Senador foi alvo de nova operação da PF ao chegar de viagem aos EUA e também teve o passaporte diplomático apreendido por descumprir ordem do STF
A defesa do senador Marcos do Val (Podemos-ES) se manifestou contra as novas medidas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a Polícia Federal cumprir mandado de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira (4). Segundo o Metrópoles, os advogados classificaram o bloqueio integral do patrimônio do parlamentar como uma ação que “ultrapassa os limites da razoabilidade”.
Os defensores do senador afirmam que a viagem aos Estados Unidos foi previamente comunicada tanto à presidência do Senado quanto ao próprio STF. No entanto, a saída do país dependia de autorização expressa de Moraes — o que, de acordo com apuração do Metrópoles, foi negado. Mesmo assim, o parlamentar viajou, o que teria motivado o entendimento de descumprimento de medida judicial.
A Polícia Federal apreendeu o passaporte diplomático usado pelo parlamentar para deixar o país. Assim que desembarcou em Brasília, Marcos do Val foi submetido ao cumprimento de medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
A defesa argumenta que o bloqueio dos bens compromete a atuação parlamentar do senador, “inviabilizando o exercício do mandato para o qual foi democraticamente eleito”. O texto também ressalta que a decisão impacta diretamente familiares, especialmente a mãe de Do Val, que depende dele para custear tratamento contra um câncer. “Trata-se de um precedente perigoso, que ameaça não apenas as prerrogativas constitucionais de um Senador da República, mas também os princípios fundamentais do devido processo legal e da separação dos Poderes”, afirmaram os advogados, de acordo com a reportagem.
Marcos do Val ganhou projeção política ao acusar, em 2023, o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL) de envolvimento em uma tentativa de gravação clandestina de reunião com o ministro Alexandre de Moraes. Pouco depois, passou a mudar sua versão, recuou das acusações, isentou Bolsonaro e voltou suas críticas ao magistrado do STF — comportamento que resultou em desgaste com aliados e sua base de apoio.
Em junho daquele ano, ele foi alvo de uma operação da PF por suspeita de obstrução das investigações dos atos golpistas de 8 de janeiro. Como consequência, teve as redes sociais suspensas e pediu afastamento do cargo por 40 dias, alegando perseguição política. Já em 2024, novamente sob investigação, foi proibido de utilizar redes sociais após publicar foto e fazer ataques ao delegado da PF Fábio Shor. O ministro Moraes determinou a entrega dos passaportes do senador — o que, mais uma vez, não foi cumprido. À época, Do Val afirmou ao Metrópoles que entregaria os documentos “posteriormente”.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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