Alívio no supermercado puxa avaliação positiva do governo no Nordeste e entre famílias de baixa renda, aponta Genial/Quaest
A aprovação ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu para 46% em agosto, enquanto a desaprovação recuou para 51%, o melhor resultado do ano. A distância entre avaliações negativas e positivas encolheu de 10 pontos, em julho, para 5 pontos agora. Os dados são da pesquisa Genial/Quaest, que identifica avanço especialmente no Nordeste e entre famílias de menor renda.
Segundo análise de Felipe Nunes, diretor da Quaest, o fator determinante é a percepção de queda dos preços dos alimentos — um efeito que se disseminou ao longo de 2025 e agora aparece com mais força nos índices de popularidade. Como sintetizou Nunes: “É o supermercado, estúpido!”.
O levantamento mostra melhora consistente nos recortes regionais e socioeconômicos. No Nordeste, a aprovação chega a 60%, contra 37% de desaprovação. Entre quem ganha até dois salários mínimos, a aprovação é de 55%, superando a desaprovação. No agregado nacional, a série histórica indica o encurtamento da distância entre aprovação e desaprovação, hoje em 46% a 51%.
A leitura do bolso ajuda a explicar o movimento. A parcela de brasileiros que percebeu alta no preço dos alimentos caiu para 60% em agosto — nível bem inferior ao pico observado no primeiro semestre. Já os que notaram queda nos preços subiram para 18%. Paralelamente, pela primeira vez desde outubro de 2023, diminuiu o contingente que afirma ter hoje menor poder de compra do que um ano atrás: caiu para 70%, enquanto 16% dizem comprar mais e 12% relatam estabilidade. Para Nunes, sem os ruídos recentes — como as crises do PIX e do INSS — esse alívio no supermercado passou a se refletir de forma mais nítida na avaliação do governo.
A melhora de humor econômico também aparece nas expectativas: a fatia que acredita que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses voltou a 40%, superando a dos que preveem piora (35%), segundo a série de expectativas. Em paralelo, a percepção de que o Brasil está na direção errada recuou para 57%, com 36% dizendo que o país está no rumo certo.
Em suma, o retrato de agosto aponta que a descompressão dos preços de alimentos e a sensação de alívio no custo de vida foram decisivas para reduzir a distância entre avaliações negativas e positivas do governo. O efeito é mais visível nos segmentos mais sensíveis à inflação da cesta básica — notadamente, no Nordeste e entre as famílias de baixa renda — e ajuda a explicar por que o governo Lula registra seu melhor desempenho em 2025 na série da Genial/Quaest.
Fonte: Brasil 247
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