quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Hugo Motta manda recado para Eduardo Bolsonaro: "não funciono sob ameaça"

Presidente da Câmara afirma que não se deixa intimidar e reforça que Conselho de Ética analisará pedidos de cassação contra o deputado

                        Hugo Motta (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), rebateu nesta quarta-feira (21) as declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em entrevista ao blog da jornalista Andréia Sadi, do g1, Motta disse que não se intimida com pressões externas. “Eu não levo muito em consideração essas ameaças, porque – primeiro – não funciono sob ameaça. Então, para mim, isso não altera nem o meu humor, nem a minha maneira de agir”, afirmou.

Segundo o G1, Eduardo Bolsonaro direcionou ameaças à Motta e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sugerindo que ambos poderiam ser alvo de sanções do governo dos Estados Unidos caso não avançassem projetos de anistia e pedidos de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Na última sexta-feira (15), Motta enviou ao Conselho de Ética da Câmara quatro representações contra Eduardo Bolsonaro, que estavam paradas na Mesa Diretora havia semanas. As denúncias – três apresentadas pelo PT e uma pelo PSOL – acusam o parlamentar de quebra de decoro por supostamente atuar contra os interesses do Brasil e em defesa de medidas propostas pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Motta ressaltou que a Câmara tratará Eduardo Bolsonaro sem privilégios ou perseguições: “Nós temos dito que o deputado Eduardo Bolsonaro será tratado como todo e qualquer deputado, obedecendo o regimento da Casa. Nem haverá privilégio, nem também haverá o interesse de prejudicar. Nós temos que saber separar as coisas, porque o papel do presidente da Casa é agir com muita imparcialidade”.

Paralelamente, nesta quarta-feira (20) a Polícia Federal indiciou Eduardo Bolsonaro e o Jair Bolsonaro (PL) sob acusação de coação a autoridades responsáveis por investigar o golpe de Estado de 2023. Em sua rede social, o deputado classificou a medida como exagerada: “É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados”, disse.

Eduardo ainda alegou que sua atuação no exterior “jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil” e que, segundo ele, sua agenda nos Estados Unidos foi voltada à defesa das liberdades individuais, com foco no projeto de anistia em tramitação no Congresso.

Interlocutores do presidente da Câmara afirmam que as ameaças de Eduardo Bolsonaro não têm repercussão efetiva dentro do Parlamento. Segundo esses aliados, o clima político já foi mais favorável às pautas defendidas pela família Bolsonaro, mas o desgaste provocado pelas pressões externas e o impacto do chamado tarifaço norte-americano praticamente inviabilizaram avanços na proposta de anistia.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

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