quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Defesa diz que Bolsonaro descartou pedido de asilo político à Argentina

Defesa nega que ex-mandatário tenha cogitado fuga, apesar de minuta encontrada em celular, segundo investigação da PF

           Jair Bolsonaro - 24/03/2025 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

O advogado Paulo da Cunha Bueno, responsável pela defesa de Jair Bolsonaro (PL) no processo que apura a suposta trama golpista, afirmou que o cliente recebeu, de fato, uma sugestão para solicitar asilo político na Argentina, mas rejeitou a proposta. De acordo com Cunha Bueno, uma minuta chegou a ser enviada ao ex-mandatário, como apontou a Polícia Federal (PF), mas Bolsonaro não levou a ideia adiante.

“Essa proposta ocorreu há mais de um ano e meio, e ele rechaçou”, disse o advogado, de acordo com a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. “A fuga nunca foi uma opção. Depois de rejeitar a ideia do asilo, o ex-presidente não apenas permaneceu no Brasil, como compareceu a todos os atos do processo contra ele, inclusive àqueles para os quais não foi convocado”, completou.

O advogado destacou que Bolsonaro esteve presente inclusive na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) em que a Corte decidiu pelo recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele. Segundo Cunha Bueno, a presença não era obrigatória, mas demonstraria que o ex-presidente não tinha intenção de se ausentar da Justiça.

Apesar das declarações da defesa, a Polícia Federal localizou no celular de Bolsonaro um rascunho de carta destinada ao presidente de extrema direita da Argentina, Javier Milei, com um pedido de asilo. O documento teria sido redigido, segundo a investigação, pela esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, destacou que a minuta foi salva no aparelho de Bolsonaro em 10 de fevereiro de 2024, apenas dois dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, autorizada pela Suprema Corte. Moraes determinou que a defesa apresentasse explicações para o documento no prazo de 48 horas.

O ministro também chamou atenção para outro ponto do relatório da Polícia Federal: a constatação de que Bolsonaro teria descumprido repetidas vezes medidas cautelares impostas pelo STF. De acordo com a apuração, a restauração de dados de backup revelou intensa atividade do ex-mandatário nas redes sociais, o que contrariava determinações judiciais anteriores.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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