sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Base do governo Lula se prepara para votar e derrotar anistia na Câmara

Planalto já se articula para o caso de Hugo Motta não resistir à pressão bolsonarista

     Hugo Motta e Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI)

A possibilidade de votação de um projeto de anistia para condenados pelo 8 de janeiro de 2023 ganhou força nos bastidores de Brasília, apesar da resistência do governo Lula (PT). Segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo, aliados de Jair Bolsonaro (PL) pressionam a Câmara a pautar a proposta ainda na próxima semana, em regime de urgência.

O governo do presidente Lula reafirma que é contrário à medida. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), declarou que o Executivo “não só é contra qualquer tipo de anistia como está trabalhando para que ela não vire realidade”. No entanto, integrantes do Palácio do Planalto admitem em reservado que, caso o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ceda à pressão do Centrão e da oposição, o tema pode chegar ao plenário. Por isso, o governo já prepara estratégia para derrotar a proposta em votação.

☆ Pressões no Congresso

Líderes do bolsonarismo e do Centrão planejam usar o julgamento recente no Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão, como catalisador para tentar emplacar a anistia. Apesar da movimentação, a própria direita se divide sobre o formato da medida: enquanto uma ala defende anistia ampla, outra prefere apenas reduzir as penas impostas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

Hugo Motta, porém, resiste à ideia de colocar o projeto em pauta imediatamente. Ele teme atritos com o Supremo e evita assumir uma posição que o obrigue a desagradar parte expressiva do tabuleiro político. Mesmo assim, parlamentares da oposição asseguram que o presidente da Câmara prometeu colocar o tema em votação já na semana que vem.

☆ Disputa de votos

Nos cálculos da oposição, já haveria 280 votos favoráveis à anistia, número superior aos 257 necessários para aprovação. Se esse cenário se confirmar, caberá ao governo tentar reverter pelo menos 24 votos para impedir o avanço da proposta. A base governista trabalha com articulação intensa para evitar a derrota, confiando que Motta não levará o projeto adiante de imediato.

No entanto, se a proposta chegar ao plenário, a votação deve ocorrer entre terça (16) e quarta-feira (17), tornando-se um dos embates mais relevantes do ano entre governo e oposição na Câmara dos Deputados.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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