“Não vejo um ambiente para anistiar quem planejou matar pessoas. O que aconteceu no 8 de janeiro foi muito grave”, diz o presidente da Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta - 18/06/2025 (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (14) que não vê apoio interno para aprovar uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews, segundo o g1, e vai na contramão do que defendem apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Motta, embora um projeto auxiliar tenha começado a ser debatido no semestre passado, a proposta não prevê um perdão total. “Eu não vejo dentro da Casa um ambiente para, por exemplo, anistiar quem planejou matar pessoas, não acho que tenha esse ambiente dentro da Casa”, disse.
Revisão de penas como alternativa
O parlamentar ressaltou que existe preocupação com condenados que não tiveram papel central nos ataques e que, devido à soma das penas, acabaram recebendo sentenças consideradas altas. Nesses casos, ele vê espaço para discutir um projeto que permita a revisão das decisões judiciais e a progressão para regimes mais brandos.
“Há uma preocupação, sim, com pessoas que não tiveram um papel central, que pela cumulatividade das penas acabaram recebendo penas altas. Há uma certa sensibilidade acerca dessas pessoas que poderiam, numa revisão de penas, receber, quem sabe, uma progressão e ir para um regime mais suave, que não seja um regime fechado”, afirmou.
Motta considera que um texto alternativo, que não configure anistia, mas contemple revisão de penas, teria maior aceitação entre partidos de oposição e da base do governo. “É esse que eu acho que é o sentimento da Casa”, avaliou.
Diálogo com Lula e STF
O presidente da Câmara também disse que está disposto a retomar as discussões sobre um projeto alternativo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Ninguém quer fazer nada na calada da noite, de forma atropelada. O que aconteceu no 8 de janeiro foi muito grave e isso precisa ficar registrado para que — assim como aconteceu na última semana, no plenário da Casa — esses episódios não voltem a se repetir”, concluiu.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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