quinta-feira, 21 de agosto de 2025

STF intima defesa de Bolsonaro a explicar suspeitas de fuga e pressão contra ministros da Corte

Decisão ocorre após relatório da PF apontar violações de medidas cautelares e articulações internacionais de aliados, prazo de 48 termina na sexta-feira

    Jair Bolsonaro e Celso Vilardi (Foto: Ton Molina/STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresente explicações à Polícia Federal no prazo de 48 horas. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (21) pelo ministro Alexandre de Moraes, após relatório da PF apontar indícios de descumprimento de medidas cautelares e de possíveis articulações para constranger ministros da Corte.

Segundo o jornal O Globo, a intimação foi formalizada às 20h34, por meio de mensagem enviada ao advogado Celso Vilardi, representante de Bolsonaro. O prazo para cumprimento da determinação expira nesta sexta-feira (23). Moraes destacou em seu despacho a necessidade de o ex-mandatário esclarecer violações às restrições impostas, a repetição de condutas ilícitas e a possibilidade concreta de fuga para o exterior.

O relatório da Polícia Federal também envolve o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-mandatário, além do pastor Silas Malafaia e do influenciador bolsonarista Paulo Figueiredo. Segundo os investigadores, eles teriam atuado em estratégias de pressão contra ministros do STF, propagação de desinformação e articulações com lideranças internacionais.

Ainda de acordo com a PF, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo buscaram apoio junto a autoridades dos Estados Unidos para que fossem impostas sanções contra membros do Judiciário brasileiro, alegando perseguição política. Malafaia, por sua vez, teria orientado ações de pressão contra integrantes do Supremo e ajudado a difundir narrativas falsas.

A análise do celular do ex-mandatário revelou publicações e compartilhamentos que violam a proibição de uso das redes sociais. Entre os conteúdos, constam vídeos relacionados a sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, além da promoção de eventos políticos.

O relatório também cita conversas entre Bolsonaro e o advogado estadunidense Martin de Luca, ligado ao Trump Media & Technology Group e à plataforma Rumble. De Luca ajuizou ações contra Moraes nos Estados Unidos, alegando censura. Esse contato é apontado como parte das estratégias internacionais para pressionar o STF.

Um dos elementos que mais chamaram a atenção dos investigadores foi a apreensão de um documento de 33 páginas, elaborado como um pedido formal de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei. Para a PF, esse achado reforça o risco concreto de fuga do ex-mandatário, caso as medidas cautelares não sejam rigidamente acompanhadas. A defesa de Bolsonaro ainda não se manifestou publicamente sobre a intimação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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