Em uma rara defesa pública ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o jornalista Merval Pereira, conhecido por suas posições alinhadas à direita, criticou duramente as ações do governo estadunidense de Donald Trump contra o Brasil durante participação no programa “Estúdio I” da GloboNews nesta quinta-feira (14).
“A coisa é tão paradoxal. Quando tinha um governo democrático como o do (Jimmy) Carter, que era um sujeito humanista, atacava o governo brasileiro, mas estava atacando uma ditadura. Hoje você tem um governo americano que é o menos democrático dos últimos anos defendendo um governo que era a favor do golpe militar, contra um governo eleito democraticamente”, afirmou Merval.
O comentarista destacou a contradição histórica: “Pode-se não gostar dele e ser de direita, mas não tem o direito de dizer que o Lula está no governo por conta de uma trapaça. Então é uma coisa completamente louca o que está acontecendo”.
Ataques de Trump
As declarações de Merval ocorrem em meio a uma escalada de ataques de Trump ao Brasil. Na última quarta-feira (13), o secretário de Estado Marco Rubio anunciou a revogação de vistos de autoridades brasileiras ligadas ao programa Mais Médicos, classificando a iniciativa como parte de um “esquema de exportação de trabalho forçado” pelo regime cubano.
Entre os alvos estão Mozart Júlio Tabosa Sales, atual secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-coordenador do programa. Esta é a primeira vez que autoridades do governo Lula são diretamente atingidas pelas sanções estadunidenses, que anteriormente focavam em membros do Judiciário.
O presidente brasileiro reagiu às críticas de Trump sobre o processo contra Jair Bolsonaro (PL), que o estadunidense definiu como “caça às bruxas”: “Se ele conhecesse a verdadeira história, estaria dando parabéns à Suprema Corte brasileira por estar julgando alguém que tratou de bagunçar a democracia brasileira”.
Lula ainda contrastou sua postura democrática com a de Bolsonaro: “Quem está falando isso para vocês é quem mais perdeu eleições para presidente. Eu acabava de perder e voltava para casa. Não ficava xingando ninguém. Não ficava duvidando das urnas”.
Fonte: DCM
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