhum país.

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o início do ano. Ele se mudou para promover uma intensa campanha junto a integrantes do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visando interferir no resultado do julgamento de Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três de prisão por tramar um golpe de Estado.

◉ Atuação internacional após saída da Câmara

Eduardo Bolsonaro também afirmou que sua projeção internacional não estaria vinculada ao cargo parlamentar. “As pessoas não me recebem porque tenho diploma de deputado federal na parede. Elas me recebem porque há muitos anos eu gasto dinheiro do meu próprio bolso rodando o mundo”, declarou. Segundo ele, os contatos seguem ativos, especialmente em ambientes conservadores, com entrevistas concedidas em inglês e espanhol.

◉ Decisão da Mesa Diretora da Câmara

Na quinta-feira (18), a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declarou a perda do mandato de Eduardo Bolsonaro por ausência não justificada em sessões deliberativas. Ele acumulou 53 ausências não justificadas em um total de 106 sessões deliberativas realizadas até o dia 8 dezembro. Na mesma decisão, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) também teve o mandato cassado no âmbito da ação penal sobre a trama golpista.

Eduardo Bolsonaro deixou o Brasil em julho e vive nos Estados Unidos desde março, quando pediu licença de 120 dias alegando perseguição política. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), afirmou que o mandato parlamentar não pode ser exercido fora do território nacional. “Com o cumprimento das faltas, estamos publicando hoje, por meio da Mesa da Câmara, o prazo para que ele possa, em cinco sessões, apresentar a sua defesa”, afirmou.

Fonte: Brasil 247

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